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Jornada de protestos na Colômbia mais uma vez repudiou a brutalidade policial
Diego Dalai

Milhares de jovens voltaram às ruas nesta segunda-feira em várias cidades do país. O governo, apesar de fazer uma grande campanha pacifista, mais uma vez reprimiu.

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Bogotá foi o palco principal de uma nova jornada de luta nacional. Convocadas por demandas econômicas e sociais, dezenas de milhares voltaram para protestar contra a repressão policial e a brutalidade. Houve bloqueios de ruas em vários pontos da cidade e uma grande mobilização convergiu para a Plaza de Bolívar, no centro histórico da capital colombiana.

Milhares de jovens manifestaram mais uma vez sua indignação com a impunidade com que agem as forças repressivas apoiadas pelo governo de Iván Duque, que lhes garante a impunidade e os incentiva à repressão, como se pôde constatar em um tweet do ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo: “Vândalos destroem e entram com violência em uma instituição financeira no centro de Bogotá, o que obriga a intervenção do Esmad (Esquadrão Móvel Antidistúrbios) da Polícia para restaurar a ordem”.

Por sua vez, a prefeita da cidade, que tenta passar uma imagem progressista e se diz contra o uso da força nas manifestações, justificou a repressão destacando que seu governo “respeita a mobilização pacífica, mas não admite nenhum ato de vandalismo nem violência". Como resultado de um acontecimento pouco claro (as imagens mostram homens encapuzados), ela permitiu a intervenção do odiado Esmad, que além dos gases, prendeu indiscriminadamente os manifestantes.

Claudia López Hernández, do partido Alianza Verde, assumiu o governo da capital colombiana em janeiro deste ano. Embora seja adversária do governo neoliberal e repressivo de Duque, ela é parte ativa e fundamental de uma grande campanha que visa dividir os manifestantes entre "violentos" e "pacíficos".

Procuram semear a falsa ideia de que a polícia age diante dos atos de violência, quando na verdade é a desculpa (muitas vezes causada pela infiltração da polícia ou dos serviços de inteligência nas marchas) para reprimir os movimentos sociais.

Também escondem que a polícia e outras forças repressivas são resultado direto da gestão pró-para-narco-militar do ex-presidente Álvaro Uribe, e da embaixada dos Estados Unidos no âmbito do Plano Colômbia de repressão interna - não só das FARC, recentemente dissolvidas - mas também de qualquer movimento de protesto, seja ele sindical, ambientalista, camponês, estudantil, etc.

O prefeito Jorge Iván Ospina, também de Alianza Verde, tentou fazer o mesmo em Cali, promovendo uma marcha "Pela Vida" para desviar o objetivo do movimento que os jovens deixaram bem claro durante o recente surto social quando desataram a ira contra dezenas de postos policiais (CAI). Para isso, os "progressistas" contam com a ajuda inestimável de muitos burocratas sindicais e outras organizações sociais.

O protesto desta segunda-feira em todo o país fez parte da Greve Nacional 21S e incluiu bloqueios de estradas e marchas em outras cidades como a citada em Cali ou Medellín, onde o próprio exército saiu às ruas para intimidar a mobilização e a polícia voltou para reprimir.

O país vive uma semana de crise social que começou em 9 de setembro, após o brutal assassinato de Javier Ordóñez pelas mãos da polícia. Ordóñez morreu em uma clínica de Bogotá depois de ser submetido a vários tiros com pistolas Tasers durante sua prisão e ser agredido dentro de uma delegacia. O movimento desencadeado por tal assassinato também mostrou a raiva que vem se acumulando no país há muito tempo.

Iván Duque apoiou abertamente as forças repressivas que, além de gases, balas de borracha, pás, prisões e bombas paralisantes, dispararam contra os manifestantes, matando 13 jovens.

 
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