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ELEIÇÕES da REITORIA
Deputado Bolsonarista atua para governo intervir na UFRGS e colocar chapa da direita
Redação Rio Grande do Sul

O deputado federal bolsonarista Bibo Nunes (PSL) atua para que o governo Bolsonaro intervenha nas eleições da reitoria, colocando a chapa da direita que ficou em terceiro lugar para assumir a próxima gestão. Uma medida totalmente autoritária em uma eleição já totalmente antidemocrática.

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Em meio aos ataques autoritários ao ensino público, o governo demonstra mais uma vez o seu interesse em avançar com sua política privatista na universidade e o seu desdém às já antidemocráticas consultas universitárias e listas tríplices para de reitoria da UFRGS.

O deputado bolsonarista Bibo Nunes (PSL), têm agido para que o Governo Federal escolha o terceiro nome da lista tríplice, o professor Carlos André Bulhões Mendes, da chapa 1 de direita, para novo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para a gestão 2020-2024. A chapa 1, que os bolsonaristas querem escolher para assumir a reitoria da UFRGS, ficou em último lugar na votação deste ano, demonstrando que esse Governo de extrema direita pouco se importa com as consultas universitárias, sendo capaz de escolher, de forma totalmente autoritária, seus capachos, tal como fez ao impor o interventor Marcelo Recktenvald na Universidade da Fronteira Sul, em 2019.

Em entrevista à rádio Guaíba, nesta segunda-feira (17), Bibo Nunes confirmou que tem atuado junto ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para que Bulhões seja nomeado o novo reitor da UFRGS. A lista tríplice é uma indicação da comunidade acadêmica e, tradicionalmente, o primeiro colocado é o escolhido, embora não haja a obrigatoriedade de o presidente seguir o resultado da consulta.
“Estou bancando o nome dele”, disse o deputado federal e apoiador de Bolsonaro. “Nunca a direita comandou a maior universidade do Brasil, que é a UFRGS”, destacou. Bibo Nunes afirmou que, nesta terça-feira (18), terá reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, ocasião em que pretende afirmar que “o reitor ideal” é o professor Carlos Bulhões. “Para o bem da UFRGS, para uma melhor educação, uma educação onde não vamos partidarizar nada. Não vamos tentar induzir alguém a ser de esquerda ou de direita, queremos melhorar a educação e Carlos Bulhões é o melhor para ser reitor da UFRGS”, justificou.

Com esse discurso pseudo apartidário tipicamente usado pela extrema direita, o deputado federal reitera o interesse do governo bolsonarista de privatizar escancaradamente as Universidades Públicas. Ele faz isso escolhendo um candidato a reitor que sequer teve maioria de votos e que prega um discurso de “melhorias da universidade através de parcerias”, as quais sabemos que são parcerias público-privadas que somente agem no sentido de desmonte do ensino público. Isso só demonstra o descaso desse governo com a saúde e com a educação, que deveriam ser giradas, tal como ensino ,a pesquisa e a extensão universitárias, à serviço do combate à pandemia.

Por outro lado, a consulta universitária deste ano, não diferente das anteriores, demonstrou mais uma vez o processo extremamente antidemocrático de eleição da reitoria, em que a maioria do peso político real da universidade, os alunos, técnicos e terceirizadas, possuem uma ínfima influência ou até nula - como no caso das terceirizadas que sequer têm direito de voto - no processo eleitoral.

Em meio ao contexto de aprovação do Ensino Remoto Emergencial, a eleição para reitoria deste ano contou com o maior número de votantes - mesmo que nenhuma das chapas fizesse um combate real ao ERE e à exclusão de estudantes e a precarização do ensino subjacentes a ele. Esses votantes iriam eleger, caso o peso dos votos fosse igual para todos os setores, a chapa 3 de Karla Maria Müller (Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação) e Claudia Wasserman (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas). No entanto, por causa do peso político maior dado aos professores, os quais expressam o interesse de manter a burocracia universitária no poder, a chapa 2, responsável pelo indeferimento de inúmeros cotistas desde 2017 e pela desmobilização de algumas ocupações estudantis, foi reeleita. A primeira ação desses burocratas representados por Rui Oppermann e Jane Tutikian, foi passar imediatamente o excludente Ensino Remoto Emergencial, dando apenas um mísero auxílio para alguns estudantes seguirem o semestre, demonstrando que não se pouco se diferem da uma chapa de direita, pois cumprem o papel de passar o programa privatista para a Universidade Federal.

Por isso, os rumos das Universidades devem ser determinados pelos próprios estudantes e trabalhadores, por meio de assembleias de base que mobilizem o conjunto da universidade a pensar política a nível local, nacional e até mesmo internacional, determinando ações práticas para o combate aos ataques do governo Bolsonaro e da extrema direita, e também dos ataques da atual gestão da reitoria. Devemos aprender com as experiências dos colegas da Universidade Federal da Fronteira Sul que, após sofrerem com a imposição do interventor Marcelo Recktenvald, ocuparam a universidade mostrando o caminho para os estudantes para se mobilizar e se auto organizar frente os ataques da direita. Nesse sentido, devemos, conforme esse exemplo, lutar para que os estudantes batalhem para retomar suas entidades estudantis como a UNE das mãos da burocracia estudantil e da direita, organizando uma luta frontal contra Bolsonaro e seu governo sem separar os ataques e muito menos sem ignorar a fundamental e potente aliança com os trabalhadores.

 
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