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"Não quero morrer assim": Polícia dos EUA mantém uma mulher negra algemada e de cabeça para baixo
Redação

Shataen Kelly, de 28 anos, foi detida em Aurora, Estados Unidos. O policial que a algemou e colocou na parte traseira da viatura de cabeça para baixo ignorou sua súplicas por mais de 20 minutos.

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"Meu pescoço está me matando. Me ajuda, não posso respirar", a frase parece se repetir em cada uma das detenções de negros pela polícia nos Estados Unidos. Neste caso se trata de uma mulher e o fato ocorreu no ano passado, mas as imagens vieram a público nesta terça-feira.

Um vídeo publicado pelo Departamento de Polícia de Aurora, Colorado, mostra a uma mulher negra detida e de cabeça pra baixo na parte de trás de uma viatura policial por aproximadamente 21 minutos. Durante todo esse tempo, o policial que conduzia o veículo ignorou suas súplicas.

Shataean Kelly, de 28 anos, foi presa pelo policial Levi Huffine que a algemou pelas mãos e pés, e a colocou na traseira de uma viatura de ponta cabeça, com a desculpa de que pretendia escapar.

No vídeo é possível ver Kelly no banco de trás da viatura com os pés e mãos algemados juntos, motivo que a fez estar praticamente imobilizada. Lentamente começa a cair do banco para o piso, de cabeça para baixo. Enquanto luta para respirar no piso durante 20 minutos, diz "Não quero morrer assim".

"oficial, por favor, não posso respirar", disse a mulher. "Não quero morrer assim. Estou quase quebrando o pescoço", grita Kelly.

A situação foi tão escandalosa que a própria chefe de polícia de Aurora, Vanessa Wilson, disse que o vídeo da câmara corporal publicado na terça parece mostrar a um dos ex-oficiais, Levi Huffine, "castigando" a uma mulher detida que estava algemada. O fato ocorreu em agosto de 2019, ,mas as imagens só agora foram publicadas. Até o momento só haviam despedido a Huffine mas não havia manifestado sobre o fato nem haviam revelado a evidência.

Em fevereiro, Wilson despediu Huffine, mas apesar da Junta de Revisão do Chefe havia recomendado uma suspensão de 180 horas, Wilson anulou.

Entretanto, a demissão de Huffine não acabou com a brutalidade policial racista que está incrustrada em todas as instituições estadunidenses, com a Polícia como o órgão que as leva adiante de forma brutal e direta.

Há apenas dois meses, em 2 de agosto, a polícia de Aurora teve que pedir desculpas por uma situação escandalosa na qual detiveram e algemaram a toda uma família de negros, entre eles ao menos dois menores, depois de uma "confusão" com um carro roubado, que não era o da família.

A violência policial que voltou a revitalizar o movimento antirracista Black Lives Matter este ano após o brutal assassinato de George Floyd, gerando protestos em todo o país, estendidas depois a vários países do mundo, é parte do racismo estrutural do capitalismo estadunidense.

Donald Trump demonstrou que está disposto a defender a polícia e aos grupos paramilitares e de supremacistas brancos, e reprimir aos manifestantes sob o slogan eleitoral da "Lei e Ordem". Por sua vez o candidato democarata Joe Biden reconheceu no primeiro debate presidencial que está a favor de aumentar o financiamento da polícia. Por sua vez a Polícia conta com sindicatos que os defendem, motivo que faz com que 99% dos casos de assassinatos de policiais fiquem impunes.

 
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