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MULHERES
Exploração da mulher aumenta durante a pandemia, segundo pesquisa
Redação

Dados de uma pesquisa realizada pela organização de mídia Gênero e Número, em parceria com a Sempreviva Organização Feminista, revelam que mulheres negras e moradoras de áreas rurais são as mais afetadas pelo aumento da exploração.

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A pesquisa foi realizada de forma on-line com mais de 2.600 mulheres entre abril e maio e considerou uma variável amostral para que os resultados se aproximassem da realidade de todo o Brasil. Os pesquisadores aplicaram um questionário para identificar os efeitos da crise da saúde sobre o trabalho, a renda, e a sustentação financeira, contemplando o trabalho doméstico e de cuidado realizado de forma não remunerada no interior dos lares.

Segundo a pesquisa, metade das mulheres passaram a cuidar de alguém durante a crise, tendo, no ambiente rural, um número ainda maior que no urbano. Antes da pandemia, já era sobre as mulheres que recaia a maior parte do trabalho doméstico. O que a crise fez foi ressaltar ainda mais esse cenário, uma vez que, antes, elas contavam ou com creches ou com a ajuda de outras mulheres.

Por um lado, a maioria das mulheres que mantiveram seus empregos com o mesmo salário são brancas, enquanto boa parte das mulheres negras, que são as que tem menos suporte nas tarefas de cuidado, tiveram que continuar trabalhando de maneira informal, se expondo ao risco de contaminar a si e as suas família. 41% das mulheres brancas relatam estar trabalhando mais na pandemia e, para 40% das mulheres deste grupo, a pandemia e o isolamento social colocaram a sustentação da casa em risco. Entre as mulheres negras, 55% relataram ter dificuldade no pagamento de contas básicas ou do aluguel.

A classe trabalhadora do Brasil tem rosto de mulher negra. Os trabalhos essenciais, que garantem a reprodução da vida em toda a sociedade nunca pararam. Ao contrário, mulheres que antes já viviam jornadas duplas ou triplas agora tiveram seus trabalhos ainda mais intensificados. O capitalismo se beneficia do machismo e do racismo, pois, assim, consegue explorar ainda mais a mão de obra destes setores, pagando menos em relação a homens e a brancos, legando muitas vezes às mulheres negras a jornadas de trabalho extenuantes e empregos precarizados.

 
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