www.esquerdadiario.com.br / Veja online / Newsletter
Esquerda Diário
Esquerda Diário
http://issuu.com/vanessa.vlmre/docs/edimpresso_4a500e2d212a56
Twitter Faceboock
Dia da mulher negra latino-americana e caribenha
25J: mulheres negras têm história!
Jenifer Tristan
Estudante da UFABC

25 de julho é dia da mulher negra latino-americana e caribenha e, apesar de uma data histórica, ainda batalha para ser reconhecida.

Ver online

Em 1992, mulheres negras de mais de 70 países resolveram organizar um encontro, afim de debater os problemas e soluções conjuntas das mulheres negras, o objetivo era pensar como batalhar por suas demandas e resolver seus problemas, com esses fundamentos se consolidou o 1° Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas que aconteceu em Santos Domingo, na República Dominicana.

Este encontro aconteceu entre os dias 19 e 25 de julho de 1992, por isso dia 25 de julho, dando origem a Rede de Mulheres Afro-Latino-americanas e Afro-Caribenhas, essa rede além de outras demandas deu uma batalha com a ONU (organização das Nações Unidas) para que o dia 25 de julho fosse reconhecido como o dia das Mulheres Negras Latino-Americana e Caribenha, lembrando o último dia de encontro dessa união para colocar o tema das mulheres negras em evidencia, virando um dia símbolo mundial de suas histórias de vida, uma história guerreira, combativa, de resistência das mulheres negras em relação a opressão de gênero, de etnia e de classe.

As mulheres negras têm história e uma delas é Tereza de Benguela

O Rei João I de Portugal que achava dominar a “América”, não podia ter controle de tudo e longe do que ele poderia alcançar, um pedaço do Brasil pertencia ao domínio de uma mulher, que além de tudo era NEGRA: A Rainha Tereza de Benguela.

No Brasil, em 2 de junho de 2014, foi instituído por meio da Lei nº 12.987, o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, Tereza de Benguela é símbolo de luta contra escravidão, pois sua história é de muita resistência. Foi líder do quilombo do Quariterê.

O quilombo ficava na região do Vale do Guaporé, em Vila Bela da Santíssima Trindade, no que hoje é o estado do Mato Grosso, quase na divisa com a Bolívia. Sob o comando de Tereza de Benguela o Quilombo se fortaleceu e cresceu, pois, ela desenvolveu a força militar e econômica, incomodando o governo que por 2 décadas atentou contra o quilombo e só obteve fracasso.

Tereza se mostrou uma grande líder: criou um parlamento local, organizou a produção de armas, a colheita e o plantio de alimentos e chefiou a fabricação de tecidos que eram vendidos nas vilas próximas.

Esse não é só um símbolo, é a história de uma mulher negra que assim como várias no Brasil que durante e depois, com o fim da escravidão, tiveram que lutar para garantir suas vidas e de sua comunidade.

Ter o nosso dia serve para mostrar que a história é cheia de fios de continuidade, que nos conecta a mulheres com grandes potencialidades, Tereza de Benguela, Dandara, Aqualtune, Luiza Mahin, Carolina de Jesus e tantas outras mulheres negras que construíram a história desse país e com suas vidas fizeram exemplo para todo o mundo, não à toa os capitalistas tiram essas histórias de seus livros, negam a identidade do povo negro e querem construir o imaginário do negro com pouco conhecimento, pouca habilidade, construir a história do negro mão de obra que não pensa, dócil.

Batalhar pelo fim do racismo e do capitalismo para defender as mulheres negras

Essa é a batalha das mulheres negras ainda hoje, que são chefes de família, trabalhadoras, donas de casa, cozinheiras, trabalhadoras da limpeza, professoras, operárias, terceirizadas e que seguem na batalha por mostrar suas potencialidades.

O capitalismo com o fim da escravidão, reservou as mulheres negras os piores postos de trabalho, as condições de saúde, moradia, educação e mesmo assim milhares de mulheres negras seguem na linha de frente pelo direito a vida.

Mas o capitalismo como sistema econômico é incapaz de conceder as mulheres negras direitos iguais dentro dessa sociedade, assim como fizeram nossos ancestrais na luta pelo fim da escravidão, precisamos nós como mulheres negras, junto a nossa classe, batalhar pelo fim do capitalismo e com ele com o fim do racismo.

Essa tarefa de classe ainda está colocada para nós e temos uma infinidade de exemplo, de mulheres que fizeram e que fazem história para nos espelhar, sem negociação com os capitalistas como fizeram em Palmares contra a coroa, sem acordo por dentro do sistema como fez Tereza de Benguela, sem mediação com o sistema e com os capitalistas de hoje, herdeiros da casa grande de ontem.

Daremos espaço para a construção de um mundo novo, sem opressão de classe, de gênero e racial, baseado na solidariedade e na igualdade, FAREMOS PALMARES DE NOVO!

Viva as mulheres negras lutadoras!

 
Izquierda Diario
Redes sociais
/ esquerdadiario
@EsquerdaDiario
[email protected]
www.esquerdadiario.com.br / Avisos e notícias em seu e-mail clique aqui