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ELEIÇÕES 2020
Quem é Valter Nagelstein? O negacionista e desprezível candidato de extrema-direita em Porto Alegre
Guilherme Garcia

Veja neste artigo quem é Valter Nagelstein (PSD) candidato a prefeito de Porto Alegre que quer "endireitar Porto Alegre" para garantir lucro aos patrões e atacar os trabalhadores.

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A corrida eleitoral em Porto Alegre já começou e esse ano 13 chapas estão concorrendo à Prefeitura de Porto Alegre. Entre as candidaturas de direita, o prefeito Nelson Marcherzan (PSDB) irá tentar a reeleição para seguir com o seu projeto privatista e atacar os trabalhadores. Assim como Fortunati (PTB) e Melo (MDB) que já governaram a cidade juntos voltam a concorrer às eleições para novamente estarem à serviço dos patrões. Mas entre esses candidatos, o que mais se apresenta como o candidato do bolsonarismo em Porto Alegre é o vereador Valter Nagelstein (PSD), chamado pela juventude de 2013 como “Nazistein” por falar mal dos atos e chamar os manifestantes de vândalos. Autor do Escola Sem Partido na Câmara de Porto Alegre e líder do grupo de extrema direita “Armas pela Vida”, Nagelstein é o típico candidato do que há de mais elitista e podre do povo do Parcão, dos empresários que querem que os trabalhadores trabalhem até morrer, do tipo que faz piada com os milhares que morreram de COVID, que pula de partido em partido como qualquer velho político fisiológico, que defende aumento salarial para os políticos enquanto o trabalhador amarga o desemprego. Ou seja, um político bem de acordo com o negacionismo de Bolsonaro e seu lugar ao lado dos ricos, tudo para massacrar os mais pobres de Porto Alegre. Neste artigo, queremos mostrar quem é Valter Nagelstein, ex-presidente da Câmara de vereadores, amigo do General Mourão, e candidato do empresariado bolsonarista da cidade.

Nagelstein foi durante anos do MDB, mesmo partido de Melo, Sartori e Temer, saiu no início do ano para entrar no PSD, um partido tão golpista como o seu anterior. Foi presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre por 3 mandatos consecutivos. Foi inclusive líder da base de Marchezan na Câmara no início do seu governo, tendo rompido posteriormente. Seu rompimento não foi por não concorda com os projetos privatistas e que ataca os direitos dos trabalhadores. Pelo o contrário, durante e depois de terminar sua aliança com o prefeito tucano, Nagelstein foi um dos principais defensores em aprovar projetos que atacava tanto os direitos dos servidores públicos e também dos rodoviários de Porto Alegre, auxiliando para passar na Câmara a extinção dos cobradores e a privatização da Carris. São inúmero projetos no qual Nagelstein se juntou com Marchezan para atacar os trabalhadores. Em 2018, o presidente da Câmara priorizou o projeto de Marchezan para retirada de direitos dos servidores municipais em sessão e colocando em regime de urgência. Ao mesmo tempo em que ocorria um protesto dos servidores para impedir que os parlamentares aprovassem o pacote de ataques, Nagelstein fechou as portas da Câmara impedindo que os trabalhadores pudessem assistir a sessão e provocou uma violenta repressão protagonizada pela Guarda Municipal e pela Brigada Militar contra os servidores.

Em 2016, Nagelstein também foi autor do absurdo projeto de Lei Escola Sem Partido em Porto Alegre, um projeto extremamente reacionário que já foi pautado e aplicado em diversas cidades do país e que proíbe os professores de expressar suas opiniões e críticas, com um falacioso argumento para não ter influência de partidos dentro das salas de aulas. O que é puramente demagógico, pois as ideologias que eles querem censurar são dos pensamentos de esquerda, algo nada neutro. Nagelstein foi o maior defensor desse projeto absurdo em Porto Alegre, que mesmo com a retirada da pauta nacional no ano passado, quis seguir com esse projeto reacionário na Câmara.

Valter Nagelstein tem seu discurso voltado para disputar o eleitorado de Bolsonaro, principalmente os empresários de extrema direita.. Com um discurso de liberal-conservadorismo, e com o bordão “Endireita Porto Alegre”; onde já declarou que Porto Alegre é a nova Cuba do Sul. O famoso discurso anti-comunista que Bolsonaro utilizou e que Nagelstein irá surfar através desse discurso para atrair sua base mais fascistóide. Também faz questão de aparecer junto com o vice presidente General Mourão, onde já fizeram inúmeras lives juntos para se colar mais com o governo Bolsonaro.

No segundo debate realizado hoje pela Gaúcha, Nagelstein mostrou bem seu discurso reacionário de extrema direita, e que vai está a serviço da burguesia do Parcão e do Moinhos de Ventos.

