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GUERNICA E A LUTA POR MORADIA
Da carta de Cristina Kirchner e seu “acordo nacional” à brutal repressão da Ocupação Guernica
Eduardo Castilla

Nesta madrugada, com milhares de policiais e Sergio Berni à frente, a Polícia de Buenos Aires e outras forças repressivas estão reprimindo 1400 famílias que pedem por terra para viver. Os moradores seguem resistindo a repressão e já são mais de 30 detidos. O “acordo nacional” pelo qual Cristina Kirchner tinha pedido começou a funcionar.

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A primeira grande repressão do governo da Frente de Todos é contra as famílias pobres da Ocupação Guernica, que desamparados e impedidos de pagarem seus aluguéis, ocuparam um terreno defendendo seu direito à terra para viver. O suposto progressismo com o qual Alberto Fernández e Cristina Kirchner se elegeram ficou no esquecimento. Ou pode servir a depender da ocasião.

A dinâmica dos acontecimentos parecia anunciada. A polícia de Buenos Aires recebeu todas as reivindicações em seu motim. Os bancos receberam o aumento das suas taxas de juros para que seguissem lucrando. As patronais da soja receberam incentivos para que possam lucrar em dólares. Falavam de “soberania alimentar” e acabaram cedendo frente ao conglomerado industrial milionário Vicentin.

O acordo com os grande credores internacionais, daquela dívida macrista chamada de “ilegal” durante a campanha eleitoral, evidenciou o alinhamento aberto com o grande capital financeiro internacional. O Orçamento 2021, aprovado nesta manhã na Câmara dos Deputados, enquanto ocorria a brutal repressão às famílias da Ocupação Guernica, foi construído à serviço dos desejos do FMI e é mais uma veia dessa posição política do partido no poder.

No entanto, a primeira sinalização da repressão contra a Ocupação Guernica foi dado por Cristina Kirchner há 72 horas. O fez por meio de uma carta na qual pediu um “grande acordo nacional” com todos “os setores políticos, econômicos, midiáticos e sociais”. Ou seja, um acordo que com Clarín, principal monopólio midiático argentino e com a multinacional Techint.

Nicolás Del Caño, deputado nacional do PTS, organização irmã do MRT na Argentina, na Frente de Esquerda, descreveu este acordo nacional como um elo ao grande empresariado e com a direita de Cambiemos, do ex-presidente Maurício Macri e que “Com a votação de um orçamento de ajustes, com a aliança com o FMI e a repressão às famílias de Guernica demonstra o que significa”, diretamente da Puente Puerreydon, onde participa de uma das manifestações em solidariedade à Ocupação Guernica após 18 horas de sessão da Câmara dos Deputados que acabou aprovando o Orçamento 2021, um orçamento de ainda mais ataques contra a classe trabalhadora, a juventude e os setores oprimidos.

Os discursos e relatos de progressismo do kircherismo estão integralmente no passado. A única verdade é a realidade. E a realidade é que reprimem famílias pobres que pedem por terra para viver. Tudo à serviço de garantir os negócios dos grandes capitalistas imobiliários.

Texto baseado na nota de Eduardo Castilla, adaptada para o público brasileiro

 
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