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Bolsonaro, Guedes, Maia e Centrão alinham-se para vetar reajuste salarial dos trabalhadores linha de frente no combate ao vírus
Pedro Pequini

Em meio a um cenário catastrófico no Brasil, no qual o número de mortos oficiais por covid-19 bateu a casa dos 113.000 e o desemprego já é o maior desde quando se começou a registrar, a Câmara dos Deputados alinhou-se à política ultraneoliberal de Guedes e vetou reajuste salarial para os trabalhadores que são linha de frente no combate ao vírus.

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(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Trabalhadores da saúde, segurança pública, educação pública, limpeza urbana, serviços funerários e assistência social, que são linha de frente no combate ao vírus, nessa guerra sem armas, terão seus salários insuficientes congelados até o final de 2021 graças à votação da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (20). Nela barrou-se, por um contraste de 316 votos sim (pela manutenção do veto) a 165 votos não (pela derrubada) e duas abstenções o reajuste salarial dos trabalhadores do funcionalismo público que estão em situação de extrema vulnerabilidade nesta pandemia.

Na quarta (19), o Senado, sentindo as possíveis convulsões que poderiam surgir de setores precários do funcionalismo público, uma das principais bases de oposição ao governo, tinha votado pela derrubada do veto. Para que o trecho fosse restaurado, no entanto, era preciso que as duas Casas do Congresso votassem nesse sentido. Rodrigo Maia “passou por cima” das antigas divergências com o Governo Bolsonaro e junto com o centrão vetou reajuste salarial até 2021.

Como justificativa, Guedes diz que essa medida custaria cerca de R$ 130 bilhões nas contas públicas e que a atitude do Senado, de aprovar o reajuste salarial, teria sido um “crime contra o país”. Quando se lembra do pacote anunciado pelo Governo de um repasse aos bancos no valor de R$ 1,2 trilhão, entretanto, escancara-se as prioridades de Bolsonaro e Guedes: para eles, o país são os empresários, os donos de multinacionais e os banqueiros, de forma que atentar contra o Brasil significa priorizar os trabalhadores que estão fazendo tudo acontecer ao invés desses vampiros da nossa classe. Querem que sejamos nós a pagar pela crise criada por eles!

Como se isso não bastasse, Maia fez demagogia dizendo que “é hora de todos fazerem sacrifícios”, comparando-se aos trabalhadores linha de frente, pois também seria parte do funcionalismo público. Todavia, será que o presidente da Câmara dos Deputados sobreviveria à essa pandemia recebendo o salário de uma professora da rede pública ou de uma enfermeira? Será que ele aguentaria sobreviver em meio a pandemia sem receber salário nem auxílio emergencial, como é o caso dos professores categoria O e eventuais do estado de São Paulo? Pare de fazer demagogia com a nossa classe! Que um deputado ganhe o mesmo que uma professora!

Além disso, a lama aumenta ainda mais, porque fica impossível de engolir esses absurdos quando os trabalhadores olham para o lado e veem o governo Bolsonaro aumentando os privilégios dos militares nessa pandemia, com aumentos salariais e de auxílios. Esse setor, juntamente com os banqueiros, são prioridade para Bolsonaro e Guedes, porém se dependesse deles a nossa sobrevivência durante essa crise sanitária, viveríamos de balas e juros. Quem será que é essencial, os trabalhadores que fazem tudo acontecer ou eles que roubam de nós o nosso sangue e suor?

Os trabalhadores precisam perceber que são a classe essencial, que sem nós nada acontece, e assim, ao invés de aceitar que sejam os deputados, Maia, Bolsonaro e Guedes a decidir as leis que dizem respeito às nossas vidas, precisamos tomar o poder de escrever as nossas próprias leis! Nesse sentido, é necessário lutar por uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta pela nossa luta para não só mudar os jogadores, mas também as regras do jogo! A fim de concretizar isso, elegeríamos em cada local de trabalho um delegado que defenderia nessa Assembleia aquilo que ele considera pertinente. Dessa forma, os trabalhadores sairiam da posição de simples eleitores para construtores das leis.

Por fim, enquanto Guedes diz que não temos mais recursos para garantirmos as necessidades da nossa classe, nós do MRT levantamos o não pagamento da dívida pública, que é ilegítima e fraudulenta. Sem ela, que consome boa parte do nosso PIB, conseguiríamos ir por muito mais do que esse governo, filho ilegítimo do golpe institucional, jamais sonhou para o nosso futuro. Para que isso aconteça, é vital a construção de um partido revolucionário da classe trabalhadora cuja política não se alinhe aos setores burgueses, e é por isso que o MRT convida todos a conhecer as nossas ideias, aglutinadas no manifesto do MRT.

 
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