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Depois de passar um período com publicações mais amenas, Carlos recorreu ao velho estilo e disparou ofensas. Por meio de uma postagem no Twitter, escreveu que "todas as ONGs vagabundas" estariam, segundo ele, "se organizando nas redes sociais para orquestrar panelaço contra o Presidente amanhã em seu discurso para a ONU". O presidente abre, nesta terça-feira, a 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Pressionado por organizações internacionais pelas queimadas recordes na Amazônia e no Pantanal, Bolsonaro usará o discurso de abertura para rebater críticas de que o governo brasileiro segue inerte na questão ambiental. "Este tipo de MOVIMENTO ORQUESTRADO jamais será investigado e nem será motivo de inquérito, óbvio! O LÍDER ELEITO DA NAÇÃO é alvo!", escreveu o filho do presidente.
Ao contrário da fala do filho de Bolsonaro, as críticas feitas ao governo pela forma desastrosa como tem atuado para queimar o Pantanal em benefício do agronegócio não é um complô secreto de ONGs e sim um fato escancarado da realidade.
Afinal, de acordo com dados do Prevfogo, o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos incêndios florestais do IBAMA, de janeiro até o final de agosto deste ano o Pantanal brasileiro já havia queimado uma área correspondente a 10 vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas, ou seja, 2,3 milhões de hectares.
No mesmo período foram registrados mais de 25,4 mil focos de calor na região, um aumento de 29% comparado com ano passado. O fogo atinge parte do Parque do Xingu, da Chapada dos Guimarães, Parque Estadual das Nascentes do Taquari, Parque Estadual Encontro das Águas - que abriga a maior concentração de onças pintadas do mundo -, entre outros parques e áreas de preservação local na região, considerada a maior planície alagada do mundo, com 140.000 km² em território brasileiro.
Dessa forma, lutar pela preservação do meio ambiente não é uma picuinha de ambientalistas de “ONGs vagabundas” como Carlos Bolsonaro apresenta e sim uma tarefa primordial de toda a classe trabalhadora do campo e da cidade. O Brasil é um país com dimensões continentais onde apenas 1% dos proprietários de terras rurais concentram 50% dessas áreas. Um país que nunca passou por nenhuma reforma agrária e que construiu sua identidade em base à foice e facão no latifúndio. É preciso um programa que enfrente os capitalistas do campo a começar por uma reforma agrária radical que exproprie os grandes latifúndios, seu maquinários sejam controlados pelos trabalhadores do campo, com incentivos aos pequenos produtores. Assim começaremos a buscar um equilíbrio com o ecossistema, mantendo e conservando o meio ambiente cada vez mais, em prol da vida e da preservação da natureza e não do lucro capitalista.
Veja também: Pantanal arde em chamas enquanto Bolsonaro defende o lucro do grande latifúndio
Com informações da Agência Estado
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