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FRANÇA
Quarta mobilização na França para exigir justiça por Adama Traoré
Redação

A quarta marcha ocorre no âmbito da luta internacional contra o racismo e a violência policial.

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George Floyd morreu sob o peso do racismo sistêmico dos EUA, que tem seu lugar privilegiado na polícia. O vídeo de sua morte foi ao redor do mundo e foi a gota que derramou o copo de saciedade. Adama Traoré morreu de maneira muito semelhante, sufocada por três membros da polícia parisiense, em 19 de julho de 2016.

A quarta marcha exigindo justiça para Adama Traoré ocorre no âmbito da luta internacional contra o racismo e a violência policial e a mobilização maciça de jovens para acabar com a impunidade pelas forças de repressão. Seu caso já se tornou um símbolo dessa luta em toda a França.

Milhares de jovens percorrem as ruas de Persan, onde Adamá morava, nos subúrbios do norte de Paris. Mas setores da classe trabalhadora com os quais o Comitê de Adama estabeleceu um relacionamento nas diferentes ações de luta também participam da mobilização. Entre eles, destacam-se os trabalhadores dos transportes da região parisiense e os ferroviários, que foram os principais protagonistas na luta contra a reforma da previdência promovida pelo presidente Macron.

O contexto internacional da luta contra o racismo e a violência dos órgãos repressivos do estado, aberto pelo assassinato de George Floyd, se combina com a situação na França, onde a violência policial se aprofundou nos últimos anos, com um aumento de luta de classes e fortalecimento do autoritarismo estatal.

Isso ficou claro durante os últimos três grandes momentos da luta de classes no país: contra a reforma trabalhista em 2017, os Coletes Amarelos em 2018 e contra a reforma da previdência em 2019. A violência policial multiplicou e afetou setores da a população que não a enfrentavam diariamente.

O caminho adotado pelo governo durante o confinamento da covid-19, que coloca mais ênfase na repressão do que na saúde, também produziu sua parcela de vítimas: 12 pessoas morreram como resultado da ação policial.

As enormes marchas de 2 e 13 de junho para exigir justiça e verdade para Adama (80.000 e 120.000 pessoas em Paris, respectivamente) e as que ocorreram em diferentes cidades da França colocaram em pauta o debate sobre violência policial e racismo estrutural no país. País. Apesar dos gritos desesperados dos políticos, a burguesia e a mídia, que continuam repetindo que a França não é os Estados Unidos, para tentar encobrir a realidade dos imigrantes e minorias sociais.

A família Traoré a experimentou em primeira mão e esse é o preço de sua coragem e sua recusa em permanecer em silêncio. A quarta marcha significa um quarto ano em que, além de lamentar a perda de um irmão, a família teve que enfrentar todas as tentativas de intimidação e repressão do Estado. E também à imprensa reacionária que os calunia publicamente, tanto eles quanto sua luta. Basta citar a busca na casa de Assa, irmã de Adamá, poucas horas antes da manifestação de 2 de junho, que por sua vez foi proibida e depois reprimida pela polícia.

Nos Estados Unidos, o movimento #BlackLivesMatter atingiu setores estratégicos da classe trabalhadora americana, como trabalhadores portuários na costa oeste que bloquearam portos em 19 de junho contra racismo e violência policial. A sia onda de choque atravessou o Atlântico e chegou à Europa. Hoje está colocado que na França o poder da juventude tenha impacto sobre os trabalhadores e a unidade incipiente alcançada até o momento para combater o racismo e todas as formas de opressão possam ser aprofundadas.

 
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