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Milionários de MT fretam jatinhos para fugir da falta de leitos no estado
Redação

Após meses de afrouxamento da quarentena para beneficiar a burguesia, preocupados com a crise do sistema de saúde local, os magnatas de Mato Grosso já estão tomando providências para salvarem a própria pele enquanto o resto da população morre.

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Preocupados com a crise do sistema de saúde local, os magnatas de Mato Grosso já estão tomando providências para salvarem a própria pele enquanto o resto da população morre. Esse foi o caso de Eduardo Botelho, empresário e presidente da Assembleia Legislativa. Com o bolso cheio de lucro conseguido com a exploração dos seus funcionários, logo que soube de seu diagnóstico para a COVID-19, o deputado apressou-se em fretar um avião para São Paulo e ser atendido num dos melhores hospitais privados do país, o Sírio-Libanês. E não foi o único.

Guilherme Maluf, presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), também não pensou duas vezes na hora de alugar um jatinho para a capital paulista para receber tratamento. Com essa ação, esse milionário demonstrou mais uma vez que é muito bom em utilizar a sua vasta fortuna acumulada… com o suor alheio. Afinal, apesar de estar em um cargo cuja função é fiscalizar o uso do dinheiro público pelo governo estadual e dos municípios. Maluf já foi denunciado mais de 20 vezes na Justiça por acusação de corrupção passiva e formação de quadrilha.

Não é mera coincidência que esses figurões da política e da elite econômica local estejam fugindo agora. Após meses de afrouxamento da quarentena para beneficiar a burguesia da qual Maluf e e Botelho fazem parte, o sistema de saúde do estado finalmente entrou em colapso total. Em menos de um mês, no estado governado por Mauro Mendes do DEM, o número de mortes em razão da pandemia aumentou mais de 200%, subindo de 295 pra 1.077. Além disso, já não há mais leitos de UTI, tampouco testes para os pacientes com sintomas respiratórios graves: no início desta semana, mais de duas mil amostras coletadas ainda aguardavam análise laboratorial. Aqueles que não tiverem um jatinho à disposição não podem nem conseguir leitos mesmo se forem a pé para o estado vizinho, levando em consideração que a crise em Mato Grosso do Sul já está tão grave que começaram a jogar os corpos em contêineres.

A receita para essa tragédia foi simples e amplamente utilizada por Bolsonaro e outros governadores. Faltavam testes e equipamentos no SUS, enquanto sobravam comércios abertos e patrões lucrando na crise. Conforme vínhamos desde o início da pandemia no Mato Grosso, o estado contavam com uma das menores taxas de testagem do Brasil e os profissionais de saúde tinham que utilizar capa de chuva como EPI nos hospitais. Além da precarização prévia do SUS, em meados de junho a situação se agravou nos hospitais públicos quando o Ministério da Saúde desativou 89 leitos destinados exclusivamente à covid-19. Essa medida teve apoio do prefeito da capital, Emanuel Pinheiro, que apoiou essa medida e devolveu o dinheiro correspondente a 60 leitos ao governo Bolsonaro. Atualmente, o prefeito está distribuindo hidroxicloroquina no seu plano de “kits covid”, solução que aparentemente serve para todos, menos para os empresários que já fugiram de jatinho.

É por essas razões que a classe trabalhadora do Estado não pode depositar nenhuma confiança seja no prefeitos, governador ou em Bolsonaro, pois todo o povo pobre morre numa fila enquanto a burguesia e seus políticos adestrados voam para hospitais privados de luxo. Somente a ação independente do proletariado é que poderá derrubar os aviões e os lucros desses capitalistas. Nesse sentido, se os trabalhadores controlassem eles próprios os locais em que estão empregados, a promoção de testes massivos e a fabricação de leitos e equipamentos poderiam se tornar uma realidade para enfrentar a pandemia. Além disso, utilizando todo o lucro acumulado pelos empresários até agora, aqueles que trabalham em serviços não essenciais seriam liberados e as demissões proibidas, contando com a implementação de um auxílio de 2.000 reais para todos que precisarem, principalmente os desempregados. Tudo isso deve ser conduzido em articulação com a exigência de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para que a população possa decidir as saídas para essa crise, sem acreditar em setores da direita, como STF, Maia ou mesmo no governador e prefeitos de MT, que distribuem cloroquina mas fogem em jatinho, deixando um rastro de morte não só nos hospitais como também nos céus do estado.

 
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