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ALTA DOS ALIMENTOS
Preço do arroz subirá nos próximos meses, enquanto Bolsonaro corta auxílio emergencial
Redação

Supermercadistas preveem o aumento do preço do arroz e de outros itens da cesta básica nos próximos dois meses e culpam, assim como faz Bolsonaro, o próprio consumo da população.

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Foto: sitedelinhares.com

O preço do arroz poderá aumentar ainda mais nos próximos dois meses caso o consumo se mantenha no ritmo atual, segundo o Presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados). Ele afirma que, se a saca de 50 kg se mantiver na faixa de R$ 100,00, nos próximos 30 ou 60 dias, poderá haver o repasse total ao consumidor, e o preço do arroz pode chegar a R$ 30,00. Nesse cenário, o varejo vai acessar novos estoques, transmitindo continuamente o aumento do preço às gôndolas.

Isso acontece no mesmo mês em que o auxílio emergencial diminuiu para insuficientes R$ 300,00. Sem contar o fato de que o desemprego chegou a 13,2% e o número de trabalhadores precários só aumenta.

Os itens da cesta básica tiveram um aumento muito alto desde o ano passado, tendo as taxas de inflação acumuladas do leite aumentadas em 18%, do arroz em 25,5%, do feijão em 48% e do óleo de soja em 23%, enquanto os salários não aumentam; pelo contrário, diminuíram com a aprovação da MP 936, que permite a redução salarial e licença não remunerada de funcionários, isentando a empresa de qualquer responsabilidade com trabalhador. Além disso, nesse mesmo período fatídico em que voltamos dos mercados com as mãos cada vez mais vazias, Bolsonaro anuncia a diminuição do valor do auxílio emergencial para R$ 300, valor baixíssimo para uma pessoa sobreviver.

Numa posição completamente desinteressada com o desespero e a miséria das pessoas, os representantes de supermercado e do varejo posicionaram-se contra o tabelamento de preços, justificando que isso desestimularia o produtor. Segundo eles, a única medida possível seria a isenção da taxa de importação, pois não alteraria a dinâmica do mercado, nas palavras deles. Porém, isso não é uma realidade, porque, mesmo não cobrando a taxa de importação, o preço dos produtos importados não será tão diferente dos produtos nacionais. O Ministro Paulo Guedes zerou a taxa do arroz como forma de mostrar que "está fazendo alguma coisa". As análises, porém, apontam que o preço dos alimentos vai se manter alto até o final do ano.

Uma forma possível de impedir os valores altos dos alimentos básicos é o congelamento dos preços aos níveis prévios à pandemia, o que permitiria que a população pudesse comprar. Em um cenário de crise econômica e sanitária, em que uma enorme parcela da população está desempregada ou em trabalhos precários, é um absurdo que itens básicos como o arroz tenha preços tão elevados por causa dos produtores que querem enriquecer com a alta do Dólar.

Os trabalhadores, responsáveis pela produção e distribuição desses alimentos, deveriam ter para si os armazenamentos de cereais, expropriando-os da indústria do agronegócio, que mantém esses alimentos cada vez mais inacessíveis para a população para garantir seus lucros.

Que dinâmica é essa que mantêm intactos os lucros da indústria agroexportadora e dos grandes latifundiários enquanto faz os trabalhadores e a população passarem fome? É inadmissível que um país como o Brasil, com tanta capacidade produtiva de alimento, aproveite a alta do dólar para aumentar seus lucros com a exportação. Essa alta do dólar é causada pela desvalorização do real, fruto da crise no país aprofundada pela pandemia, o que estimula essas exportações por proporcionar uma maior margem de lucro para os empresários (os quais aumentaram suas vendas em 98% desde o ano passado). É a alta das exportações que causa o desabastecimento interno, e não o auxílio emergencial que “permitiu que as pessoas comassem mais”, como disse mentirosamente Bolsonaro.

Letícia Parks, candidata à vereadora em São Paulo por filiação democrática do MRT pelo PSOL, junto a Bancada Revolucionária de Trabalhadores, produziu um excelente vídeo sobre isso, e chamamos todas e todos a assistir:

 
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