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Coronavac
Doria e a compra da vacina chinesa: quais os interesses das partes desse acordo?
Maré
Professora designada na rede estadual de MG

O governador de SP assinou ontem um contrato com o laboratório chinês Sinovac para receber 46 milhões de vacinas Coronavac, e pretende vacinar os profissionais de saúde ainda esse ano. Quais os interesses de João Doria e os da empresa Sinovac?

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Foto: João Doria assina acordo com a Sinovac. Governo do Estado de São Paulo/Divulgação.

Em junho deste ano, o governo de São Paulo, João Doria, fechou um acordo com o laboratório chinês Sinovac para o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19, junto ao instituto Butantã. Com pouco mais da metade dos testes realizados em profissionais de saúde brasileiros, o governador fechou ontem um contrato para o recebimento de 46 milhões de vacinas – sendo 6 milhões já prontas e 40 milhões para serem envasadas em SP. Isso significa que o laboratório e o governo Chinês vão se apoiar na mão de obra dos servidores públicos brasileiros, superexplorados e, agora, ameaçados pela reforma administrativa do governo federal.

A notícia parece vir a calhar quando, sem previsões de um controle da pandemia no Brasil, registra-se novamente mais de mil mortes por dia, devido à contaminação pelo novo coronavírus somada à política levada até então por Bolsonaro e seu governo de militares, mas também por governadores como Doria. Entretanto, é preciso olhar com cautela movimentações entre um governo de empresários como o paulista, e uma empresa do país que tem N motivos para “mostrar serviço” do ponto de vista geopolítico e econômico internacional.

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O acordo de junho custou aos cofres dos Estado de SP 85 milhões de dólares, e a compra efetuada ontem custou 90 milhões (aproximadamente 374 milhões de reais). O laboratório lucra exorbitantemente. O governo Chinês tenta se redimir com o mundo por sua política do início do ano de esconder a gravidade da - naquele então - epidemia. Doria, na corrida da governabilidade, rivalizando com Bolsonaro, pode reabrir sem medo a economia, para garantir a lucratividade de seus senhores capitalistas, e ganha pontos de aprovação, saindo como o responsável pela imunização dos brasileiros. E os trabalhadores e a população?

Caso a vacina siga se mostrando eficaz, é indispensável enumerar as vantagens para a população. Mas vale ressaltar – às custas de uma vantagem maior ainda para uma série de capitalistas da riquíssima e mafiosa indústria farmacêutica, que aproveitam a pandemia e usam a ciência para aumentar seus lucros. Sabe-se que o que guia os interesses dos grandes empresários e governos não é a saúde dos trabalhadores e da população. Não é essa a preocupação de Doria, nem de Xi Jin Ping. E, vale dizer ainda que óbvio, tampouco de Bolsonaro, negacionista e capacho do imperialismo, nem de Trump e outros políticos imperialistas.

Como disse Lia Costa:

“Essa corrida precisa ser guiada pelo interesse dos trabalhadores, tendo somente assim então os cientistas a liberdade e o recebimento de todos os insumos necessários para as pesquisas garantidos pela classe trabalhadora. Além disso, somente por esse caminho que todos poderão ter uma segurança efetiva contra resultados inconsequentes dessa atual corrida, que inclusive vem suprimindo fases de testes com a vacina em prol da reabertura da economia por cima da vida dos trabalhadores.

A saúde pública não pode ser moeda de troca para ver quem saíra na frente com a reabertura total da economia. Se não fossem os interesses capitalistas que estivessem à frente, desde o início, testes massivos teriam sido garantidos, um giro das indústrias teria sido dado para a produção de todos os produtos e materiais necessários para salvar vidas.”

 
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