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UFRN
Começam as aulas na UFRN e estudantes até agora não sabem se poderão voltar à residência
Faísca - UFRN

Nessa semana, começam as aulas do semestre remoto obrigatório 2020.6 na UFRN. A reitoria disse que nenhum estudante ou trabalhador seria prejudicado pela pandemia e o retorno às aulas remotas. Mas não é o que está acontecendo.

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Na residência universitária, os estudantes que precisavam permanecer na moradia tiveram que justificar sua permanência à reitoria. Outros decidiram retornar para a casa dos seus pais. Contudo, muitos não foram ainda contemplados com o direito a retornar à residência, seja por que atrasaram de realizar o pedido por conta da dificuldade de acesso no interior ou por simplesmente não terem resposta. Alguns dos que precisavam ficar na residência tiveram sua justificativa negada e tiveram que voltar à casa de familiares nos interiores ou encontrar algum lugar pra morar em Natal.

Sem acesso à residência, esses estudantes também não terão acesso a internet e a um ambiente relativamente mais adequado para estudo, ainda que nas condições precárias em que se encontra a residência da UFRN. As aulas já estão começando e esses estudantes não sabem como vão assistir as aulas.

Além disso, o próprio auxílio instrumental não caiu na conta da maioria dos contemplados, sendo que a reitoria adiou o início das aulas devido a esse atraso, mas até agora só vem provando o seu completo descaso com a permanência dos estudantes.

Recebemos via Whatsapp um depoimento anônimo de um estudante que relata a situação:

“Meu colega João voltou pra casa dos pais no começo da pandemia, antes do semestre remoto com caráter obrigatório ser aprovado e iniciado. Assim como ele, grande parte dos residentes votou casa no início da pandemia. O problema é que quando o semestre remoto obrigatório foi aprovado muitos desses alunos, em seus interiores, nem tinham acesso à Internet todos os dias pra checar as novidades sobre as aulas da UFRN, quem dirá assistir a um semestre remoto obrigatório. É por isso que a UFRN abriu edital para que esses alunos que precisam voltar para a residência, porque só aqui gozam de acesso à Internet e a um ambiente propicio a estudo. Mas ate agr a ufrn nao lançou edital dos alunos que podem voltar. Como se deslocar dos interiores pra cá sem que a ufrn avise antes das aulas começarem? algumas viagens são caras. No meu caso, eu permaneci na residência durante toda a pandemia. Assim como outros alunos. Para quem ficou por aqui foi aberto um período para justificar a permanência pelo resto do ano, enquanto acontece o semestre obrigatório. Entretanto, alunos que de outra forma não terão acesso às aulas do semestre e nem a um ambiente de estudos em seus interiores, tiveram sua permanência negada. Inclusive alunos com declaração de bolsista foram negados de continuar aqui. Um aluno simplesmente não apareceu na lista de permanência, nem como indeferido nem como deferido. Enquanto que, na lista de deferidos, apareceu o nome até de uma pessoa que já deixou de morar na residência. Mas mesmo pra quem conseguir ficar por aqui vai ser dificil acompanhar esse semestre. A maioria dos computadores não funciona, existem menos computadores funcionando que pessoas morando. Nenhum dos computadores tem webcam, nem microfone”

Não bastasse isso, o edital que estabelece as diretrizes do semestre remoto obrigatório afirma:

CAPÍTULO IV - 4.2. Ficará INADIMPLENTE com a assistência estudantil da UFRN o estudante que evadir-se de mais de 50% dos componentes curriculares matriculados e/ou reprovado por falta.

Quer dizer, a reitoria está preparando as condições para que os estudantes mais precarizados dentro da universidade percam suas aulas e ainda corram o risco de ter criar uma dívida no valor do auxílio instrumental caso reprovem por falta ou tranquem 50% das matérias. Os residentes ainda denunciam que está acontecendo novamente o atraso no pagamento do seu auxílio alimentação, que está sendo pago por conta do fechamento do RU na pandemia. O mesmo já aconteceu ano passado durante a reforma do restaurante.

Como denunciamos em outra matéria no nosso site, os trabalhadores terceirizados do setor 2 estão sem água pra realizar o serviço, e até mesmo para beber e usar o banheiro. Uma situação que desgosto dessa reitoria que não está nem aí pros trabalhadores. Terceirizados dos serviços gerais e da limpeza estão sofrendo demissões e cortes de salário com base na MO da Morte de Bolsonaro, sobretudo os de contrato informal, sem nenhuma informação pública da reitoria sobre isso.

É urgente debater com quais medidas vamos nos organizar para romper a separação entre os residentes, bolsistas do conjunto dos estudantes para travar uma luta comum contra a reitoria ao lado dos terceirizados. Por isso é urgente que o DCE atenda o chamado debatido em muitas assembleias durante a pandemia de que seja convocada uma assembleia geral dos estudantes para que possamos decidir de que forma responder ao avanço do EAD, aos ataques à permanência e aos trabalhadores.

Nós da juventude Faísca queremos ser parte dessa batalha, e viemos debatendo com vários estudantes sobre a necessidade de uma Comissões Independentes de Acompanhamento Crítico ERE, para que possamos debater sobre o ERE, educação e a precarização do trabalho na universidade, de forma independente da reitoria antidemocrática, que não quer que os estudantes sejam parte de decidir sobre a implementação ou não do ERE na UFRN.

 
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