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Microsoft demite apresentadora do Xbox BR que sofreu ameaças machistas
Pedro Pequini

A ex-apresentadora do YouTube da Xbox, Isadora Basile, foi demitida pela Microsoft após sofrer ameaças de estupro e assassinato, bem como questionamentos machistas sobre a sua capacidade enquanto gamer apenas por ser mulher.

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(Foto: Reprodução/YouTube/XboxBR)

No início de setembro, foi anunciado que Isadora Basile, influencer e produtora de conteúdo gamer há 3 anos, seria a mais nova apresentadora da Xbox pelo canal do YouTube. Desde esse momento, a youtuber passou a sofrer uma série de ameaças “quando anunciei meu novo trabalho, sofri ataques de todos os tipos, desde pessoas falando que eu não jogava jogo x ou y e por isso não era ’digna’ do meu cargo, até ameaças de estupro, morte e julgamentos por expor situações mais tensas", afirma Basile em seu perfil no Twitter.

Tal fato é sintoma que expressa uma doença muito mais profunda em relação à opressão de gênero na nossa sociedade capitalista. É um chamado para refletirmos tanto sobre o que levou a Microsoft contratar e demitir a influencer, bem como as ameaças em si.

Para começar, peguemos uma radiografia do mundo gamer no YouTube: A cada 10 pessoas que assistem a vídeos de jogos no YouTube brasileiro, apenas duas são mulheres. Contraditoriamente, pelo quinto ano consecutivo, público feminino é maioria entre gamers brasileiros, representando 53,8% dos jogadores no país. A partir desses dados, chegasse na conclusão de que mesmo que as mulheres no Brasil joguem mais jogos eletrônicos do que os homens, elas consomem menos esse tipo de conteúdo no YouTube.

Percebendo justamente esse movimento, a Microsoft apostou em uma YouTuber gamer mulher para atrair o público feminino e assim ampliar os seus lucros, surfando na onda do “empoderamento feminino”.

Todavia, a empresa bilionária mostrou até onde consegue ir na luta contra o patriarcado, uma vez que nas primeiras expressões de machismo, optou por demitir Isadora em meio à essa pandemia para manter assim seu público e, consequentemente, seus lucros, ao invés de ir até o final com o debate e verdadeiramente defendê-la.

Se pegarmos a situação mais de conjunto, veremos que o capitalismo utiliza-se das opressões de gênero e raça para justificar, através da ideologia dominante, o porquê de destinar salários e condições de trabalhos mais precários aos setores oprimidos, que são a maioria da população mundial. Além disso, tais ideais cumprem um papel de fragmentar a nossa classe, jogando os trabalhadores homens contra as mulheres, e brancos contra os negros.

Por isso precisamos defender a igualdade salarial entre homens e mulheres, negros e brancos, como fazem as candidaturas do MRT no Brasil, mas também não podemos cair na falácia de que por dentro deste sistema poderemos alcançar uma sociedade verdadeiramente igualitária. Portanto, essa política tem que estar ligada a uma perspectiva revolucionária, da tomada do Estado pelos trabalhadores para que assim possamos levar as nossas demandas até o final. Só assim pautas como a representatividade e o combate ao machismo estrutural poderão ser feitas devidamente.

 
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