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VIOLÊNCIA POLICIAL
Um ano se passou sem justiça para José Júnior, pedreiro baleado pela polícia no RJ
Redação

No dia 3 de setembro de 2019 uma ação policial levava a vida e José Pio Baía Junior na Vila Kennedy, comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O trabalhador foi alvejado nas costas com um tiro de fuzil enquanto trabalhava em uma laje, ele segurava um martelo quando levou o disparo. Em outubro daquele ano, foi realizada uma reconstituição do crime, porém o laudo ainda não foi disponibilizado para a família ou para a advogada que acompanha o caso.

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No dia 3 de setembro de 2019 uma ação policial levava a vida e José Pio Baía Junior na Vila Kennedy, comunidade na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O trabalhador foi alvejado nas costas com um tiro de fuzil enquanto trabalhava em uma laje, ele segurava um martelo quando levou o disparo. Em outubro daquele ano, foi realizada uma reconstituição do crime, porém o laudo ainda não foi disponibilizado para a família ou para a advogada que acompanha o caso.

Naquele mesmo dia o BOPE ainda realizou uma ação na Cidade de Deus que destruiu 10 barracos e gerou revolta da população, que fechou a Avenida Brasil em protesto. Segundo os moradores da região e o dono do estabelecimento no qual José trabalhava, não houve confronto antes dos disparos, desmentindo a versão da polícia que alegou ter sido recebida a tiros por cinco criminosos. Trata-se de um caso de violência policial que sempre usa de métodos truculentos para bater, prender ou matar a população pobre e negra, o Rio de Janeiro é palco das maiores brutalidades desse braço armado do estado que serve para reprimir e assassinar os trabalhadores.

Segundo os moradores, os mesmos policiais seguem fazendo operações na Vila Kennedy e nada mudou desde o assassinato de José. Agora, um ano depois, sequer a família tem direito a uma conclusão ou qualquer tipo de suporte, escancarando o verdadeiro papel dessa instituição. Em entrevista para O Globo, Jorge, irmão de José, relatou esse descaso e as consequências sofridas pela família:

“Não tivemos qualquer ajuda, nem o acompanhamento psicológico oferecido pelos representantes do Estado que nos procuraram no dia do crime. Não ligaram nem para perguntar se estava tudo bem. A minha mãe, que pouco tempo antes tinha vivido o luto pela perda do meu pai, vive uma depressão. A minha sobrinha não tem a mesma cabeça de antes, sofreu muito porque o pai saiu de casa prometendo levar o jantar. Isso marcou. O Miguel [neto] sentiu bastante a perda, era muito apegado ao avô. Até o processo de aprendizagem dele ficou prejudicado. Tem sido difícil, angustiante, mas nós seguimos lutando.”

A mesma justiça que até hoje não respondeu quem mandou matar Marielle Franco, é incapaz de fechar o inquérito de um crime com dezenas de testemunhas, isso porque os responsáveis são policiais que não cometerem nenhum engano, chegam na favela atirando sem perguntar pois esse é o procedimento padrão, essa é a conduta esperada. Naquele ano o RJ batia recordes de mortes por intervenções policiais e os números seguem crescendo mesmo em meio a pandemia. É parte da política criminosa de Crivela, Witzel e Bolsonaro, que precarizam nossas condições de trabalho de um lado enquanto tiram nossas vidas de outro. Apenas uma investigação independente, realizada por representantes das comunidades e dos trabalhadores, juntamente com parlamentares e organizações de esquerda pode trazer justiça para José Júnior, Marielle e tantos outros assassinados pelas mãos do estado.

 
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