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EDUCAÇÃO
Governo do Rio obriga alunos sem internet a voltarem às aulas e se exporem ao vírus
Redação

Pedro Fernandes anunciou a imposição da reabertura das escolas da rede estadual de ensino a partir do dia 5 de outubro para estudantes que não têm acesso à internet em regiões com Bandeira Amarela duas semanas antes desta data.

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De maneira autoritária e sem consulta as comunidades escolares, o secretário de educação do governo do Rio de Janeiro, Pedro Fernandes confirmou que o governo irá impor a reabertura da escolas durante a pandemia a partir de 5 de Outubro. O critério será o de que serão abertas em regiões com bandeiras amarelas duas semanas e, em uma tentativa cínica de se esquivar da responsabilidade, declarou em um áudio divulgado nas redes sociais que as escolas só serão abertas em acordo com as prefeituras municipais. A decisão entrou em alinhamento com a prefeitura do Rio de Janeiro, após reunião entre governador em exercício, Cláudio Castro e prefeito Marcelo Crivella, nesta segunda-feira (01), no Palácio Guanabara, sede do governo estadual.

A secretaria de Estado de Educação informou em nota, que o objetivo da medida é assegurar que os alunos possam dar continuidade aos estudos na plataforma Google Classroom: “Para garantir o distanciamento entre os estudantes, recomendado pela Secretaria de Estado de Saúde, as salas de aula serão transformadas em laboratórios de informática. Cada escola organizará a utilização de seus espaços, que vão funcionar três vezes por semana.”

O que é bonito na teoria, torna-se um desastre na prática. Vale ressaltar, que no concreto, as medidas do governo do Estado do Rio de Janeiro, não respondem em absolutamente nada os interesses dos jovens alunos no estado, colocam um argumento preocupado com a educação dos alunos, quando na verdade sua verdadeira intenção é efetivar uma "retomada da economia" no estado, mantendo a exploração dos trabalhadores em plena pandemia. É uma medida que irá expor ainda mais os alunos ao novo coronavírus, que por consequência acabarão sendo uma via de contágio aos seus familiares, principalmente os grupos de riscos.

Os profissionais da educação na rede estadual que atualmente já se encontram sofrendo fortes ataques econômicos, com salário congelado há seis anos, forçados desta forma a se sobrecarregarem com as precárias GLPs, e que foram jogados em uma dinâmica de Ensino a Distância sem qualquer planejamento ou apoio material, também serão diretamente afetados. Muitos professores já se encontram nas faixas etária com maior risco e serão forçados a voltarem ao trabalho em um ambiente estará insalubre sem sequer receberem equipamentos de proteção individual adequados.

O que vale deixar bem ressaltado é que as medidas do governo do Rio são ineficazes frente à crise que enfrentamos atualmente, na qual em maioria os alunos que o governo intenta levar as salas de aula novamente não possuem conexão à internet em casa, enfrentando duras condições de vidas, fruto da precarização do trabalho que seus próprios familiares possuem ou, na pior das hipóteses, o desemprego. Devido a estas mesmas razões muitos alunos sequer tiveram o direito de fazer quarentena, tendo que trabalhar para ajudar no sustento da família.

Destacamos também que as pessoas mais expostas ao novo coronavírus, serão os setores mais pobres da população, que moram em periferias, profissionais e alunos estes que terão que retornar às escolas em condições precárias, porque os laboratórios e condições de ensino que o governo anuncia, na prática, são bem diferentes da realidade de fato das escolas do Rio de Janeiro. Não existe segurança aos alunos e nem a possibilidade de que os mesmos se contaminem, até mesmo porque, se houvesse, seria de comum acordo com a categoria, o que na verdade não aconteceu. Tal decisão não foi tomada em conjunto com a categoria, sendo colocada de forma autoritária, sem nenhum tipo de debate.

A decisão de como e quando retornar às escolas não cabe a Secretaria de Saúde ou de Educação, que expressam na pratica que não sabem o que fazer. Tal decisão deve partir das comunidades escolares, sem nenhuma confiança nas Secretarias, principalmente na Secretaria de Saúde que chegou a mudar o critério de classificação de risco para permitir que as aulas retornem. Assim deixaram claro que o retorno às aulas não se dá pela diminuição de casos pela COVID-19 e sim porque eles determinaram que o risco na atual conjuntura é aceitável.

É necessário que o Estado garanta internet assim como computadores para cada professor e estudante, que muitas vezes não possuem estes itens no seu dia a dia, ou que precisaram dispender de seu próprio orçamento para conseguirem trabalhar/estudar, oferecendo uma verdadeira igualdade de acesso, e não mentindo ao dizer que irão "equipar" escolas, enquanto a população segue padecendo os agravos dessa pandemia no dia a dia. É fundamental que Estado garanta o emprego de todos os trabalhadores terceirizados, proibindo qualquer demissão no período da pandemia, bem como um auxilio emergencial para os estudantes para que eles não precisem deixar a educação e buscar trabalho, aumentando o risco de contaminação pelo novo coronavírus em vários níveis, assim como garantir cestas básicas para os alunos, que inclusive estão sendo distribuídas, mas como bem sabemos não supre as necessidades reais das comunidades escolares.

Tais exigências respondem as necessidades tanto dos profissionais da educação, quanto dos familiares dos alunos, pais e mães, que durante todo o período da pandemia não tiveram direito a quarentena e nem a uma alimentação saudável e presente no dia a dia, seguiram trabalhando se expondo tanto no transporte como no trabalho.

Só com a organização da categoria em conjunto com as comunidades escolares é que conseguiremos barrar as iniciativas do governo, construindo uma grande batalha contra as medidas imediatistas desse governo de extrema direita que rifa nossas vidas e de nossos jovens em troca de seus lucros e privilégios.

Pode te interessar: Não à reabertura das escolas! Por um plano emergencial imposto pelas comunidades escolares!

 
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