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Faturando em cima do prato de comida dos trabalhadores, JBS tem lucro recorde na pandemia
Redação

Enquanto o governo finge estar correndo para tentar conter os prejuízos provocados pela considerável disparada dos preços dos alimentos, Joesley e Wesley Batista não têm motivos para reclamar. A JBS, maior produtora de proteína animal do mundo, está extrapolando seus lucros com a comida mais cara, inclusive as carnes.

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Entre abril e junho deste ano, onde atravessamos o auge do novo coronavírus, a JBS, obteve lucro líquido, alcançando o recorde, de 3,4 bilhões, o que significa um crescimento de 54,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, que no segundo trimestre de 2019 alcançou lucro líquido de 2,2 bilhões, conseguindo por fim uma reversão na comparação com o mesmo período em 2018, quando apresentou “prejuízo líquido” de 911 milhões, no trimestre, evolução de 20,3% na comparação com o ano anterior. Tal feito da JBS surpreendeu analistas, que por sua vez, não estimavam resultados tão expressivos.

Com a subida dos preços que pegou a classe trabalhadora em conjunto com a população de surpresa e a demanda maior por alimentos no Brasil e no exterior, o faturamento líquido da JBS totalizou R$ 67,6 bilhões no segundo trimestre do ano. No acumulo de 12 meses, segundo dados do Indice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a carne bovina contabiliza reajuste médio de 29,9%. A carne suína, por sua vez, subiu 17,8%.

Analistas de mercado, frente a conjuntura atual, de consumo maior de proteína animal no país e com a necessidade de compra da China, a JBS continuará registrando resultados recordes.

O que expressa a grande contradição desse sistema capitalista onde os trabalhadores padecem e os empresários seguem com suas condições de vida que nem trabalhando diariamente um trabalhador conseguiria ter. Vale apena lembrar que a JBS é uma das empresas que mais proporciona ao trabalhador, condições de trabalho perigosas e insalubres, assim como expressa no cotidiano dos mesmos, o descaso da patronal com a vida de todos os trabalhadores e trabalhadoras que atuam em uma de suas plantas.

O grupo JBS é considerado como o maior causador de acidentes e doenças ocupacionais do país, tendo contra si 34 mil processos por ano, sendo a maior parte relacionado aos maus tratos aos seus operários, onde expõe seus trabalhadores em ritmo de trabalho insustentável, adoecendo-os e depois descartando.

A liderança e lucros exorbitantes da JBS se dá em meio a uma liderança em não fornecer o Comunicado de Acidentes de Trabalho, deixando a maior parte dos trabalhadores com algum distúrbio e diariamente se acidentando devido às pressões dos encarregados para aumentar cada vez mais a produção, ou seja, todo lucro líquido que a JBS possui, é fruto do sangue e da vida do trabalhador e trabalhadora que em meio a um processo produtivo estafante, se acidentam e adoecem, o que deixa claro, também, que o que importa aos capitalistas e empresariado, que por sua vez, seguem sendo privilegiados por Bolsonaro e companhia, são os lucros e não nossas vidas.

Ainda mais em um momento onde trabalhadores, os da JBS, por exemplo, terão que trabalhar de forma insegura, para que os irmãos Batista, sigam liderando, enquanto o mesmo trabalhador não irá conseguir, sequer possuir o alimento básico da refeição do brasileiro que é o arroz.

Os preços de alimentos da cesta básica, subiram cerca de 28% nos últimos dias, em meio a essa alteração aberrativa, Bolsonaro dialoga com empresários, chamando de forma demagógica em pronunciamento que o empresariado tenha patriotismo, civilismo esse em meio a uma redução irracional do auxílio emergencial e também a MP936 que por sua vez fará com que o trabalhador receba 13º menor este ano, além de não expressar impedimentos a demissões, o que faz cair por terra a ideia de que o governo está correndo atrás de sanar essa debilidade na conjuntura, onde a população, além de ser privada de avançar na qualidade de vida, terá que lidar com condições de trabalho precárias como vemos na JBS, auxilio emergencial abaixo da linha de consumo cotidiano da população, o desemprego e a pandemia.

Nós do Esquerda Diário não aplaudimos a liderança da JBS, pelo contrário, rechaçamos tais lucros enquanto a população é penalizada, como vimos em Itapecerica da Serra, onde a população na tentativa de retirar da carga derrubada, uma peça de carne, foi reprimida por policiais, tornando-se marginais, quando na verdade era apenas o retrato da miséria capitalista que leva a população o alvoroço quando se vê de frente para aquilo que não possui no dia a dia.

É inadmissível que empresas multinacionais sigam lucrando exorbitantemente, enquanto a população luta por um quilo de carne e trabalhadores e trabalhadoras seguem em condições de trabalho precárias para no final do mês não conseguir consumir o mínimo do mínimo. Os operários precisam controlar as indústrias alimentícias para que seja garantido o alimento no dia a dia, monopolizando o comércio exterior para garantir que o povo pobre não morra de fome para que os alimentos sejam vendidos lá fora.

Essas são medidas precisam estar aliadas a uma saída política independente dos trabalhadores que enfrente o regime de conjunto, pois não apenas Bolsonaro Mourão e militares que garantiram sozinhos que os frigoríficos do país fossem declarados como serviços essenciais, mas também contacaram com o apoio de Maia e o aval do STF. Dessa forma, é preciso uma assembleia constituinte livre e soberana que mude as regras do jogo e retire o poder dos capitalistas de especularem no mercado com o preço do prato de comida e de decidirem as leis que serão usadas para legitimar o lucro em cima da morte dos trabalhadores da JBS e de todas empresas do país.

 
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