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SALÁRIO
PIB: Consumo das famílias cai 12,5% no segundo trimestre
Redação

Dados do PIB do segundo trimestre mostram que o consumo das famílias sofreu uma queda de 12,5% no segundo trimestre de 2020, maior do que a queda do próprio PIB, que foi de 9,7%.

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Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça (01/09). O consumo das famílias é o principal componente do PIB pela ótica da demanda, tendo representado 64,9% do total do PIB brasileiro em 2019.

Em relação ao PIB do primeiro trimestre, que já havia apresentado queda de 2,5% devido aos primeiros efeitos da crise gerada pela pandemia de Covid-19, a queda no PIB foi de 9,7%. No entanto, o consumo das famílias apresentou uma queda de 12,5% e a formação bruta de capital fixo (FBCF) caiu 15,4%. O que evitou uma queda ainda maior do PIB foi que o consumo do governo apresentou queda de 8,8%, e as exportações cresceram 1,8%, somado a uma queda de 13,2% nas importações. O efeito no comércio exterior ocorre, principalmente, por causa do aumento do preço do dólar.

Desemprego e exclusão da força de trabalho

Pode-se buscar diversas razões para esta queda tão brusca no consumo das famílias. Um ponto importante é o aumento da taxa de desemprego que, segundo a Pnad Contínua do 2º trimestre, foi de 13,3% no país durante o trimestre, contra 12,2% no primeiro trimestre, mas apresentando grandes variações regionais. Na Bahia, esta taxa foi de 19,9%. Além disso, em Sergipe houve um crescimento de 4,5% na taxa de desemprego entre o primeiro e o segundo trimestre do ano.

Outro ponto fundamental é a quantidade de pessoas excluídas da força de trabalho, ou seja, que não são consideradas nem empregadas nem desempregadas. Este contigente chega a 44,7% nacionalmente no segundo trimestre, contra 39% no primeiro. O Nordeste é a única região onde representa mais de metade do total, chegando a 53,1% da população.

Além disso, nem todos são atingidos igualmente por estes males. Mulheres, jovens e negros são atingidos de maneira bastante desproporcional. A taxa de desocupação entre as mulheres é de 14,9%, e elas representam 63,7% da população fora da força de trabalho. O desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos é de 29,7%, mais do que o dobro da média nacional. Além disso, os negros são 63,9% dos 12,8 milhões de desempregados no Brasil, além de 56,2% da população fora da força de trabalho.

Renda

Além da variação do nível de emprego, temos que estudar a variação do nível de renda. Pegando os dados da Pnad Contínua, constata-se que a renda média do trabalho recebida no segundo trimestre de 2020 foi de R$ 2500, um aumento de R$ 161, ou 6,8%, em relação ao 2º trimestre de 2019. O que a princípio parece uma boa notícia, deve ser visto também no contexto de que a massa de rendimentos foi R$ 203,5 bilhões, queda de 4,5% em relação ao mesmo período. O que se pode concluir destes dados é que o aumento da renda média do trabalho, em um cenário de aumento de desemprego, se dá pois aqueles que conseguiram manter seus empregos e seus rendimentos são precisamente os que possuíam rendimentos melhores. Tal fato é corroborado pelo dado de a porcentagem de empregados do setor privado com carteira assinada passa de 75% em 2018 para 77,7% em 2020.

Perante tal situação, é absurdo o anúncio do governo Bolsonaro de que irá diminuir o valor do auxílio-emergencial para R$ 300, valor que não é suficiente nem para comprar uma cesta-básica em muitas capitais. Além disso, Bolsonaro ainda prorrogou a MP 936. Esta medida provisória permite a redução da jornada de trabalho, com redução de salário, ou até mesmo a suspensão do contrato de trabalho, com suspensão também do pagamento. Estas medidas tornam-se ainda mais criminosas com a divulgação destes dados, que demonstram a grave situação econômica do país.

 
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