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Violência contra a mulher
Tentativa de feminicídio em Brasília: basta de violência contra a mulher!
Rosa Linh
Estudante de Relações Internacionais na UnB
Comitê Esquerda Diário DF/GO

Homem tentou matar a ex-companheira a golpes de chave de fenda dentro de um centro clínico na Asa Sul, na capital federal. Basta de violência contra a mulher, basta do patriarcado e sua moral misógina que mata e agride as mulheres apenas por serem mulheres!

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Ontem, dia 14, um homem de 41 anos tentou matar sua ex-companheira a golpes de chave de fenda dentro de uma clínica de saúde onde ela estava trabalhando, foi preso. O crime ocorreu no Setor Hospitalar Sul, na Asa Sul de Brasília. Ele foi preso ontem, mas se apresentou na delegacia de polícia dois dias depois do crime, no dia 13. A inércia da justiça poderia ter custado a vida dessa mulher.

O crime foi filmado pelas câmeras de segurança do local. Essa é mais um retrato de que o patriarcado é brutal e violento - e não se trata apenas de um “caso isolado” ou, para aqueles que relativizam o feminicídio, de apenas um assassinato qualquer. No Distrito Federal, o número de feminicídios é maior que o número de assassinatos de mulheres, ou seja, as mulheres no DF são mortas apenas por serem mulheres. O que explica um ataque brutal dessa natureza se não uma profunda raiva contra as próprias mulheres? Essa é uma das faces mais nojentas da opressão contra as mulheres na sociedade capitalista.

Diante disso, como combater o feminicídio?

Ironicamente, a polícia está “investigando se se trata de um caso de feminicídio” - mas ainda existe alguma dúvida?! Isso só prova como confiar na polícia para “proteger as mulheres” é um engano completo, fora que boa parte dos casos não são considerados feminicídios, o que ainda mais maquia enormemente os números reais.

Quando falamos de polícia, não estamos tratando de trabalhadores, como a mulher que trabalha na área da saúde e foi brutalmente agredida pelo ex-companheiro, que ganha sua vida vendendo sua força de trabalho e prestando um serviço à sociedade - a polícia, pelo contrário, é o cão de guarda da burguesia e matar é uma prática recorrente e corriqueira. Sua função social é proteger a propriedade privada e, portanto, não presta nenhum serviço à sociedade senão matar e assegurar que a classe trabalhadora não se mobilize.

É só lembrar o caso que ocorreu recentemente, no qual um sargento da PM matou a própria esposa, ou em BH que um policial civil matou sua companheira em um bar após uma discussão e ainda trocou tiros com PMs. Isso para falar de casos de feminicídio, mas o que falar do aumento brutal de 70% dos assassinatos pela PM no estado de São Paulo, por exemplo, em meio à pandemia? De janeiro à maio deste ano, a PM matou 442 pessoas - isso porque esses são os dados oficiais e apenas no estado de São Paulo. Essa mesma polícia deixa assassinos como esse homem solto por dias mesmo tendo agredido uma mulher de forma brutal. Que segurança é esse afinal? Trabalhador é o enfermeiro, o carteiro, a professora, a terceirizada - não alguém que tem por profissão matar, bater em manifestante e agredir mulheres quando quer já que legalmente possui porte de arma.

Portanto, não podemos depositar nem um centímetro de nossa raiva e angústia confiando na polícia assassina para evitar feminicídios. Precisamos, na verdade, organizar as mulheres, as trabalhadoras, a juventude para juntas golpear de um só punho o patriarcado racista, machista e LGBTfóbico. Se preciso, organizar a partir de seus próprios métodos de luta, a auto-defesa para combater a violência machista. É nisso que se baseia o Pão e Rosas - organização feminista marxista internacional e aqui no Brasil impulsionada pelo MRT.

Mas para além de organizar as mulheres, é necessário batalharmos pela construção de um partido revolucionário da classe trabalhadora no Brasil, o qual precisa também incluir os homens, os jovens, os trabalhadores.

Um partido que defenda o mais profundo legado estratégico da revolução russa, tais como: igual trabalho, igual salário - que toda mulher, negra ou branca, ganhe o mesmo que um homem; pela criação de creches públicas, lavanderias públicas e outros controladas pelas trabalhadoras, a fim de abolir o serviço doméstico, as duplas e triplas jornadas de trabalho não remunerado, herdeiros da escravidão negra no Brasil; acabar com a terceirização - que no Brasil e no mundo, tem rosto de mulher negra - a partir da efetivação de todas e todos sem concurso público. Essas são algumas das propostas que as candidaturas do MRTpara vereador, por filiação democrática no PSOL, defendem, como é o caso da Bancada Revolucionária de Trabalhadores em São Paulo; Valéria Müller em Porto Alegre e Flávia Valle em Contagem/MG.

É preciso dizer que tudo isso só pode ser possível destruindo o sistema capitalista e não será nas eleições com meia-dúzia de promessas que resolveremos os problemas mais profundos das mulheres. Precisamos, na verdade organizar nossa classe e as e os oprimidos para, na luta de classes, nas ruas, golpear o regime.

Por isso é fundamental não dissociar esses ataques brutais às mulheres de toda a situação política nacional, de um regime fruto do golpe institucional, governado por Bolsonaro, um machista de extrema-direita que odeia as mulheres, ou mesmo de Ibaneis, um capacho de excelência dele. E não podemos nos esquecer que Bolsonaro está de abraços com Toffoli, simbolizando uma nova etapa do grande acordo nacional com STF, Congresso e tudo para passar a boiada e atacar os direitos da classe trabalhadora - que hoje no Brasil é em sua maioria negra e mulher. Para acabar com o feminicídio, precisamos batalhar contra esse regime podre e patriarcal. Para isso, apenas lutando em direção à emancipação total de todas as mulheres e, portanto, também de todos os explorados em todo o mundo, fazendo arder em chamas o feminicídio, o patriarcado e o capitalismo, dando lugar a um novo mundo, livre de exploração e opressão.

 
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