Além disso, Nagelstein seguiu a mesma postura negacionista e anti-quarentena de Bolsonaro frente à pandemia, sendo a favor da reabertura total da economia, fazendo campanha para que as academias e clubes esportivos fossem reabertos, defendendo os interesses dos empresários bolsonaristas que chegaram a fazer atos anti-ciência em Porto Alegre. Além disso também segue defendendo a volta às aulas imediata, expondo os alunos, professores e trabalhadores da educação ao vírus, sem nem sequer apresenta em seu plano de governo uma medida como garantir testes para toda população para que as atividades retornem ao normal.

No início da pandemia Nagelstein fez um vídeo extremamente absurdo fazendo piada com as mortes por coronavírus. Ele aparece com sua família dançando com a mesma música que os apoiadores bolsonaristas dançavam nos atos de extrema direita debochando das mortes. É uma postura bastante desprezível que mostra a real cara de um político que está a serviço do lucro dos empresários enquanto milhares de trabalhadores morrem.

Nagelstein coloca no seu plano de governo a questão da segurança pública como prioridade, querendo armar e reforçar as forças de repressão na cidade. Não à toa que eles escolheu o delegado João Carlos da Luz Diogo, conhecido por liderar operações especiais e um longo currículo de chefia em departamentos da Polícia Civil em Porto Alegre. Nagelstein irá utilizar a segurança pública como Bolsonaro utilizou em 2018 em sua campanha assim como a liberação do porte de armas na qual o candidato com um grupo de vereadores conservadores da Câmara lidera o grupo de direita “Armas pela Vida”.

Não podemos deixar de falar que o candidato do PSD será o inimigo número um dos municipários de Porto Alegre. Durante o período em que esteve na presidência da Câmara fez de tudo atacar a aposentadoria dos servidores públicos. Inclusive segue deixando claro que em seu possível governo irá atacar a previdência municipal, com um discurso demagógico de que a maior parte do orçamento público da cidade vai para pagamento de aposentadorias e a menor parte vai para investimento com manutenção e obras públicas, querendo colocar a população contra os servidores e seu direito à aposentadoria.

Mas a aposentadoria dos trabalhadores não é o maior problema para maior por orçamento da cidade. A sonegação de impostos por grandes empresas em Porto Alegre é gritante. São mais de 2 bilhões de reais que as empresas devem ao município. Entre elas estão Ulbra, Unimed e CitiBank, e entre outras grandes empresas que lucram milhões mesmo durante a pandemia. A máfia das empresas privadas de ônibus de Porto Alegre ao todo deve mais de 60 milhões de reais em CCT para a prefeitura. Um imposto que Marchezan mesmo tentou extinguir várias vezes enquanto tentava passar inúmeros ataques aos rodoviários. Nagelstein quer culpar os servidores pelo déficit no orçamento municipal e passa o pano para a patronal.

Durante sua pré-campanha, Nagelstein tentou se mostrar preocupado com os moradores de áreas ocupadas é com o saneamento básico precário dessas ocupações. Mas será mesmo que ele se preocupa com a população pobre desses lugares? Se alinhando justamente com os empresários de quer reintegrar a posse desses lugares deixando centenas de famílias na rua em meio a pandemia. Faz demagogia com o trabalho, dizendo que defende quem trabalha. Mas defende como? se alinhando com Bolsonaro e Mourão que decretaram a MP 927 e 936 para reduzir os salário dos trabalhadores no meio da crise sanitária? A extrema direita abre suas asinhas novamente nessas eleições. Os trabalhadores, as mulheres, os negros, os LGBTs e todo o povo pobre e o povo que luta em defesa dos direitos dos trabalhadores deve enterrar essas figuras que demagogicamente tentam falar em nome dos mais vulneráveis.

Nós do Esquerda Diário e do MRT defendemos a necessidade dos trabalhadores se auto organizarem para impor suas demandas. Não será através desses candidatos da burguesia que haverá uma saída onde os trabalhadores não levem o peso da crise em suas costas. Em uma situação extremamente reacionária em que o país vive, as saídas institucionais se tornam cada vez mais utópicas, com o aumento do autoritarismo desde o golpe institucional. Por isso é necessário a organização da classe trabalhadora desde seus locais de trabalho e exigindo de seus sindicatos e das grandes centrais sindicais dirigidas pelo PT e PCdoB para que mobilizem os trabalhadores. Não só os de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, mas do país todo.

Defendemos a necessidade de impor uma Assembléia Constituinte Livre e Soberana através das mobilizações, para os trabalhadores imporem sua demandas e façam os capitalistas paguem pela crise.

 
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