Em depoimento no Senado, Ricardo Salles teve a cara de pau de repetir as estapafúrdias teorias de Tereza Cristina, ministra da Agricultura, sobre os motivos para a ocorrência recorde de queimadas na região do pantanal, entre elas o chamado "boi bombeiro".
"Ouvimos de várias fontes diferentes sobre a necessidade de haver um reconhecimento do papel da criação de gado no Pantanal, uma vez que o gado também contribui para diminuir o que há de excesso de matéria orgânica. O capim, enfim, o pasto que ele ajuda a reduzir", disse Salles em audiência pública na comissão provisória do Senado que analisa as queimadas no Pantanal.
Salles defendeu ainda o uso das queimadas preventivas, o chamado fogo frio, como outra forma de limpeza dessa massa orgânica seca acumulada. Segundo Salles, foram criadas áreas no Pantanal onde não se pode ter pecuária e também foi proibido o uso das queimadas que ele chama de preventivas —uma das queixas dos produtores rurais da região—, o que teria levado ao aumento da massa orgânica.
Como bom representante do agronegócio, assim como Tereza Cristina, Salles advoga em nome da sanha destruidora do setor. Para ele o problema não são os indícios de incêndios criminosos que a própria Polícia Federal aponta como causa para os incêndios. Salles consegue subverter a lógica, transformando até a criminosa devastação do Pantanal como pretexto para exigir ainda mais flexibilização das leis ambientais.
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