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CORRUPÇÃO
Monopólio da Qualicorp é alvo de investigação de R$980 milhões em sonegação de impostos
Redação

A Qualicorp, empresa administradora de planos de saúde, está sendo alvo de operação para apurar escândalo de fraudes no pagamento de impostos que podem chegar a totalizar R$980 milhões. O esquema teria ocorrido entre 2016 e 2017, nos anos em que a empresa foi gerida por José Seripieri Filho, fundador da administradora, que nega sua participação.

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Já ocorreram 14 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios, em São Paulo e no Rio de Janeiro, segundo a Folha. E, segundo investigadores, a empresa teria realizado pagamento de propinas a funcionários da Receita Federal e lavagem de dinheiro para reduzir pagamento de impostos, que teriam sido identificados em operação anterior, a operação Descarte.

Só uma empresa do grupo teria realizado pagamento de R$26 milhões de 2016 a 2017 por serviços de corretagem que não teriam sido prestados, segundo afirmação da Receita Federal. A Qualicorp é uma gigante da administração dos planos de saúde, chegando a abarcar SulAmérica, Bradesco Saúde, Unimed, Amil, NotreDame Intermédica, Assim Saúde, Hapvida e Paraná Clínicas.

Esse escândalo envolvendo milhões de reais vir à tona em plena crise capitalista aprofundada pela crise sanitária escancara que esse aprofundamento serve para garantir os lucros dos patrões e descarregar a crise nas costas dos trabalhadores, tendo como agente Bolsonaro e os golpistas, inclusive porque, ironicamente, o período da fraude teve início junto ao golpe institucional. Isso se contrapõe aos interesses dos trabalhadores em plena pandemia, que tiveram que se expor ao vírus, sem EPIs, sem testes em massa para rotear o vírus.

Exemplo disso é a situação dos trabalhadores dos Correios, que, em 2018, ainda no governo Temer, com ajuda do TST, foi imposta a cobrança de mensalidade de plano de saúde a funcionários. Neste ano de 2020, a greve nacional dos trabalhadores dos Correios, que chegou a completar 35 dias, significou enfrentamento aos planos privatistas e de ataques de Bolsonaro, Paulo Guedes e dos militares. Os ecetistas organizaram uma verdadeira resistência operária à extrema direita e se depararam com a sanha de ataques do judiciário (principal agente do golpe com o impeachment, prisão e proscrição de Lula e sequestro de votos com a biometria em 2018) representada na audiência do TST que manteve 50 ataques ao acordo coletivo, revelando que não é possível confiar na justiça golpista. A força dos trabalhadores também foi sufocada pelo isolamento consciente das burocracias sindicais que dirigem a categoria levando ao final da greve.

Uma solução para esta crise só pode ser verdadeiramente eficaz fazendo com que os verdadeiros culpados pela crise a paguem, para, de fato, combater a corrupção e acabar com a situação da crise econômica aprofundada pela pandemia, que hoje faz com que o desemprego chegue a 14%, segundo o IBGE. Para se enfrentar com os interesses dos patrões e impor uma saída dos trabalhadores para a crise, é necessário um verdadeiro plano de obras públicas, controlado pelos trabalhadores, por exemplo. Para financiá-lo é necessária a taxação das grandes fortunas e o não pagamento da ilegal e fraudulenta dívida pública, que sangra e rouba os cofres e tesouros nacionais, que foram enriquecidos com o suor desta classe trabalhadora.

Esse escândalo também torna evidente a urgente a estatização da medicina privada, unificando e centralizando o sistema público e privado, sob gestão dos trabalhadores da saúde, com o controle dos usuários. Essa medida permitiria não apenas uma maior disponibilidade de recursos, mas também um planejamento mais racional de como eles possam ser utilizados. Não é possível nenhuma saída progressiva para as grandes maiorias sem atacar os interesses do grande capital. Por isso, organização da saúde deve pensada a partir dos interesses e necessidades da maioria da população e não do lucro privado.

 
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