As famílias do Quilombo Campo Grande, que vivem há 20 anos na antiga área da Usina Ariadnópolis, sofrem hoje o despejo, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus e a necessidade do isolamento social, de moradia adequada e subsistência das famílias.
Foram mais de 12 horas de tensão ontem (12), com os agricultores resistindo e com mobilizações nas redes sociais, que fizeram o governador Zema fazer uma declaração de que havia pedido a suspensão do despejo, negado pela justiça, mas segue disponibilizando a PM para a ação.
A PM não somente continua a aterrorizar e ameaçar os moradores hoje, quinta-feira (13), como já despejaram uma escola e um barracão onde que moravam 3 famílias. Também atearam fogo no local, como mostra o vídeo:
Um ato aconteceu em Belo Horizonte contra o despejo:
A Usina, que agora quer retomar a área, faliu há 20 anos sem pagar os direitos trabalhistas, sonegando impostos e deixando à deriva a cidade e os trabalhadores.
Moradores da ocupação Quilombo Campo Grande, que já vêm resistindo a diversas tentativas de reintegração ao longo dos anos, relatam as péssimas condições de trabalho a que eram submetidos pela empresa da família Souza Moreira.
“Você era obrigado a fazer mais do que a sua capacidade e tinha uma jornada de 10 a 12 horas por dia. Tinha dia que a gente chegava a desmaiar no serviço de tanta fraqueza. Eu classifico essa situação como trabalho escravo”, diz Rubens Batista, um dos demitidos à época.
A família latifundiária, encabeçada por Jovane de Souza Moreira, apoiadora de Jair Bolsonaro, coordenou também a campanha do deputado federal bolsonarista Marcelo Álvaro Antonio (PSL), o mais votado de MG, hoje ministro do Turismo e envolvido no escândalo do esquema das candidaturas laranja em 2018.
Os agentes desse sistema podre, como o judiciário, a polícia e os governantes como Zema e Bolsonaro, mostram a crueldade capitalista que atuam para salvar a propriedade e os lucros de poucos latifundiários à custa das vidas de centenas de famílias, em meio à crise econômica e sanitária.
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