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DEMISSÕES
Marchezan demite 700 terceirizadas da educação municipal em meio a crise do coronavírus
Redação

A crise do coronavírus escancara a crueldade da terceirização: em meio a pandemia de Covid-19, com a população espremida entre a doença, o desemprego, a miséria e a fome, a prefeitura de Nelson Marchezan Jr. (PSDB) junto da empresa terceirizada Multiclean estão demitindo mais de 700 trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da educação municipal que atuam nas áreas da cozinha e limpeza nas 99 creches e escolas de Porto Alegre.

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Essa categoria, que é majoritariamente composta por mulheres negras, já enfrenta diariamente a precarização do trabalho por causa da terceirização, e agora se vêem sem renda e sem sequer ter uma garantia de que irão receber todos os seus direitos após o desligamento.

Desde o início da pandemia, essas trabalhadoras já vinham sendo atacadas com reduções de salários e suspensões de contrato, que se apoiam na MP 936 - MP do Bolsonaro que demagogicamente sugere que os ataques servem para defender o emprego dos trabalhadores - e que agora são mandadas para a rua, mostrando que não existe nenhuma garantia de emprego.

As empresas terceirizadas são parasitas que lucram com o trabalho precário. Vivem de ciclos de demissões, declarando uma falsa falência para não pagarem direitos trabalhistas e, depois, contratando novos trabalhadores com salários mais baratos, algo facilitado pela legislação da qual também são responsáveis todo o Congresso e o Judiciário.

Por isso nós do Esquerda Diário defendemos a efetivação de todos os trabalhadores terceirizados sem a necessidade de concurso público, entendendo a terceirização como mecanismo de precarização e divisão da classe trabalhadora. Para que então, na condição de efetivos, possam receber licenças remuneradas para não se exporem à contaminação da pandemia sem, ao mesmo tempo, correrem o risco das demissões que muito provavelmente ocorreriam por parte das empresas terceirizadas. Essa situação escancara o que significa a terceirização do trabalho, que precariza as condições, expõe os trabalhadores aos risco da contaminação, muitas vezes sem a garantia de EPIS, e ainda por cima demite.

Com essas demissões, Marchezan, junto dos empresários, mostram mais uma vez que querem descarregar a crise nas costas da classe trabalhadora, e de forma ainda mais brutal na categoria de terceirizados. É um absurdo que Marchezan coloque na rua essas trabalhadoras, que sabemos que são as que recebem os menores salários e têm jornadas extenuantes de trabalho, deixando assim 700 famílias sem seu sustento no momento que o Brasil já ultrapassou 100.000 mortos pela pandemia.

Nós do Esquerda Diário rechaçamos as demissões: quem deve pagar por essa crise são os patrões que sempre lucraram com a exploração do trabalho e não os trabalhadores que sustentam suas famílias! É urgente uma lei categórica que proíba as demissões em meio a pandemia. Além disso, é necessário garantir R$ 2000 a toda a população trabalhadora, empregados ou desempregados, que tiveram a sua renda afetada pela pandemia, para que não precisem pagar com suas vidas pela crise.

Para além disso, ao contrário do que fez Marchezan, são necessárias medidas elementares que garantam testes para toda a população, organizando uma quarentena racional, e investindo em contratações de profissionais da saúde e na ampliação do sistema de saúde público. A reconversão da indústria poderia estar a serviço da produção de respiradores, álcool em gel, máscaras, etc. Além disso, também é necessária a garantia de todos os EPIs para os que seguem tendo que enfrentar o vírus diariamente trabalhando e pegando transporte público, o fechamento do comércio e a garantia de licenças remuneradas para todos os trabalhadores dos setores não essenciais.

 
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