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CORONAVÍRUS
Enquanto 1000 morrem por dia, testes prometidos pelo Ministério da Saúde não chegam
Redação

Devido a falta de reagentes nos kits distribuídos pelo governo federal, o país só testa cerca de 20% do que seria capaz.

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Testar massivamente a população é a maneira mais eficaz de criar políticas capazes de frear e combater a pandemia de Covid-19, segundo a própria Organização Mundial de Saúde (OMS). Para fazer estes testes, no entanto, existem duas opções: os testes de PCR e os testes sorológicos, como os testes rápidos.

Os testes de PCR são os mais indicados pois são mais precisos e detectam quem ainda está infectado. É o que diz Priscila Franklin Martins, diretora executiva da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

“O teste sorológico, como o teste rápido, só identifica se há presença de anticorpos, se aquela pessoa teve contato com o vírus no passado. Já o PCR é indicado para a fase aguda da doença, porque consegue identificar quando a pessoa é contaminante.” Disse ela ao jornal O Estado de São Paulo.

O Ministério da Saúde anunciou, em abril, que o país faria 24,2 milhões de testes PCR no ano, de um total de 46 milhões de testes, e que chegaria em junho, quando seria o pico, fazendo 70 mil testes por dia. No entanto, em junho foram feitos apenas 14,5 mil testes por dia, 20,8% da previsão do Ministério. Além disso, foram feitos somente 1,2 milhão de testes PCR até agora no país, 4,9% da meta da pasta.

A principal razão para isso é a falta do reagente utilizado na extração do RNA do vírus nos kits enviados aos laboratórios nos estados. Isso gera a situação como a Paraná que, para além de ter recebido apenas 78,5 mil das mais de 700 mil reações que o governo federal diz ter enviado ao estado, não possui nenhum reagente de extração. Em outros estados a situação é similar, com uma disparidade entre a quantidade de reagentes de extração e os reagentes dos processos seguintes. O governo federal cita escassez internacional de insumos.

A falta de testes PCR gera grandes problemas no combate à pandemia. O primeiro, é claro, a menor disponibilidade de testes. O segundo, a necessidade de uso de testes sorológicos, que predominam no país. Em alguns estados, como no DF, os testes sorológicos são 89% do total. O uso de testes de PCR possibilitaria a identificação precoce dos infectados e seu isolamento, tornando a quarentena mais eficiente. Além disso, os testes rápidos não são menos precisos, dando falsos negativos em casos precoces e acabam sendo mais úteis para engrossar as estatísticas de testes realizados do que para de fato realizar diagnósticos, já que muitas vezes detectam casos que antigos.

É mais uma demonstração do descasos dos governos no combate a pandemia. Do governo federal, que assume uma postura negacionista, mas também dos governos estaduais, que poderiam comprar testes. Ao não fazer testes massivos, o Brasil enfrenta a pandemia cegamente, com uma enorme subnotificação, e sem políticas efetivas de combate a disseminação do vírus. Foram, assim, milhares de mortes entre os negros e os mais pobres, que eram obrigados a continuar trabalhando, enquanto os ricos faziam quarentena em suas casas confortáveis.

Agora, estes mesmos governos anunciam os processos de reabertura, sem capacidade de testes e milhares de novos casos e mortes por dia. Eles dizem que a economia tem que voltar, e querem fazer isso nem que seja sobre os cadáveres dos trabalhadores. Mas nós devemos nos inspirar na fúria negra que varre os Estados Unidos, nos entregadores, que fizeram uma paralisação internacional no dia 1 de julho e farão outra paralisação nacional no dia 25/07, para enfrentar Bolsonaro e Mourão, mas também os governadores, o STF e o Congresso que querem garantir os lucros da burguesia e descarregam a crise econômica sobre as nossas costas.

 
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