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#BLACKLIVESMATTER
Jacob Blake fica paraplégico depois de baleado pela polícia e cresce a indignação
Juan Andrés Gallardo
Buenos Aires | @juanagallardo1

O pai de Jacob Blake, o jovem afro-americano baleado pela polícia nos Estados Unidos, disse que seu filho ficou paraplégico da cintura pra baixo. Cresce a indignação após segunda noite de protestos em várias cidades do país

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O pai de Jacob Blake, o jovem afro-americano que foi baleado por policiais em Kenosha, uma cidade no estado americano de Wisconsin, disse na terça-feira que seu filho estava paraplégico da cintura para baixo. A notícia que mais gerou indignação entre os manifestantes veio depois do segundo dia de protestos com passeatas em diferentes cidades do país, algumas das quais reprimidas pela polícia e pela guarda nacional.

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O pai de Jacob Blake disse ao Chicago Sun-Times que os médicos que atenderam seu filho lhe disseram que ele foi baleado oito vezes pela polícia no domingo à tarde em Kenosha.

O pai de Blake, também chamado Jacob, que falou ao jornal enquanto dirigia para ver seu filho em Kenosha, saindo de Charlotte, Carolina do Norte, disse que soube dos acontecimentos na noite de domingo e logo depois pôde ver o vídeo, no qual dois policiais são vistos atirando em seu filho pelas costas.

A indignação com o caso foi sentida novamente nas ruas de Kenosha na segunda-feira, pela segunda noite consecutiva, com a polícia disparando gás lacrimogêneo contra centenas de manifestantes que desafiaram o toque de recolher noturno e a implantação da Guarda Nacional ordenada pelo governador democrata.

Em Portland, Oregon, onde os protestos noturnos continuaram por quase três meses, os manifestantes fizeram uma marcha cantando por justiça para Jacob Blake.

Em Seattle, marchas em solidariedade a Kenosha foram encabeçadas por uma linha de manifestantes segurando escudos para se defender da polícia.

Em Nova York, uma grande marcha aconteceu, passando pela Quinta Avenida e pela Times Square, cantando por Jacob Blake.

Protestos também ocorreram em Minneapolis e Los Angeles.

Algumas figuras reconhecidas expressaram sua raiva, como é o caso de LeBron James. “Como negros na América, estamos com medo. Homens negros, mulheres negras, crianças negras, todos nós estamos aterrorizados”, disse o astro do basquete do Los Angeles Lakers.

O novo caso de violência policial racista, poucos meses após o brutal assassinato de George Floyd, que gerou protestos históricos nos Estados Unidos, ocorre no meio da disputa pelas eleições presidenciais de novembro.

Esta é uma má notícia para Joe Biden, o candidato democrata que estava esperando os protestos contra a violência racial diminuírem, e agora teve que se pronunciar depois do tiroteio em Wisconsin. No entanto, apenas destacou que espera uma "investigação justa e transparente", algo muito distante das afirmações do movimento Black Lives Matter que revelou que o racismo nos Estados Unidos é institucional e de Estado. Ativistas em diferentes partes do país tinham começado a levantar desde o desfinanciamento da Polícia até sua abolição, no auge dos protestos pelo assassinato de Floyd. O ataque a Jacob Blake pode reacender o estopim dos protestos, tornando-se um problema para a campanha moderada de Biden.

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Trump, por sua vez, está no meio da convenção do Partido Republicano que o coroou como candidato na segunda-feira, na cidade de Charlottesville, a mesma em que anos atrás um grupo de supremacistas brancos, defendido por Trump, atacou manifestantes anti-racistas. Após o assassinato de Floyd, Trump havia acusado os manifestantes dizendo que eram grupos radicalizados e escalado para uma retórica de "Lei e Ordem", que é o que mantém até hoje e com a qual pretende fazer campanha para garantir parte de sua base eleitoral conservadora e supremacista.

De fato, no dia da Convenção Republicana na segunda-feira, esteve presente um casal que ameaçou os manifestantes do Black Lives Matter com uma pistola e uma metralhadora meses atrás, com o objetivo de defender o uso de armas e aproximar os muitos seguidores da associação nacional de rifles.

A indignação com a brutalidade contra Blake ameaça não apenas reacender os protestos em todo o país, mas instalar a questão da violência policial e do racismo institucional em meio à campanha eleitoral.

 
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