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DEBATE SOBRE ALTERNATIVAS NAS ELEIÇÕES DO RIO
Martha Rocha: o centro e um novo pacto repressivo das elites cariocas
Carolina Cacau
Professora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

Martha Rocha, Deputada Estadual pelo PDT, está em uma chapa com Eduardo Bandeira de Mello (REDE) e PSB, uma aliança para recompor o desgastado centro político no Rio.

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Imagem: Reprodução/ Diário do Rio

Essa perspectiva se apoia no sentimento progressista carioca que quer combater a extrema direita e a direita, mas se trata de uma coligação de partidos burgueses que demonstraram inúmeras vezes que não são uma alternativa nesse país e no Rio.

Nenhuma saída independente pode ser construída com esses setores, 11 deputados do PSB aprovaram a reforma da previdência na câmara e 11 do PDT também. Os 3 partidos que compõe a coligação tiveram deputados e senadores que votaram a favor do golpe institucional em 2016. Eduardo Bandeira de Mello, que inclusive disputa a cabeça de chapa, foi ex-presidente do Flamengo e é investigado por ter responsabilidade na morte dos 11 meninos no Ninho do Urubu.

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A chapa Martha Rocha (PDT), Eduardo Bandeira de Mello (Rede) e PSB se constituiu como uma negativa a resposta a tentativa de conformar uma frente ampla por Marcelo Freixo, que buscava uma frente eleitoral ampla da esquerda com esses partidos burgueses. Buscam ser uma alternativa de “centro”que se pinta de progressista, mas que em tempos de crise pode ser tudo o que o empresariado gostaria para implementar os ataques econômicos que necessita para recompor seus lucros.

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São partidos que apostam em aliança com o empresariado, buscando um setor “progressista” do mesmo. Nesse exato momento, o governador do Amapá, do PDT, está colocando em votação a reforma da previdência. No meio de uma pandemia, querendo jogar a crise para o colo dos trabalhadores. Esses setores que se colocavam como “racionais” no início da pandemia, agora conformam um mesmo bloco único, num pacto com Bolsonaro, como Mourão, o STF. Waldez Góes, junto a outros governadores, não garantiram testes massivos, condições de tratamento adequadas e nem uma quarentena para a classe trabalhadora.

O fato do PDT apostar na delegada Martha Rocha é patente da disposição desse partido para ser palatável para os setores empresariais. Isso fica bastante evidente na segurança pública, chegando até mesmo a proferir o jargão da direita “bandido bom é bandido preso”, como se prender ainda mais fosse algum tipo de solução num país que tem a 4º maior população carcerária do mundo, composta em sua maioria por negros e negras.

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Seu discurso é o de uma polícia mais eficiente, que seja técnica em reprimir as favelas, regenerando a corporação com uma “limpeza moral”. Essa utopia reacionária não passa de uma farsa, que fica patente pelo histórico da candidata que foi ex-delegada e chefe da Polícia Civil no governo Cabral, no auge da implementação das UPPs, em 2011. Teve oportunidade de implementar o programa que defende e o resultado foram 523 assassinados pelo estado neste ano no Rio, segundo o ISP.

Sérgio Cabral inaugura Delegacia Legal em São José do Vale do Rio Preto junto a Martha Rocha em 2011/ Imagem: Reprodução

Foram os negros e negras que mais sofreram com a crise econômica, política, social e sanitária no Rio de Janeiro. Campo Grande, Bangu, Realengo e Santa Cruz, 4 dos 5 bairros com mais mortes na cidade, são de maioria negra. Além disso, no meio da pandemia foram realizadas centenas de operações policiais, os cariocas tiveram que conviver com a pandemia, com a crise, com a fome e ainda por cima, com os tiros da polícia. No poder, Martha Rocha continuará sendo uma delegada, que governará com repressão nas favelas.

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Construiu um histórico de repressão, assassinatos dos negros e pobres e impunidade policial e isso ninguém pode apagar. Além de ter integrado a polícia de Cabral, em abril de 2015 votou a favor da nomeação de Domingos Brazão, suspeito de integrar o Escritório do Crime, para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Em 2018, apoiou a intervenção federal militar no RJ e chamou de "bala de prata". Sua resposta para a crise econômica que assola o Rio de Janeiro, grande raiz da crise e violência social, não toca nos interesses dos grandes capitalistas. Foi parte desse regime degradado no Rio, junto com Benedita, Paes, Cabral, em que os empresários e os corruptos governaram como reis e o povo se afundou na lama.

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Esse reformismo degradado nada tem a oferecer aos trabalhadores e o povo pobre, ainda mais num momento de crise aguda que passará o Rio nos próximos anos. O centro capitalista se tornará despejar ataques nos trabalhadores e quem se propor a esse papel, terá essa missão a cumprir.

 
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