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GOVERNO BOLSONARO
Anvisa avalia liberar uso de agrotóxico proibido por aumentar doença de parkinson e câncer
Redação

Agrotóxico paraquate, que aumenta a incidência da doença de parkinson, câncer e demais riscos à saúde foi proibido pela Anvisa neste mês. Entretanto, por pressão do agronegócio e seus interesses com a manutenção do uso do herbicida, a Anvisa declarou em seguida flexibilização do decreto e é possível que o agrotóxico seja utilizado por mais tempo.

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Foto: CAMPANHA PERMANENTE CONTRA O AGROTÓXICO

Na semana passada a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu o uso do agrotóxico paraquate em qualquer tipo de produção agrícola, baseando-se em estudos realizados desde 2017 que demonstram como o produto apresenta risco à saúde dos trabalhadores que lidam diretamente com o herbicida e de pessoas que moram perto das áreas de pulverização, aumentando incidência da doença de parkinson, assim como câncer.

Desde 22 de setembro a produção, venda, importação e uso do agrotóxico estariam vetados. Entretanto, em recente comunicado, a própria Anvisa, responsável por ter proibido o herbicida, está considerando permitir que agricultores utilizem seus estoques de paraquate.

Essa nova decisão, que flexibiliza a proibição do produto, foi apresentada pelo diretor-presidente substituto da Anvisa, Antônio Barra Torres que declara que essa nova posição da agência diante do herbicida diz respeito a “tratar da utilização dos estoque em posse dos agricultores brasileiros para o manejo dos cultivos na safra agrícola de 2020/2021”, isto é, todos aqueles que possuem estoque do produto, estariam liberado para utilizá-lo até o final para não haver “desperdício”. Entretanto, era anunciada provável proibição do produto para este ano de 2020, não justificando que as empresas e agricultores estocassem tal herbicida que seria proibido por estudos realizados desde 2017.

O que se sabe também é que com a proibição e suspensão do uso do paraquate, agricultores terão que misturar produtos diferentes para obter a mesma eficiência e resultado, aumentando os custos do negócio, justificando a pressão que o agronegócio fez à Anvisa para que declarasse nova decisão sobre o agrotóxico em questão.

Análises da própria Anvisa apontam sério risco à saúde dos produtores. Não a toa, é proibido em outros países, visto que apresenta efeitos tóxicos graves agudos e também crônicos. Tais estudos realizados desde 2017 apontam que o paraquate tem potencial mutagênico, isto é, que traz mudanças no material genético, trazendo sérios riscos aos trabalhadores que manejam com o produto e à população que vive nas regiões em que pulverização do agrotóxico. Não há estudos, entretanto, que aponte para risco à saúde da população que consome os alimentos em que há uso do herbicida em sua produção agrícola.

O sentido de flexibilizarem a proibição deste agrotóxico se explica pela pressão e necessidade do agronegócio que não quer jogar fora os estoques do paraquate, que não quer misturar e utilizar outros produtos para ter efeito semelhante e aumentar o gasto. É em detrimento destes interesses, que o agronegócio, que é importante base de apoio do governo Bolsonaro, coloca seu lucro acima da vida dos trabalhadores que lidam com o herbicida diretamente e correm riscos. Estudos apontaram que passado alguns meses do início do governo Bolsonaro e a média é de mais de 1 agrotóxico aprovado por dia, totalizando hoje 325 liberados no país, número absurdamente destoante do restante dos países. Para seu governo e o agronegócio não existem barreiras e impeditivos para aumentar sua sede de lucro, queimam biomas inteiros como estão fazendo com o Pantanal, colocam vidas em risco visto que a intoxicação por agrotóxicos dobrou no país nos últimos dez anos.

 
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