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TERCEIRIZAÇÃO
Terceirizados do HC da USP foram 7 vezes mais infectados do que médicos que tratam a Covid-19
Redação

Pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da USP mostra que trabalhadores terceirizados foram 7 vezes mais infectados do que médicos e outros profissionais que trabalham em contato direto com pacientes da Covid-19 nas UTIs. Essa pesquisa evidencia que as condições precárias de trabalho e de vida são fatores de risco importantes quando se trata da contaminação pelo coronavírus.

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Foto: Trabalhadores de uma empresa terceirizada do Hospital das Clínicas de Salvador/BA que realizaram protestos nos meses de maio e agosto deste ano devido ao atraso de salários e do vale alimentação.

Dados recentes de um estudo que está sendo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mostram que trabalhadores terceirizados do HC foram 7 vezes mais infectados do que médicos e outros profissionais que trabalham com pacientes da Covid-19 em contato direto dentro das UTIs. A pesquisa foi realizada com 5 mil funcionários, e 6% daqueles que trabalham diretamente nas UTIs foram infectados, enquanto que entre trabalhadores da limpeza, lavanderia e segurança, a porcentagem chega a 45%.

O inquérito sorológico tem como objetivo mapear os riscos de contaminação dentro do ambiente hospitalar. Segundo dados do Ministério da Saúde, os profissionais da saúde são as principais vítimas da contaminação no Brasil. O Brasil também chegou a bater o vergonhoso recorde mundial de mortes de enfermeiros pela Covid.

O estudo no HC ainda evidencia uma realidade acachapante e já constatada em diversas outras pesquisas: a população pobre, que mora nas periferias e, em sua maioria negra, tem mais chances de se contaminar e morrer pela Covid, isso porque as precárias condições de vida e de moradia da população, bem como o não direito ao isolamento, os transportes superlotados e a falta de condições sanitárias adequadas nos locais de trabalho são um enorme fator de risco.

Realizamos várias denúncias neste diário sobre a falta de garantia de EPIs como máscaras e álcool em gel para trabalhadores em vários locais de trabalho, desde os hospitais até as agências dos Correios. Durante a pandemia, recebemos denúncias de funcionários no serviço de limpeza da USP por empresas terceirizadas, escancarando situações indignantes em que sequer álcool em gel e máscaras estavam sendo garantidos. Além disso, outros absurdos ocorreram na considerada melhor universidade da América Latina, com demissões massivas de terceirizados em meio à pandemia, e a não liberação de trabalhadores terceirizados parte do grupo de risco, sendo que alguns chegaram inclusive a falecer de Covid.

Esta realidade não está presente apenas na USP. Em várias universidades, trabalhadores terceirizados estão sendo demitidos, como na Unicamp, em que além das demissões, denunciamos aqui as condições insalubres e perseguições a que esses trabalhadores estão submetidos. Esta é a cara do trabalho terceirizado: precarização e descaso.

Toda essa realidade é consequência das políticas negligentes levadas à frente por Bolsonaro e pelos governadores, que são responsáveis pelas vidas perdidas e pela disseminação do vírus, levando essa negligência e descaso até para os hospitais. Até agora não foram garantidos testes massivos para a população e a realidade de demissões e falta de EPIs é agravada ainda mais com a própria atuação do Governo que, por exemplo, aprovou a MP 936 permitindo redução de salários em meio à pandemia, enquanto o preço dos alimentos sobem e as altas taxas de desemprego ficam cada vez mais escancaradas.

É inconcebível que estes trabalhadores que são linha de frente do combate à pandemia, seja em contato direto com o tratamento dos pacientes ou mantendo o funcionamento dos hospitais e de outros serviços sejam relegados à essas situações. Defendemos um sistema de saúde centralizado e gerido pelo trabalhadores da saúde. São eles que reconhecem as necessidades e podem dar um combate consequente à pandemia. A própria pesquisa realizada no HC da USP mostra, ainda, que testes massivos são muito fundamentais. Há uma enorme subnotificação dos casos de Covid e somente com testagem será possível saber quem está realmente infectado e, assim, levar a frente um combate à pandemia com informações reais, além da fundamental garantia de EPIs.Os governos alegam não ter mais verba para manter o auxílio dos desempregados ou para a saúde e educação, então por que não param de pagar a dívida pública, trilhões por ano saqueados pelos países imperialistas dos países semicoloniais? Defendemos um auxílio emergencial de R$ 2.000 reais, valor médio do salário do trabalhador, e a proibição das demissões.

Nossas vidas valem mais que o lucro deles!

 
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