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Propostas para evitar seguir perdendo vidas com as aberturas de Bolsonaro, governadores e capitalistas
Redação

Bolsonaro, governadores e capitalistas alinham-se para promover a reabertura, ignorando as milhares de mortes por dia e o avanço do coronavírus em algumas regiões. Querem que aceitemos esse massacre, da mesma forma como nos chantageiam com o desemprego para retirar os direitos trabalhistas. Contra a administração da catástrofe pelos capitalistas para a crise, é preciso defender um programa operário para combater a pandemia, o desemprego e a miséria.

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Dentro do regime parece não haver alternativas às políticas de reabertura ou do lockdown, ou da aceitação à retirada de direitos trabalhistas em troca da manutenção dos empregos. No atual momento de trégua, governadores e STF que antes se contrapunham demagogicamente a Bolsonaro, declarando-se em defesa da vida, se alinham à política de reabertura econômica em benefício dos empresários, das indústrias, do agronegócio e do capital financeiro. Do isolamento a reabertura, nunca avançaram nas medidas realmente necessárias à proteção da vida, como realização de testes massivos e ampliação dos leitos de UTI e de todo o sistema público de saúde, assim como em relação ao desemprego e a miséria que avançam com a crise econômica, tomando a reabertura como única solução sem nunca ter buscado alternativas para além de descarregar ataques nos trabalhadores através do corte de salários e direitos trabalhistas.

Os números atuais da crise sanitária que seguem escandalosos, num patamar de mais de mil mortes ao dia, mostram como eles através dessas políticas administram uma catástrofe buscando em sua fala mascarar o desastre e gerando um clima de estabilização. Calculam as vidas que serão fatalmente sacrificadas nessa resposta dos capitalistas para a crise, como o secretário de educação de SP dizendo que a previsão de mortes de crianças com a reabertura das escolas está exagerada, pois o número real seria de “somente” 1557 crianças mortas caso as escolas reabrissem hoje. Querem que aceitemos esse massacre, da mesma forma como nos chantageiam com o desemprego para avançar sob os direitos trabalhistas através de suas reformas e MPs, promovendo a precarização com a conivência das centrais sindicais.

Não podemos aceitar essa agenda dos capitalistas, que só tem a oferecer mais mortes, desemprego e miséria. Contra essa administração dos capitalistas para a crise, é preciso defender um programa operário para combater a pandemia, o desemprego e a miséria.

É uma necessidade de primeira ordem garantir a testagem massiva, para garantir a identificação e isolamento das pessoas contaminadas. As reaberturas sem testes massivos, mesmo onde os casos estão diminuindo, são feitas contando com mais mortes desnecessárias. E nos estados em que os números estão subindo essa medida é fundamental para permitir o controle da pandemia, o isolamento planejado e mais efetivo, evitar o colapso dos sistemas de saúde e o desenvolvimento de todas as consequências sofridas pela classe trabalhadora dos estados que já foram atingidos mais duramente. Em todos os lugares também é fundamental garantir EPIs e segurança para os que trabalham, e que todas as pessoas do grupo de risco tenham licença remunerada paga pelo patrão além de renda emergencial paga pelo estado para todos os desempregados.

Os trabalhadores mostraram que são essenciais, estando na linha de frente do combate à pandemia e na manutenção de serviços indispensáveis. É preciso contratação emergencial e massiva para a saúde, os transportes públicos, a educação, e todos os serviços públicos que vinham sendo precarizados e que para funcionar com segurança nessa situação precisam de um grande aumento de quadro de trabalhadores, como a contratação de milhares de agentes de saúde em todo o país, para garantir atendimento especialmente nos bairros mais pobres.

Essa calamidade evidenciou como o sistema público de saúde, o SUS, é indispensável, mas também as debilidades das décadas de sua precarização. Em muitos lugares as mortes se deram por falta de insumos básicos, como medicamento para intubação, por exemplo. Em outros, como no Rio de Janeiro, por falta de luz no hospital e falta de geradores para manter os aparelhos hospitalares funcionando. É necessário o investimento no sistema de saúde para garantia de leitos, contratação de profissionais de saúde, e centralização dos aparelhos no estado, inclusive privados, com uma fila única de leitos e controle dos trabalhadores.

A promessa de que a reabertura da economia vai resolver o problema do desemprego é uma mentira. A renda emergencial deve ser garantida para todos os desempregados, enquanto não tenham renda, e no valor de R$2mil, que era a média salarial do país no início da pandemia. É preciso reduzir a jornada de trabalho, para dividir o trabalho disponível entre todos os trabalhadores mantendo os salários, e proibir as demissões, assim como as empresas que correm o risco de quebrar devem ser estatizadas sob controle dos trabalhadores. Junto a isso é preciso um grande plano de obras públicas, que possa gerar milhões de empregos diretos e indiretos, e ao mesmo tempo atacar a falta de hospitais, moradias, escolas e infraestrutura, e problemas como a falta de água encanada e saneamento básico de 31 milhões de brasileiros. O dinheiro para isso existe, mas está indo para uma dúzia de banqueiros e para pagar trilhões em juros de uma dívida pública ilegítima, por isso é preciso impor o não pagamento da dívida pública.

As escolas, que já funcionavam sem condições mínimas de higiene, como água e sabão nos banheiros, não podem ser reabertas sem as medidas de segurança sanitária para atender à pressão dos patrões que não se importam com as vidas dos trabalhadores e de seus filhos, é preciso investimento para garantir todas as medidas decididas pelas próprias comunidades escolares, com comissões de professores, pais, estudantes e funcionários, e que até lá os trabalhadores com filhos pequenos também tenham licença remunerada paga pelos patrões.

Mais em geral, em todos os locais de trabalho é fundamental batalhar por comissões de segurança e higiene, eleitas pelos trabalhadores, e com poder para decidir sobre os procedimentos de trabalho, pois é a única forma de nossas vidas não ficarem nas mãos dos patrões que sempre vão decidir priorizando seus lucros.

E também a reconversão produtiva da indústria, sob controle dos trabalhadores, para garantir os equipamentos e insumos necessários, como reagentes para testes que poderiam ser produzidos pela enorme indústria química do país ou gigantesca indústria de automóveis que poderia produzir respiradores.

A crise sanitária e econômica não caiu do céu, Bolsonaro, governadores, Congresso e todo o regime são os responsáveis pela administração dessa catástrofe. Cabe a classe trabalhadora oferecer uma saída independente, através de sua mobilização e sua organização, para romper os estreitos limites que os capitalistas nos impõe. A esquerda socialista não pode se limitar somente à luta pelo direito de ficar em casa para os setores em que isso é possível, precisamos nos preparar para a tendência de mais processos de luta de classes em resposta aos enormes sofrimentos que nossa classe está passando, impulsionando desde já a organização de base nos locais de trabalho, exigindo das centrais sindicais que parem de permitir a aprovação dos ataques e organizem a resistência dos trabalhadores, começando por fortalecer os setores que saem em luta, como os entregadores de aplicativo, que fizeram uma importante paralisação no dia 1/7 e agora organizam uma nova jornada no dia 25 em defesa de melhores condições de trabalho e pagamento, e os metroviários de SP, que estão em mobilização contra um ataque histórico de Doria e ainda não entraram em greve justamente por conta da política da CTB, majoritária no sindicato. São primeiros passos da batalha por uma frente única dos trabalhadores em torno de um programa como o que apresentamos aqui, que faça com que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

 
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