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Segundo estudo, milícias do RJ mantêm parceria com polícia, facções e igrejas pentecostais
Redação

A Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos, formada por pesquisadores de sete universidades do Estado, afirma que milícias tentam se infiltrar em prefeituras e Câmaras de vereadores.

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O estudo será apresentado nesta segunda-feira (26) no 1º Seminário da Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança e Direitos Humanos, com o tema “Milícias, grupos armados e disputas territoriais no Rio de Janeiro”, às 14h e será transmitido pelo Youtube. Durante o evento será apresentada a nota técnica “Controle Territorial Armado no Rio de Janeiro”, primeiro trabalho da Rede, criada em julho de 2019.

Ao longo de quase um ano, pesquisadores, policiais, promotores, jornalistas, ativistas e especialistas em dados debateram o tema. A nota ressalta que as milícias surgiram oferecendo segurança a moradores de áreas até então dominadas por traficantes: “Desde sua origem, os grupos milicianos procuraram se posicionar junto às populações dos territórios onde atuavam com um discurso de escudo em face do jugo do tráfico. Construíram sua identidade como antagonistas do tráfico, valendo-se, para tanto, do fato de que a guerra entre a polícia e traficantes era uma fonte permanente de insegurança para os moradores das favelas”, afirma o texto.

Mas as atividades se expandiram e os milicianos passaram a controlar a venda de vários tipos de produtos básicos ou valorizados nas comunidades: “Há registro de atuação de milícias em serviços de transporte coletivo, gás, eletricidade, internet, agiotagem, cestas básicas, grilagem, loteamento de terrenos, construção e revenda irregular de habitação, assassinatos contratados, tráfico de drogas e armas, contrabando, roubo de cargas, receptação de mercadorias e revenda de produtos de diversos tipos e proveniências. Diversamente de outros grupos armados e/ou criminais, as milícias têm como característica sua não especialização. Essa diversificação parece ser um dos grandes propulsores econômicos das milícias e uma vantagem em relação aos seus concorrentes em cada mercado específico”, diz o texto.

Embora inicialmente adversários, milícias e facções criminosas se uniram em algumas áreas do Rio: “Mais recentemente já se observa um processo de simbiose entre tráfico e milícia. Até onde foi possível saber, tal simbiose tanto tem acontecido pela mudança no comportamento dos traficantes, que passam a impor em suas áreas práticas caras à milícia; quanto com a milícia incorporando a seus negócios o mercado do varejo de drogas”, diz a nota técnica.

Os pesquisadores concluem fazendo uma comparação entre as facções criminosas, habitualmente sediadas em favelas, e as milícias: “Agora não se tem mais como trabalhar com a abordagem simplificadora e falaciosa de que o “inimigo” está nas favelas; pois ele está infiltrado no Estado, nas suas estruturas de poder; ao mesmo tempo em que se apresenta como protagonista no mercado político. É também um novo tipo de empresário, cujo mercado é tudo que puder ser consumido por moradores de favelas e subúrbios; um agente da mercantilização da vida popular. Sem regulação e sem limite, tende a corromper todas as estruturas. É sem dúvida o maior desafio ao estado de direito, à república e à democracia no país”, conclui a nota técnica.

Aproveitando-se da sensação de insegurança de populações vulneráveis e em consonância com autoridades, igrejas e poder público, controlam serviços essenciais, se caracterizando pela diversificação de suas atividades, os dando vantagens no controle territorial. Como viemos expondo aqui no diário, 57% da área do Rio de Janeiro é dominada por milícias. Pode-se ver também que governadores e deputados também estão envolvidos e querem anistiar ex-PMs envolvidos com Milícia, como foi o caso do Projeto de Lei nº 1326/2019 que tramita na Assembleia Legislativa.

 
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