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EUA
Trump com Covid-19: queda nas Bolsas e oscilações a 4 semanas das eleições estadunidenses
Redação

As bolsas europeias operam em queda nesta sexta-feira, com investidores cautelosos após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que está com Covid-19. Uma importante oscilação perpassa as já conturbadas disputas pela Casa Branca, em meio ao recorde mundial de 1 milhão de mortos pelo novo coronavírus, o levante negro contra os assassinatos policiais e as greves de diversos setores diante do agravamento da crise econômica.

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Foto: reprodução CNN

Por volta das 6h40 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,37%, a 360,47 pontos. A notícia sobre o diagnóstico de Trump provocou cautela e menor apetite por risco nos mercados internacionais em geral. Analistas ponderam se isso poderia ou não alterar o rumo da corrida eleitoral. Além disso, especulavam sobre eventual adiamento da data das eleições - marcadas para 3 de novembro - e até mesmo sobre a possibilidade de que o rival dele, o democrata Joe Biden, também pudesse ter pego a doença, pois os dois estiveram juntos, embora a uma distância razoável, em um conflituoso debate na terça-feira, dia 29. No entanto os exames do candidato do Democratas deram negativo.

Entre os setores, ações de energia recuam em geral, com queda forte do petróleo nesta manhã. BP recuava 1,76% em Londres, Total tinha baixa de 1,00% em Paris, Iberdrola cedia 0,09% em Madri e Eni, 0,42% em Milão. Às 6h47, a Bolsa de Londres caía 0,96%, Frankfurt recuava 0,98% e Paris, 0,74%. Milão operava em baixa de 0,37% e Lisboa caía 0,97%. Madri oscilava perto da estabilidade, em baixa de 0,04%.

Em um dia ainda com feriados e mercados sem operar em vários países da Ásia, entre eles a China, a Bolsa de Tóquio também fechou em baixa. O quadro nesta sexta-feira foi de menor apetite por risco, diante da maior incerteza após o anúncio do presidente dos Estados Unidos. Os mercados na China, em Hong Kong, em Taiwan e na Coreia do Sul estavam paralisados por causa de feriados. No Japão, a praça da capital voltou a operar, após o pregão da quinta-feira ter sido cancelado devido a um problema técnico.

O índice Nikkei fechou em baixa de 0,67%, em 23.029,90 pontos, com investidores em Tóquio atentos a eventuais mudanças no quadro político em Washington, durante a corrida presidencial, e também na postura de Trump sobre a covid-19. A notícia fortaleceu o iene, o que tende a pressionar ações de exportadoras japonesas.

Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 fechou em baixa de 1,39%, em 5 791,50 pontos. A novidade sobre Trump também prejudicou o apetite por risco na Bolsa de Sydney, com especulações sobre incertezas no quadro político e eventual adiamento do processo eleitoral, segundo Shane Oliver, economista-chefe da AMP Capital Entre os setores, o de energia se saiu pior na bolsa australiana, enquanto entre as mineradoras BHP teve queda de 3,2% e Fortescue, de 3,6%. (Com informações da Dow Jones Newswires).

O anúncio da contaminação de Trump trouxe uma oscilação importante sobre o cenário eleitoral que já vinha conturbado pela pandemia e o processo de revolta negra que tomou o país contra os assassinatos policiais.

Os EUA é o país com maior número de mortes pelo novo coronavírus, sendo mais de 1 milhão de óbitos registrados, e que tem na figura de Trump um negacionista em relação à pandemia, com declarações contrárias até mesmo ao uso de máscaras. A contaminação do presidente também aumenta as incertezas frente às disputas pela Casa Branca, pois as recomendações de recuperação podem impor medidas restritivas à campanha e mesmo aos debates eleitorais, a um mês das votações.

No plano político Trump veio defendendo as ações de supremacistas brancos contra setores do movimento Black Lives Matters, que já provocaram mortes de manifestantes, assim como defende a ação brutal da polícia americana contra a população negra, bem como não está conduzindo a crise sanitária com medidas de combate efetivo, levando os EUA a ocupar o primeiro lugar no ranking mundial de mortos e contaminados.

Se a política imprevisível e de extrema direita de Trump veio sendo condenada nas ruas pela população negra, profissionais da saúde e uma série de trabalhadores em greves massivas, é uma verdade que seu opositor, Joe Biden, não está empolgando amplos setores, apesar de estar alguns pontos a frente de Trump nas pesquisas eleitorais. Isso porque, como se mostrou no debate realizado no último dia 29, Biden busca se mostrar como o bom administrador do imperialismo, “mais sensato” que Trump, mas com uma defesa igualmente estéril da lei e da ordem estadunidenses, assumindo o lado dos interesses do capital financeiro na luta de classes aberta, o que se ilustra na sua defesa da polícia, recusa de um plano de saúde universal público e seu interesse em superar a China no terreno econômico e político.

Com informações da Agência Estado.

 
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