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Bolsonaro cria "Kit Ética e Cidadania" para distribuir em escolas
Redação
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Foto: Diário do Estado

Numa live nessa quinta-feira (15), Jair Bolsonaro apresentou a sua iniciativa para a educação básica, o kit “Ética e cidadania”, intitulado “um por todos e todos por um”, direcionado para professores. O kit foi produzido pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelo Ministério da Educação e é direcionado a professores, tendo uma versão digital para estudantes.

Esse Kit faz referência à fake news do “kit gay”, que na realidade é um livro francês produzido para crianças de 9 anos a 13 anos e traduzido para 10 línguas. Originalmente, o livro se propõe a explicar o aparelho sexual de meninos e meninas de forma pedagógica, sanando as dúvidas naturais das crianças a cerca de gênero e sexualidade. O livro, jamais teria sido distribuído pelo MEC, embora tenha sua versão em português.

Ao contrário do que defende Bolsonaro, a educação sexual é muito importante, sobretudo em um país que ataca uma menina de 10 anos por fazer um aborto quando corria risco de vida por ter engravidado fruto de estupros recorrentes de um familiar. No entanto, o presidente, em sua campanha eleitoral em 2018, distorcendo o conteúdo do livro sobre educação sexual, apelidou-o perojativamente de “Kit Gay”, dizendo que ele atacava os “valores da família” e doutrinaria crianças a serem gays. Essa foi uma fake news que ficou famosa na sua campanha eleitoral, pois combatia a informação e o direito à expressão da sexualidade, distorcendo-os para fortalecer seus valores conservadores de extrema direita.

Além disso, na sua live nessa quinta-feira, Bolsonaro não definiu o que seria esse novo material, apenas declarando: "Que diferença, hein pessoal? Daquele kit de lá trás, vocês lembram? Aquele que ensinava o que os pais não admitiam. Aquela briga nossa contra a aquele partido lá de trás que realmente deseducava as crianças. Agora é diferente". Ele dá a entender com isso que o material vai ao encontro dos seus valores conservadores machistas patriarcais e heteronormativos.

É um absurdo que, no país que mais assassina transsexuais e travestis, um material informativo e de combate à LGBTfobia seja motivo de piada ou de medo. As mulheres da população T (travestis e transsexuais) têm espectativa de vida de 30 anos, estão sob as piores condições de trabalho, muito mais sujeitas à prostituição para sobreviver e expostas à violência e à fome nas ruas. Nesse sentido, é um absurdo que Bolsonaro crie e distribua um material que supostamente reitera os “valores da família”, que fortalece o patriarcado e a LGBTfobia, num momento em que mulheres e LGBT fazem parte dos setores mais explorados e precarizados da classe trabalhadora.

 
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