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Centenas protestam em frente à Casa Branca durante discurso de campanha de Trump
Redação

Centenas de pessoas se reuniram em frente a Casa Branca ontem (27) exigindo a saída de Trump durante o discurso em que o reacionário aceitava a indicação do Partido Republicano para a reeleição.

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Foto: Jose Luis Magana / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio às manifestações contra o seu mandato e contra à violência policial, aceitou formalmente a candidatura à reeleição nesta quinta-feira (27), no encerramento da Convenção Nacional do Partido Republicano. O discurso de maneira oficial abriu a corrida pela Casa Branca, com as eleições americanas marcadas para novembro. Trump discursou para 1500 pessoas, sem máscara, e pouco importando-se com o forte protesto que acontecia concomitantemente ao seu discurso.

Os manifestantes reuniram-se, movidos pelo recente ataque policial a Jacob Blake, que foi baleado pelas costas pela polícia em Wiscosin, dando uma resposta de repúdio à disputa eleitoral de Trump. Entre as falas dos manifestantes, havia os dizeres "Temos que tirar Trump, temos que destruir o sistema completo”, “Precisamos de uma revolução" e "Este presidente e o vice não irão fazer nada, porque não são eles que levam tiros nas ruas", além de cartazes escrito "A polícia é a ferramenta do fascismo".

Isso mostra claramente a consciência da população de que a saída para a violência policial e para a crise econômica e sanitária passa por superar esse sistema eleitoral podre, comprometido em manter representantes que alimentam o farol do imperialismo, explorando os trabalhadores e usando a força policial para liquidar qualquer forma de levante.

Essa mesma consciência foi responsável por incendiar os Estados Unidos há 3 meses após o assassinato de George Floyd, tendo a fúria negra influenciado diretamente os protestos antifascistas no Brasil e as paralisações dos entregadores deaApp, setor extremamente precarizado e majoritariamente negro, masculino e jovem. Hoje, essa fúria negra é reacendida novamente com o brutal ataque à Jacob Blake, jovem negro que foi baleado pelas costas pela polícia sem motivo algum.

Nesse sentido, movidos por essa maré de acontecimentos, havia nas manifestações contra a disputa eleitoral de Trump uma desconfiança total no próprio sistema eleitoral e uma maior tendência a uma saída à esquerda para os problemas que o país e o mundo enfrenta.

Assim, há um giro à esquerda a nível de massas nos EUA, com amplo apoio ao movimento Black Lives Matter na maioria da população que, naquele país, é branca. Isso tem consequências, como o enfraquecimento das correntes xenófobas de extrema direita que vinham crescendo desde o Brexit. Trump vem sendo um alvo central das manifestações, como essa do dia 27 de agosto, e vê cada vez mais longe a possibilidade de reeleição. Há um enorme rechaço às forças repressivas do Estado, à polícia e um questionamento ao despotismo patronal nos locais de trabalho, todos pilares da exploração nos EUA.

O candidato democrata, Joe Biden, apesar de dizer que apoia as manifestações do Black Lives Matter, não é uma alternativa para a luta da classe trabalhadora e dos negros. Ele tenta de todas as formas conseguir uma maior confiança da população e capitalizar essa revolta em votos nas eleições, com o objetivo de desviar a luta nas ruas e fortalecer o partido democrata.

Além disso, nessa Convenção Nacional do Partido Republicano, em meio a pronunciamentos racistas e xenófobos de Trump, como "A China será dona de nosso país se Joe Biden se eleger. Diferentemente dele, eu vou fazê-la completamente responsável pela tragédia que causaram" e "Fiz mais pela comunidade negra em três anos do que Joe Biden fez em 47 anos [de carreira], e, quando eu for reeleito, o melhor ainda estará por vir", Trump tenta se colocar no mesmo lado tanto dos seus aliados supremacistas quanto dos opositores negros. Suas falas são mentirosas, pois, na verdade, os negros são os que mais estão expostos ao coronavírus nos Estados Unidos, tendo que ir trabalhar sem condições adequadas de segurança e de saúde.

Além disso, eles também são o alvo principal da força policial, que é a ferramenta para reprimir a revolta dos negros e dos trabalhadores, muito bem compreendido pelos manifestantes com o cartaz "A polícia é a ferramenta do fascismo".

Não nos enganemos também com o objetivo da direção Democrata que, mesmo dizendo “apoiar os movimento sociais”, busca, na verdade, conter a ação direta das massas e canalizar a raiva da população em um tsunami de votos nas eleições, cooptando setores de massas para vias institucionais, clássica atuação desse partido imperialista conhecido como “coveiro de movimentos sociais”.

Por isso, nós do MRT estamos junto do Left Voice, corrente irmã do MRT nos EUA, e de toda população norte-americana que exige o fim da polícia, justiça por todas as vítimas da violência policial e soluções reais para a crise do capitalismo. A força das mobilizações que emergiram há 3 meses nos EUA por Justiça a George Floyd, com união de toda população oprimida aos trabalhadores, mostra o caminho.

 
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