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CORONAVÍRUS
Pesquisa realizada em São Paulo reafirma: os contaminados têm raça e classe
Redação

Realizada pela USP e Unifesp em parceria com ONGs e instituições não lucrativas, pesquisa está em sua terceira fase e aponta para uma contaminação de 22% entre os moradores dos bairros mais pobres da capital paulista.

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Uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo, apontou que 22% dos moradores dos bairros mais pobres (com renda até R$ 3.349 mensais), têm anticorpos correspondentes ao novo Coronavírus, o que indica uma contaminação anterior. Esse número contrasta de forma gritante com os 9,4% apontados nos bairros de renda mais alta da cidade. Os dados apontaram ainda para uma maior prevalência entre os negros e pardos (20,8%) em relação aos brancos (15,4%). Esses números chamam atenção para o que já viemos dizendo no Esquerda Diário: os contaminados e mortos pela COVID-19 têm raça e classe.

A pesquisa está na sua terceira fase, sendo que se iniciou em maio concentrada nos três bairros com maior contaminação, depois avançando em junho para uma coleta de 1.183 amostras feitas em 115 bairros, levando em consideração a renda média das famílias e buscando realizar uma coleta de dados que levasse em conta a heterogeneidade dos setores em cada bairro. Na terceira fase se refez o teste utilizando outro método com as mesmas pessoas da fase 2, a testagem combinada apontou para um aumento de 56% das detecções, o que garantiu uma maior precisão em relação a pesquisas que utilizam testagem simples.

Apesar da demagogia de Doria e Covas no começo da pandemia de se colocarem no amplíssimo espectro de oposição ao Bolsonaro, quando apareciam como responsáveis implementando quarentenas em detrimento do negacionismo do presidente, o que se deu concretamente foi uma quarentena fajuta, sem testes, sem ampliação dos leitos do SUS, com pouca - para não dizer nenhuma – liberação dos grupos de risco, e uma tremenda vista grossa para o fato de que setores precários como terceirizados, trabalhadores do telemarketing e entregadores não pararam sequer um segundo.

O resultado disso é um fardo pesado de 10 mil mortos e 250 mil contaminados na capital paulista porém, como sabemos, esses dados não intimidam Covas ao passar a boiada da privatização nas escola e nem mesmo de pressionar para a reabertura, o que significaria uma verdadeira chacina.

Apesar de formalmente a quarentena seguir vigente na capital, é notável o número cada vez mais crescente de comércios, lojas e outros setores do serviço voltando à normalidade. Os dados da pesquisa nos bairros de renda intermediária (de R$ 3.350 até R$ 5.554 mensais) exemplificam os resultados desse “afrouxamento”, da segunda para a primeira etapa houve um salto da contaminação nesse setor de 9,9% para 12,4%. Márcia Nunes, do Ibope, comentou em entrevista dada à Folha de São Paulo que essa mudança poderia ter relação com uma maior flexibilização do isolamento, com um setor que utiliza transporte público retornando ao trabalho à medida que se expõe mais ao vírus.

A maior incidência de contaminação entre pobres e negros tem relação direta com o fato de que esses são os setores que estão nos trabalhos mais precários, aqueles que, como já citado acima, não tiveram direito à quarentena desde seu início.

 
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