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Greve nos Correios: 6 motivos pelos quais você deve apoiar a luta dos trabalhadores
Redação

Há anos vemos ataques por parte de políticos da direita e extrema direita que dizem que os trabalhadores são culpados pela situação dos Correios e que a privatização seria boa para todos. Mas isso não é verdade. Entenda por que você deveria apoiar a greve dos trabalhadores dos Correios.

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Nesta segunda-feira (17), mais de 100 mil trabalhadores dos Correios decidiram entrar em greve. Mobilização que ocorre em resposta a um imenso ataque, que modifica 70 tópicos no acordo coletivo da categoria, e também em resposta à tentativa de privatização e à falta de condições sanitárias no trabalho durante a pandemia. Escrevemos este texto em meio à mobilização desses trabalhadores, contra a privatização que a direita quer aplicar contra a classe trabalhadora!

Em meio à pandemia global do coronavírus, que atualmente no Brasil fez mais de 111 mil mortos, os trabalhadores essenciais dos Correios continuaram trabalhando, sem EPIs necessários.

Isto fez com que a categoria contabilizasse hoje 120 funcionários mortos por COVID-19. Estas mortes estão nas mãos de Bolsonaro e do general Floriano Peixoto, atual presidente da estatal, que foi nomeado pelo presidente da república.

Este general quer aplicar um pacote de maldades contra as centenas de milhares de trabalhadores dos Correios. Do acordo coletivo que estava sendo estabelecido, o militar quer retirar o vale-alimentação, auxílio-creche, licença maternidade, reduzir o adicional de férias, adicional noturno, entre outros. Um enorme ataque viabilizado por Floriano Peixoto em acordo com o governo reacionário e militarizado de Bolsonaro, especialmente através da figura do privatista Paulo Guedes, que já havia afirmado “grandes privatizações” no próximo período

1- A privatização é prejudicial aos trabalhadores dos correios e a população, e só é boa para os monopólios internacionais

O grande plano de sucateamento e precarização do trabalho na ECT, levado à cabo vagarosamente pela direção desta estatal há anos, tem como objetivo acabar com a credibilidade dos Correios, tornando mais fácil a privatização completa deste setor. Os únicos que se beneficiariam com a privatização do setor seriam as empresas monopólicas estrangeiras de comércio eletrônico e logística, como Amazon, UBER, Fedex, UPS, entre outras, pois se veriam livres para praticar seus altos preços. Enquanto isso a população veria o preço das entregas subir, o que inviabilizaria inclusive negócios de pequenas empresas. Tendo também milhões de pessoas, por sua vez, o direito ao serviço de entregas surrupiado, pois as empresas privadas não atenderiam a maioria dos municípios brasileiros e as periferias das grandes cidades, uma vez que a entrega nesses locais não dá lucro.

2 – O ataque aos trabalhadores dos correios faz parte de um ataque mais amplo à classe trabalhadora de conjunto

Neste ano vimos a aprovação das MPs 936 e 927, que aprovadas a partir da conivência das Centrais Sindicais (CUT E CTB), facilitaram as demissões e as reduções de jornada com cortes salariais. O ataque a 70 pontos no acordo coletivo vem na esteira destes ataques amplos à classe trabalhadora de conjunto, pois a precarização é um movimento geral dentro da nossa sociedade, que atravessa uma profunda crise econômica, inserida dentro de uma também profunda crise econômica internacional. Se os trabalhadores do Correio, através da força de sua mobilização, conseguem frear estes ataques, como fizeram os metroviários em SP, este projeto de precarização e privatização do governo Bolsonaro sairia abalado, enquanto a classe trabalhadora sairia moralizada, moralização esta que poderia, e iria, se expressar em diversas categorias, podendo despertar mobilizações que conseguiriam dar uma resposta popular aos ataques de conjunto.

3- A mudança em 70 tópicos do acordo coletivo é absurda e injusta: mantém privilégios de poucos e aprofunda desigualdades dentro da estatal

Este brutal ataque aos funcionários do Correio, que vêm arriscando a própria vida e morrendo durante a pandemia, tem a função de precarizar a vida destes trabalhadores, que já vêm sofrendo ataques há anos, e isto sem afetar os astronômicos salários da diretoria do Correio, como o general, que anualmente custa mais de 1,1 milhão de reais a estatal, enquanto a maior parte da categoria ganha menos de 2 salários mínimos. Ou seja, enquanto de um lado, trabalhadores que já ganhavam pouco, passariam a ter seus direitos corroídos num momento de enorme caos social, funcionários do alto escalão dos correios continuariam a ganhar seus super salários.

Veja: Principais ataques aos trabalhadores dos correios, segundo SINTECT-SP

4 – O ataque aos Correios é machista e atinge em cheio as trabalhadoras da categoria

Em meio a tantos ataques, como fim do adicional de atividade distribuição e coleta, fim do ticket nas férias, redução do adicional noturno, fim da comissão de acidentes de trânsito, fim do Auxilio para dependentes/filhos especiais, redução da idade de 7 para 5 para o reembolso creche/babá, entre tantos outros, a diretoria fez questão de mexer em acordos que prejudicam em especial as mulheres. Dentre estes ataques está a redução da licença maternidade e do período de amamentação, uma medida covarde da direção. Defender a greve é defender na prática o direito destas mães à condições mínimas.

5 – A privatização dos Correios certamente abrirá espaço a privatizações em outras áreas

Dentro do nefasto projeto econômico do Ministro da Economia, Paulo Guedes, as privatizações têm papel central, sendo que o Correio é uma empresa estatal estratégica dentro deste plano. Desde antes de Bolsonaro ser eleito, Guedes afirma querer privatizar, entre outras empresas, o Correio. Atualmente o governo pretende apresentar nas próximas semanas o PL (Projeto de Lei) que abrirá espaço para esta privatização, caso ela seja efetuada, além de toda estrutura da estatal ir à preço de banana para empresas estrangeiras, centenas de milhares de trabalhadores perderem o emprego ou verem suas condições de trabalho ainda mais precarizadas, o preço do serviço aumentar para a população e uma grande parcela da população passar a não ter mais acesso à estes serviços, o governo se sentiria mais à vontade e moralizado para avançar em privatizações em outras estatais, como Eletrobrás e Petrobras.

6- Defender esta greve é defender a organização de luta da classe trabalhadora

A diretoria quer fim da cláusula que autoriza o sindicato visitar e fazer reuniões com os trabalhadores nas unidades e liberações de dirigentes sindicais e fim da estabilidade para Delegado sindical. O sindicato é por excelência o instrumento histórico de organização da luta da classe trabalhadora, a diretoria além de querer atacar direitos dos trabalhadores, quer ainda acabar com este direito mínimo e democrático.

Nós do Esquerda Diário compreendemos que a mobilização desses trabalhadores é de fundamental importância como parte do combate a todos os ataques privatistas que degradam cada vez mais as condições de vida e trabalho dos trabalhadores. Nesse sentido, escrevemos esse texto em meio a essa luta e destacamos o quanto é importante que mais setores da classe trabalhadora e da juventude se aliem a essa categoria que hoje de mobiliza, contra a direita que tem um projeto de sociedade que só beneficia os empresários.

 
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