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GOVERNADORES PT NORDESTE
Rui Costa e o vale tudo de alianças do PT "contra Bolsonaro"
Tatiane Lopes

Rui Costa (PT/BA) disse que o PT deve fazer aliança eleitoral em 2022 com “todo mundo” que não esteja “corroborando” com “atos de truculência” do presidente Jair Bolsonaro, que segundo ele inclui até DEM e PSDB.

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Rui Costa, governador da Bahia pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e presidente do Consórcio do Nordeste, defendeu em entrevista ao "O Globo" que o PT deve fazer aliança eleitoral em 2022 com “todo mundo” que não esteja “corroborando” com “atos de truculência” do presidente Jair Bolsonaro, aliados que, segundo ele, incluem até DEM e PSDB.

Rui Costa não apenas fala sobre a amplitude das alianças que está disposto à defender para 2022, mas também sobre quais políticas se enquadram no que ele chama de uma disputa de projeto de país, que se daria entre Bolsonaro e todo o resto dos partidos, incluindo de direita, centro e esquerda do regime político. Para ele, nesse projeto que precisa ser "dialogado", cabem todos. "Quantos temas nós já chegamos e já discutimos com o Doria (PSDB), com o Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande Sul", declara com naturalidade.

De fato, os temas de interesse de Rui Costa combinam bastante com esse tipo de diálogo, já que incluem acordo, por exemplo, com a reforma da previdência, que na Bahia durante seu governo foi aprovada à base de repressão contra manifestantes, sendo uma das versões estaduais mais próximas à severidade da reforma federal de Bolsonaro. Esse tema, que dividiu águas no país, por se tratar de um dos maiores ataques aos direitos conquistados da classe trabalhadora na história recente, mostra como o PT, onde governa, nem tenta de distinguir da direita tradicional.

Não é só na reforma da previdência que residem os acordos entre PT e a direita neoliberal. Sobre o tema das privatizações, Rui Costa afirma que "Uma pessoa muito pobre quando vai ao hospital não quer saber a forma como aquele médico foi contratado. Ela quer o serviço gratuito, universal e de absoluta qualidade.". Como se não bastasse a repetição da ladainha neoliberal de que os serviços públicos são ruins e se privatizar melhora, o petista deixa explícito um dos pilares de todos os governos do PT nos anos anteriores ao golpe, a precarização do trabalho, a terceirização que avança ainda mais com a uberização, desvalorizando o salário do trabalhador, flexibilizando direitos e aumentando os lucros dos empresários enquanto entregam serviços de pior qualidade.

Durante a pandemia, assim como Dória, Leite, Witzel e seus "aliados contra o bolsonarismo", os governadores do PT no nordeste tentaram apresentar um retrato falso de um combate sério à doença, enquanto restritos ao "fica em casa", não disponibilizaram testes em massa para a população, nem garantiram leitos e atendimento de qualidade à todos que precisassem, o que passaria por centralizar o sistema de saúde, incluindo o aparato da rede privada para o atendimento de toda a população.

Não é possível enfrentar politicamente o bolsonarismo defendendo quase a mesma política econômica neoliberal de Paulo Guedes. De discurso hipócrita contra a desigualdade social os trabalhadores desse país estão exaustos, enquanto perdem suas vidas pedalando sem direitos, trabalhando até morrer, humilhados e assassinados pelo racismo da polícia, com medo da covid, do desemprego e da miséria.

Mesmo que não seja novidade, inclusive é bom lembrar do recente apoio do PT ao mdbista bolsonarista de Belfort Roxo, a insistente trajetória de alianças entre o PT e partidos da direita mais tradicional e neoliberal do país segue refletindo os mesmos erros do passado que nos levaram ao golpe de 2016 e à eleição manipulada de Bolsonaro. Não podemos esquecer que foi em nome da "governabilidade" que Lula e Dilma rechearam o governo de fundamentalistas religiosos, corruptos reconhecidos e todo o centrão, que rapidamente se tornaram golpistas quando foi conveniente.

A única saída política viável para os trabalhadores enfrentarem os ataques de Bolsonaro e as consequências da crise, passa pela superação do PT e seu projeto de conciliação de classes, tarefa fundamental que insistimos em discutir com os companheiros do PSOL, que equivocadamente vem estabelecendo alianças eleitorais com esse partido em vários locais do país. Poderíamos partir da construção de um pólo político pelo "Fora Bolsonaro e Mourão", onde nós do MRT e Esquerda Diário entendemos que para enfrentar o conjunto do regime que quer que nós trabalhadores paguemos pela crise é preciso defender uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, onde possamos mudar todas as regras do jogo e não apenas os jogadores.

 
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