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AMÉRICA LATINA
Equador: manifestações contra as medidas de ajuste exigidas pelo FMI no país
Gloria Grinberg

A mobilização contra o governo de Lenín Moreno foi convocada por sindicatos e organizações de trabalhadores. Na noite de quinta-feira, uma manifestação em quito foi reprimida pela polícia com uma carga motorizada e gás lacrimogêneo.

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A repressão ocorreu na praça de Santo Domingo, no bairro histórico da capital durante a marcha que até então havia transcorrido de forma calma e que ao cair da noite já se havia dispersado.

Milhares de manifestantes se uniram em todo o país à convocação da Frente Unitária de Trabalhadores (FUT) frente a grave crise econômica que o país vive pela pandemia do coronavírus, pela alta taxa de desemprego gerada e pelo rechaço à condições pactuadas recentemente pelo Executivo e o FMI.

Realizaram-se cerca de vinte marchas e convocatórias de protesto pelos sindicatos, as quais se somaram alguns grupos sociais e estudantis.

Em Guayaquil, a segunda maior cidade do país, também houve outra concentração do sindicato FUT no meio da tarde que começou na Praça Centenário, ainda que tenha transcorrido com normalidade nesse caso.

Também, em Cuenca, a terceira maior cidade do país, ocorreu outra concentração, apesar de mais reduzida que as anteriores.

Nas ruas se podia escutar: “aí estão , esses são os que defendem a corrupção”, “vamos, povo, o povo não deixa barato”, ou “abaixo o Morenato, abaixo o FMI”.

O organismo internacional exige um aumento de três pontos ao IVA (de 12% a 15%) para o ano de 2022, junto a redução das isenções do IVA para as universidades e a eliminação do reembolso do IVA para os idosos; afetando os setores mais pobres.

A sede do governo e seus arredores são frequentemente fortemente vigiados desde as mobilizações em outubro de 2019, quando dezenas de milhares de equatorianos tomaram o centro da cidade e se desatou uma feroz repressão na qual morreram uma dezena de pessoas e mais de 1.500 feridas.

O Equador ficou paralisado em larga escala entre o dia 3 e o dia 13 de outubro do ano passado pela explosão social, com mobilizações de camponeses, indígenas e trabalhadores, que enfrentaram uma brutal repressão enquanto foram bloqueados caminhos cruciais do território nacional e tomadas várias infraestruturas estratégias.

Essas manifestações se deram em rechaço a um decreto exigido pelo FMI que eliminava subsídios históricos da gasolina e gerava um aumento do combustível.

Embora essas enormes manifestações tenham quase acabado com o governo de Lenin Moreno, o que permitiu com que o governo não caísse foi o acordo com as direções indígenas e a promessa de não aplicar o aumento dos combustíveis. Um ano após esta rebelião popular e após uma gestão repressiva da pandemia, Moreno quer implementar um ajuste como resultado de um novo acordo com o FMI.

A principal confederação indígena do Equador, a CONAIE, que teve um papel protagonista tanto nas mobilizações de 2019 quanto na negociação com Lenin Moreno, não se uniu à convocatória de quinta-feira nem realizou convocatórias contra as medidas do FMI.

 
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