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MATANÇA DE INDÍGENAS
Por conta de Bolsonaro, indígenas da Amazônia são cinco vezes mais afetados pela COVID-19
Redação

A Opas, Organização Pan-Americana da Saúde, alertou para dados alarmantes no que diz respeito ao impacto da COVID-19 entre os povos indígenas, principalmente os da região amazônica.

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Imagem: Reuters/Bruno Kelly

Há pouco menos de uma semana, Bolsonaro vetava um projeto que previa a proteção de grupos indígenas e quilombolas em relação aos impactos da pandemia nessas comunidades. O texto, aprovado no Congresso e no senado, perdeu os trechos que previam a garantia de água potável, distribuição de materiais de higiene, oferta emergencial de leitos, ventiladores e máquinas de oxigenação, liberação de verba emergencial para a saúde desses povos, internet, cestas básicas, e facilitação no auxílio emergencial. Os trechos mantidos são extremamente insuficientes e vagos, e muitos deles preveem ações indiretas, como a instalação de hospitais em cidades próximas a aldeias sem a garantia da locomoção dos indígenas para essas localidades.

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Dias depois, a Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde nas américas, alerta para a situação dos povos indígenas, em especial na bacia amazônica no Brasil. Segundo os dados da organização, essa região possui incidência cinco vezes maior do que no restante do país, o que sem dúvida demonstra a consequência da política que o governo Bolsonaro tem adotado durante a pandemia e para sua já conhecida relação com o agronegócio. A letalidade da covid-19 entre índios Xavantes é 160% maior que a média nacional.

Bolsonaro nunca escondeu seu ódio aos povos originários e se apoiou desde sua campanha nos latifundiários para construir sua base, empenhado em privilegiar o lucro em detrimento da vida, a escolha é diretamente relegar esses setores à contaminação e à morte. O Brasil é o segundo país com maior número de casos de novos casos diários, perdendo apenas para os EUA, além disso a América Latina está em segundo lugar no número de mortes. Estes dados têm relação direta com a política negacionista de Bolsonaro e Trump, e a subnotificação esconde dados que podem ser ainda mais graves. Desde o início da pandemia Bolsonaro tentou diminuir a gravidade da doença e atuar contra as quarentenas, que já estão praticamente aniquiladas em todo o país.

Nas últimas semanas a notícia de que o presidente estaria com COVID-19 serviu mais uma vez de palanque para sua política nefasta, uma vez que o presidente fez propaganda descarada da hidroxicloroquina, medicamento não comprovado em relação à eficácia no combate à doença, porém extremamente rentável. O acesso à incontáveis testes e aos melhores hospitais coloca Bolsonaro, do alto da sua hipocrisia e do seu ódio aos trabalhadores, numa posição confortável para brincar com a vida de milhares, desprezando a ciência para atuar prioritariamente em nome do lucro dos empresários enquanto o desemprego e a precarização assolam a população.

Há pouco tempo circulava dados que apontavam para um maior índice de mortes por COVID-19 entre os negros mundialmente, dados que não dizem respeito a fatores genéticos, mas sim a fatores sociais. Agora, o alerta em relação aos indígenas brasileiros lança luz mais uma vez a origem deste problema: a opressão racial que serve de pilar histórico do sistema capitalista, que torna mais profunda a exploração de toda a classe trabalhadora. São os nossos que mais morrem, que mais são afetados desde antes mesmo da pandemia, por isso, é justamente desses setores que deve surgir o enfrentamento às nefastas condições desse sistema.

Mesmo que Bolsonaro represente a cara mais nefasta deste sistema, as condições socioeconômicas dos povos oprimidos não caíram no céu, foram construídas com base a séculos de exploração e aprofundadas de forma aguda desde o golpe institucional de 2016, resposta à crise econômica de 2008. É preciso uma saída para a pandemia e para a crise política dada pela classe trabalhadora em aliança com os indígenas, os negros e todos os povos oprimidos, não se trata de confiar numa saída institucional vinda de cima, mas sim em impor através das ruas uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que mude as regras do jogo político do país.

 
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