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EDUCAÇÃO
Em meio ao pico da pandemia no RS, Leite quer volta das aulas presenciais nos municípios
Diego Nunes

A proposta de Eduardo Leite ocorreu em reunião com prefeitos nesta terça-feira (11). Voltar as aulas presenciais a partir de 31 de agosto nos municípios onde as bandeiras estão amarelas e laranjas. É possível confiar nessas bandeiras?

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Já circulam abaixo assinados na internet com milhares de assinaturas de pais, professores e alunos de todo o estado contra o retorno das aulas, um dos quais já soma mais de 70 mil assinaturas. O Rio Grande do Sul está entre os estados em que os casos e mortes ainda estão subindo, é nesse momento que Eduardo Leite quer o retorno às aulas dia 31 de agosto. Em Manaus o retorno as aulas já está marcado por contaminação de professores e aglomerações irresponsáveis. Em diversos lugares do mundo a experiência fracassou. Eduardo Leite pouco se importa.

Voltar as aulas onde as bandeiras estão laranja e amarela não garante segurança sanitária. Pois não se pode confiar nessa política de bandeiras sem testes massivos e sob pressão dos empresários. Eduardo Leite é um representante desses empresários e de seus lucros, quer as escolas abertas a serviço desses interesses.

Enquanto a pandemia não é resolvida por causa dos lucros serem colocados à frente das vidas, Eduardo Leite tenta legitimar um modelo ultra excludente de ensino remoto, que não passa de um arremedo de educação, um faz de conta de extrema má fé. Não é possível que esse ano seja validado, se querem o retorno das aulas precisamos exigir que seja com total segurança sanitária e econômica para nossa classe. Especialistas, como o professor Eduardo Massad da FGV, afirmam que voltar as aulas agora é política de genocídio. Para além de adultos, ele estima que a volta às aulas em agosto no Brasil pode levar à morte de 17 mil crianças.

O que está posto são interesses extremamente opostos, interesses de classes. A classe empresarial rica anseia por manter seus rendimentos, sem perder ou deixar de ganhar um centavo durante a pandemia, alguns enriquecendo ainda mais. Enquanto a nossa classe trabalhadora e pobre é espremida entre a pandemia e o desemprego e a fome.

É preciso que os próprios trabalhadores encontrem uma saída. Quem tem que decidir sobre o retorno ou não das aulas são as famílias, os profissionais da educação e os próprios alunos, por meio dos conselhos escolares. Os que estão diretamente envolvidos no risco de contaminação.

Além de uma crise de dimensões históricas temos uma pandemia com mais de 2400 mortos sendo descarregada sobre as nossas costas no RS. Enquanto Leite e sua equipe de governo segue entregando de mão beijada bilhões em dinheiro público nas mãos de empresários. Um exemplo é o FUNDOPEM, Fundo Operação Empresa, que segundo o próprio governador destinou 2,4 bilhões para a geração de apenas 7124 postos de trabalho. Cada posto de trabalho gerado custou 336 mil reais. Não há prestação de contas desse dinheiro público por parte dos empresários, é uma verdadeira bolsa empresário. Alguns dos mesmos grandes empresários que juntos já sonegaram mais de 5,5 bilhões nos 7 meses e 12 dias desse ano. Esses recursos precisam se voltar para salvar vidas durante a pandemia e responder à crise dos mais pobres e trabalhadores precários ao invés de sustentar o luxo de grandes capitalistas.

Eduardo Leite não vai fazer isso, tão pouco se fosse um governador do PT ou PCdoB como os do Nordeste que aprovaram reformas da previdência em seus estados. O único sujeito social capaz de levar uma política para que não sejamos nós a pagar pela crise é a classe trabalhadora auto organizada em cada local de trabalho e moradia. Os partidos e movimentos à esquerda do PT e PCdoB, como PSTU e PSOL, podem cumprir um importante papel nesse momento, construindo uma unidade de esquerda lutando por um frente única pela auto organização dos de baixo e sendo linha de frente, principalmente dos setores mais precários, como tem feito o MRT nas ruas ao lado dos demitidos da Latam ou dos entregadores de app e o Esquerda Diário.

Somente a classe trabalhadora auto organizada e independente pode superar as burocracias sindicais, tomando a luta e os sindicatos em suas próprias mãos à fim de questionar todo esse regime de morte e exploração que é o capitalismo. Juntos podemos exigir o confisco dos bens dos grandes sonegadores de impostos, uma taxação sobre as grandes fortunas, o fim do pagamento da dívida pública e de mecanismos como o FUNDOPEM, para gerar recursos imediatos para que paremos de morrer pela pandemia e logo mais pela miséria e pela fome. Com esses recursos uma renda básica de 2 mil reais é possível para cada trabalhador desempregado ou precário, um giro nas fábricas sob direção dos próprios trabalhadores para produzir tudo o que for necessário para combater a pandemia, a criação de mais leitos com respiradores, garantir testes massivos e isolamento racional dos infectados usando uma porção de moradias abandonadas, pousadas e hotéis, contratação massiva de profissionais da saúde, um plano de obras públicas para gerar emprego e muito mais ideias que podem surgir dos próprios trabalhadores em luta.

É preciso questionar não só os personagens da política atual, mas o regime como um todo, sem confiança alguma no judiciário golpista que a cada passo dá mostras de que lado está, sem confiança alguma no Congresso ou nos parlamentos ou nos governadores que ensaiam oposição à Bolsonaro, como Eduardo Leite, mas que estão ao lado dos mesmos empresários. É preciso que o povo que mais sofre com a crise e com a pandemia tome em suas mãos a política e lute por reescrever as regras do jogo por meio de uma Constituinte Livre e Soberana que derrube esses parasitas do poder. Nossas vidas valem mais que os lucros deles!

 
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