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Dois manifestantes mortos na terceira noite de protestos por justiça para Jacob Blake
Juan Andrés Gallardo
Buenos Aires | @juanagallardo1

Ao menos dois manifestantes foram assassinados na terceira noite de protestos em Wisconsin após o ataque de civis armados com pistolas e metralhadoras. Antes do ataque os manifestantes haviam sido reprimidos pela polícia e a Guarda Nacional com gases lacrimogênios e balas de goma. Denunciam uma atuação comum entre a Polícia e as milícias supremacistas.

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Pelo menos dois manifestantes foram assassinados e um ficou gravemente ferido durante a terceira noite de protestos por justiça para Jacob Blake na cidade de Kenosha, Wisconsin.

Um grupo de civis armados atacou aos manifestantes com pistolas e metralhadoras depois que as manifestações foram reprimidas pela Polícia e a Guarda Nacional que foi comandada pelo governador democrata de Wisconsin.

Não é a primeira vez que civis armados e grupos supremacistas brancos aparecem nas manifestações contra a brutalidade racista policial. Já o fizeram em outras ocasiões com a desculpa de defender a propriedade e os negócios, ameaçando aos manifestantes do Black Lives Matter, o que foi festejado e promovido pelo presidente Donald Trump.

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A cidade de Kenosha, viveu nesta terça-feira a terceira noite de protestos apesar do estado de sitio e a chegada da guarda Nacional decretadas pelo governador, depois do brutal ataque da polícia ao jovem afroamericano Jacob Blake, a quem dispararam sete tiros pelas costas e se encontra hospitalizado e paraplégico.

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Alguns manifestantes denunciam em redes sociais a ação conjunta da Polícia e milícias armadas contra os protestos.

No início dos protestos a Polícia reprimiu com gases lacrimogênios e balas de borracha, e advertiu aos manifestantes que estavam violando o toque de recolher que havia começado às 8 da noite. Depois de jogar gás por várias vezes a Polícia dispersou aos manifestantes pelas ruas da cidade.

Alguns manifestantes se dirigiram a uma estação de serviço a vários quarteirões de distância, onde viram um grupo de civis armados com pistolas e metralhadoras, que os ameaçaram e lhes disseram que fossem embora dali porque eles iam proteger o lugar.

Quando a situação já era tensa, a Polícia chegou com caminhões blindados, forçando os manifestantes a abandonar o lugar e encorajando aos grupos armados que depois terminaram disparando contra os que ainda se encontravam no lugar assassinando a um deles e ferindo a um terceiro.

Muitas pessoas identificaram a um de seus agressores. Seria Kyle Rittenhouse, um jovem que nas redes sociais tem fotos com a legenda "Blue Lives Matter" (a vida dos policiais importa) e que segundo videos registrados na madrugada desta quarta-feira ele foi visto se aproximando de um grupo de policiais com absoluta segurança.

Esta atuação comum entre milícias de brancos supremacistas e membros das polícias locais se converteu em algo absolutamente natural e está respaldada pelas ações dos governadores, muitos deles democratas como no caso de Wisconsin, que ordenam o toque de recolher, destacam a Guarda Nacional e militarizam o lugar. Também tem, diante de tudo, o respaldo do próprio presidente Trump que nos últimos anos não só justificou a atuação de grupos supremacistas como em Charloteville, mas também acusou aos manifestantes do Black Lives Matter de bandidos radicais na Convenção Republicana, que começou nesta segunda-feira para nomeá-lo como candidato as eleições de novembro, esteve presente um casal que havia ameaçado a manifestantes antirracistas com pistolas e metralhadoras na porta de sua casa durante os protestos que seguiram após o assassinato de George Floyd.

Porém, esta ação comum entre as milícias e a Polícia tem raízes ainda mais profundas. Se encontram na própria natureza racista do capitalismo e o Estado estadunidense. Desde a fundação das primeiras polícias locais e a ordem dos grandes donos de terras e da Ku Klux Klan para amedrontar e perseguir escravos primeiro, segregar aos afroamericanos depois e finalmente manter uma política punitivista com a comunidade. Este último inclui o encarceramento massivo de afroamericanos como a estigmatização mediante desigualdade social e econômica permanente. Esta política foi sustentada e respaldada tanto por democratas como por republicanos.

A potência do movimento Black Lives Matter que reemergiu após o assassinato de George Floyd e agora após o ataque a Jacob Blake vem questionando esse profundo racismo estrutural, e o faz em meio a campanha eleitoral que está por começar. Trump já demonstrou que sua jogada é de polarizar a sua base social e apostar em uma política de "lei e ordem" que atiça ainda mais os grupos supremacistas e a atuação descontrolada das polícias contra os manifestantes. Enquanto isso o democrata Joe Biden, só pediu uma investigação transparente, algo que está muito atrás de um movimento que não só chegou a exigir em alguns casos o desfinanciamento e abolição da Polícia, mas que também colocou em questionamento as próprias bases racistas do capitalismo estadunidense.

 
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