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FUTEBOL | OPINIÃO
Final do Paulistão quebra protocolo de segurança e bota vidas em risco, com aval de Doria
Rafael Barros

Corinthians e Palmeiras, finalistas do campeonato estadual de São Paulo, que jogam nessa quarta (5) e sábado (8), quebraram as regras do protocolo de segurança da FPF. Dória fez vista grossa e deixa que vida de jogadores e funcionários seja colocada em risco.

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O retorno dos campeonatos de futebol em meio à pandemia já dividiu opiniões ao redor do país. Com protocolos de segurança que utilizam de centenas de testes por semana que poderiam estar nos postos de saúde e hospitais, a sede dos governantes por “normalizar” a situação do país impôs o retorno do esporte mais popular no Brasil.

E mesmo assim, clubes insistem em quebrar protocolos e colocar vidas em risco. A vez é de Corinthians e Palmeiras apimentarem uma final desrespeitando os protocolos de segurança e colocando a vida de jogadores e funcionários dos clubes em risco.

O protocolo da FPF (Federação Paulista de Futebol) determina que os clubes mantenham todos os profissionais envolvidos nos jogos (jogadores, treinadores, comissão técnica e outros funcionários), em quarentena nos seus Centros de Treinamento durante toda a competição (que retornou há cerca de três semanas). Antes de todas as partidas, se faz uma bateria de testes, e jogadores e funcionários que testarem positivo para o novo coronavírus tem de ser afastados imediatamente das atividades dos clubes até se recuperarem.

No início dessa semana, vésperas da primeira final do estadual de São Paulo, que será decidido em dois jogos entre Corinthians e Palmeiras, a polêmica entre os clubes estourou. O Corinthians, presidido pelo ex-deputado federal do PT, Andrés Sanchez, declarou que não iria realizar testes antes das finais, descumprindo o protocolo. A justificativa: o clube fez quarentena desde o retorno da competição, e já havia testado antes, segundo o presidente. E ainda alfinetou o rival.

O Palmeiras também quebrou o protocolo, e liberou os jogadores depois de suas partidas para encontrar com suas famílias. Ou seja, os jogadores do Palmeiras não respeitaram a “quarentena” dos clubes, parte das medidas de segurança do retorno do torneio.

Mas, como um erro não justifica o outro, Corinthians e Palmeiras decidiram apimentar o clássico colocando não só a vida dos jogadores em risco, como também de todos os funcionários envolvidos.

Não bastasse isso, Doria, Governador de São Paulo, deu seu aval para que a final acontecesse mesmo sem o respeito aos protocolos. Isso porque os dois jogos que decidem o campeonato envolvem bastante dinheiro, tanto em premiações, quanto em cotas de televisão (as quais a TV Globo tem os direitos de imagem), e a vontade do Governo de São Paulo é de salvar as finanças dos empresários, e não cuidar de vidas.

Corinthians, Palmeiras, FPF e Doria fazem com que a decisão do estadual quebre protocolos por todos os lados. Se o futebol já está acontecendo de forma controversa, gastando centenas testes que poderiam estar nas mãos do sistema público de saúde, para a população, eles ainda colocam a cereja no bolo de fazer uma final que arrisca vidas.

Enquanto nos hospitais em São Paulo - e também no resto do Brasil - faltam testes para a real demanda que o coronavírus impõe, o retorno dos estaduais de futebol exigem um gasto de testagens que poderia servir para que a população não sofresse tão agudamente com o coronavírus. Ao mesmo tempo, fazem uma final de campeonato que coloca em risco a vida dos que trabalham com o jogo, como roupeiros, maqueiros, trabalhadores da limpeza, que irão trabalhar em um espaço que não seguirá os mínimos protocolos de segurança para a realização do jogo.

 
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