Em mais uma amostra do que pretende fazer se for eleita, a pré-candidata do PT - com apoio do PSOL - à prefeitura do Recife, Marília Arraes, disse em declaração que:
"Sou oposição ideologicamente, milito num campo totalmente oposto ao do Governo Bolsonaro, discordo de diversas das suas ações, mas minha divergência não pode ser maior do que o interesse do Recife. (...) A gente precisa dialogar, sim, com quem é oposição a nós." E completou: "Vou ser oposição ao governador (Paulo Câmara), vou ser oposição ao presidente, mas vou ter uma relação que venha a facilitar a nossa gestão, que venha buscar recursos”
Com isso, Marília Arraes já demonstra que longe de se pretender ser qualquer oposição ao PSB e a Bolsonaro, Marília pretende repetir a velha receita petista de administração capitalista, aceitando os ditames do regime imposto pelo golpe institucional de 2016 e também as condições do governo Bolsonaro, se limitando a "tentar negociar".
É o mesmo que se passa nas gestões estaduais do PT, onde por exemplo foram implementadas reformas da previdência, sob a base de repressão. Na Bahia, governada por Rui Costa, além da reforma da previdência o governador também cortou o salário dos professores em greve e recentemente Fátima Bezerra elgoiou a PM e disse que Bolsonaro tinha compromisso com a população.
O PT municipal, que rechaçou a declaração, faz por pura demagogia, pois apoia na verdade a aliança com o PSB e apoia a política dos governadores.
Cada vez mais o PT vem mostrando que longe de querer fazer qualquer oposição séria a Bolsonaro e os golpistas, seu plano é de ser um administrador "à esquerda" de todo a obra do golpe institucional. É por isso que o apoio à Marília, longe de fortalecer a resistência a Bolsonaro como diz o PSOL, é o caminho para a derrota.
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