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Confira a intervenção de Myriam Bregman, deputada do PTS Argentina na Conferência Virtual da América Latina e dos EUA
Redação

A Conferência Latino-Americana e dos EUA foi convocada pela Frente de Esquerda Unidade da Argentina e realizou-se entre os dias 30 de julho e 01 de agosto, reunindo mais de 40 organizações de todo o continente. Aqui reproduzimos a fala de Myriam Bregman

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A conferência foi impulsionada pela Frente de Esquerda dos Trabalhadores da Argentina, reunindo organizações e partidos socialistas de todo o continente americano, e contou com importantes mesas de debate durante os três dias. Reproduzimos abaixo a fala de Myriam Bregman, deputada pelo Partido de Trabalhadores Socialistas da Argentina.

Bom, boa tarde

Frente ao veemente discurso do companheiro Godard quero começar dizendo que é positivo que o MST tenha se incorporado à Frente de Esquerda, mas precisam ser mais modestos, enquanto nós em 2011 conformamos a FIT os companheiros estavam com Piño Solanas, com Luis Juez, hoje na direita do Cambiemos, e vinham de marchar com a sociedade rural.

Bom, desde os Estados Unidos, a Julia Wallace nos contou como esse país está agitado ao ritmo das mobilizações e novamente nós mulheres aparecemos na linha de frente. Em Portland a cada noite constroem o muro das mães, vestidas de amarelo para se identificar, enlaçam seus braços e ficam paradas em frente à repressão. Esse movimento exige que se retirem os sindicatos da polícia das organizações dos trabalhadores e esse rechaço também resultou em um grande debate entre a esquerda. Na Argentina, como produto do isolamento obrigatório,levantes de resistência não se expressaram ainda massivamente nas ruas e portanto vimos repressões a conflitos pontuais. Mas o que é indubitável, é que tanto o governo nacional como os governos estaduais, se usaram da pandemia para reforçar os mecanismo de controle social. Frente uma crise sanitária, deram mais poder para as forças repressivas do Estado, dando a elas maiores atribuições e um controle total das ruas. Levaram o exército aos bairros, na maior implementação desde a ditadura, como disse o ministro da defesa Rossi. Por isso, companheiros e companheiras, é estranho que tenham organizações de esquerda que justificam essa presença das forças armadas com a desculpa de que estão nas ruas para entregar comida. Cuidado companheiros, vejam o que aconteceu na Bolívia, com um exército que ia na escola anti imperialista, que jurava "pátria ou morte, venceremos" e essas forças armadas terminaram apoiando o golpe pró imperialista contra Evo Morales, por isso, não vamos naturalizar a presença das forças armadas nas ruas.

Acreditamos que esse fortalecimento do aparato repressivo é uma constatação de que a Argentina está numa situação social e econômica crítica, daí a importância das campanhas contra o aparato repressivo do Estado, da indignação frente a desaparição de Facundo Castro Astudillo, assim como o assinalamento de todas as responsabilidades políticas nessa escalada. Sabemos do que estamos falando, vimos a batalha por estabelecer que Julio Lopez foi sequestrado pela bonaerense e não estava na casa de sua tia como queriam impor. Chegamos a essa crise após quatro anos de ataque às massas pelo governo de Maurício Macri com o apoio de amplos setores do peronismo. Foi sobre isso que se baseou o triunfo de Alberto Fernández.

Mas nem com níveis de aprovação que chegaram a 80% foram capazes de impor medidas para que as empresas privatizadas, os bancos, as cerealeiras, as mineiras, pagassem a crise. Se demonstra que é falso o que sempre nos dizem o peronismo, de que não há relação de forças. Nós da FIT dizemos: são esses os interesses que eles privilegiam. Enquanto isso, e sem minimamente se investigar, segue-se pagando a fraudulenta dívida externa, porque companheiros e companheiras, a submissão ao imperialismo é um dos aspectos mais destacados deste governo. Da venezuela à Israel, sempre com os Estados Unidos. As patronais, aproveitam para suspender e despedir e aplicar uma reforma trabalhista de fato. As desigualdades são cada vez maiores, até a sociedade rural se inscreveu para receber a parte dos salários que é paga pelo Estado. Enquanto isso, as fábricas recuperadas, cujas lutas e organização eu acompanho durante anos, sofrem todo tipo de travas para ter qualquer benefício estatal. As direções sindicais estão cumprindo um papel lamentável. A CGT é uma espécie de grupo de apoio das patronais e a CTA abre sua plenária com Alberto Fernández, quais medidas sérias de luta podem ser discutidas assim?, nós nos perguntamos. Por isso somente a esquerda se coloca seriamente na luta contra, por exemplo, as empresas de plataforma, que tentam voltar em cem anos nos direitos trabalhistas.Que pagam a sangue uma fração por quilômetro percorrido para as e os jovens. São brutais, e nem sequer pagam impostos no nosso país.

Com o entusiasmo fresco e o espírito beligerante, essa juventude que se mobiliza no Brasil, nos Estados Unidos, no Chile, é com quem queremos construir grandes organizações revolucionárias, como dizia Leon Trótski: Lugar para a juventude!
Liberdade para Sebastião Romero, Santiago Maldonado, presente!
Obrigada e minhas saudações à essa conferência.

 
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