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ATO INTERNACIONAL BASTA DE RACISMO E DA VIOLÊNCIA POLICIAL
Mike Pappas dos EUA:"Nós, trabalhadores da saúde, condenamos o terror policial e nos unimos ao Black Lives Matter"
Redação

Mike Pappas, médico estadunidense e membro do Left Voice, foi um dos oradores do Ato Internacional Antirracista. O médico, que foi preso ao participar de um ato do Black Lives Matter, mostrou o apoio dos trabalhadores da saúde a luta contra o racismo estrutural dos EUA e defendeu a necessidade de um partido dos trabalhadores, unificando negros e brancos, independente dos democratas e republicanos; um partido que lute pelo socialismo.

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Mike Pappas, médico estadunidense, fez seu discurso no Ato Internacional impulsionado pela rede Esquerda Diário mostrando o apoio dos trabalhadores da saúde, a luta antirracista. Os trabalhadores da saúde que são linha de frente do combate à COVID-19 estão mais expostos não só ao vírus mas às contradições do capitalismo estadunidense, a superpotência capitalista mas que não dispõe sequer de um sistema de saúde público.

Olá camaradas, me chamo Mike Pappas, sou médico da cidade de Nova York e membro do Left Voice. Quando entrei na Escola de Medicina, queria ser médico para poder ajudar as pessoas. Mas, o que eu faço quando estou atendendo um paciente durante a pandemia que tem insuficiência respiratória, a ponto de ser colocado em um respirador e me pergunta, “Quem vai pagar por isso?”

No coração do imperialismo, sob o comando de Trump, mas também de diversos governadores e prefeitos democratas ,se fracassa no combate a crise sanitária, com milhões de casos e milhares de mortes. Além disso também se fracassa em relação a crise econômica, com uma disparada do desemprego - 20 milhões de pessoas sem trabalho. Um contexto bem similar ao do Brasil, em que a política negacionista de Bolsonaro faz o país disputar com os EUA a liderança das vítimas do coronavírus.

O médico expôs a miséria do capitalismo mesmo no coração imperialista:

"O ultimato do capitalismo estadunidense: você trabalha e arrisca a sua saúde, ou não trabalha e arrisca a sua sobrevivência. Este é o caso de milhões de trabalhadores “essenciais” nos EUA. Que trabalham nos supermercados, serviços de entrega, transporte, frigoríficos e no campo. Estes trabalhadores são desproporcionalmente negros, latinos, asiáticos e imigrantes sem documento."

É a partir desse contexto de crise sanitária e econômica, em que os negros, latinos, asiático e imigrantes são os primeiros a morrer fruto das péssimas condições de vida, que se pode entender a revolta contra o absurdo de que em meio a pandemia o racismo estrutural e a violência policial façam ainda mais vítimas. Se nos EUA a polícia racista assassinou George Floyd, aqui no Brasil tivemos os casos de João Pedro e tantos outros, que também inspiraram a luta antirracista em nosso país.

"Nas últimas semanas, temos visto um levante contra “a pandemia dentro da pandemia” – o racismo sistêmico e a polícia que executa 1000 pessoas ao ano com impunidade. A classe dominante necessita da repressão policial racista. A polícia protege a propriedade, não as pessoas, e a classe governante a necessita agora mais que nunca para manter a ordem econômica atual. As mobilizações massivas depois do assassinato de George Floyd transformaram a cena política. Nós, trabalhadores da saúde sem dúvida alguma, condenamos o terror policial e nos unimos aos protestos. Só temos visto aumentar a brutalidade policial a medida que a população se levanta. Fui preso ilegalmente pela polícia de Nova York enquanto era voluntário como médico."

Como Mike relata a fúria negra em luta contra o racismo estrutural da sociedade norte-americana, herdeira da escravidão, impactou toda a classe trabalhadora que se pôs em movimento em solidariedade ao Black Lives Matter:

"Nos últimos 2 meses, houve um aumento dramático de greves e ações em todos os lugares de trabalho. Os trabalhadores portuários fecharam 29 portos ao longo da Costa Oeste em solidariedade com o movimento contra o terror policial. Os trabalhadores realizam protestos não só em luta por condições de trabalho seguras, mas também contra a brutalidade policial racista. [...] Esta é uma tarefa difícil mas estratégica para os socialistas de hoje. Temos que recuperar nossos sindicatos e convertê-los em organizações militantes para a luta de classes. Temos que seguir o exemplo dos militantes de base do MLK Conselho Trabalhista da Universidade de Nova Iorque, Escritores do Leste e PSC CUNY que defenderam essas resoluções em seus sindicatos. Os policiais são nossos inimigos de classe. Não tem lugar em nossas organizações."

Todos esses exemplos de organização e mobilização que a classe trabalhadora estadunidense está realizando mostram que a saída para a crise econômica e sanitária só pode vir dessa organização independente. "Só posso imaginar a enorme diferença que faria se no atual clima político, existisse um partido verdadeiramente revolucionário nas ruas com a classe operária."

Necessitamos de um partido de trabalhadores, unificando negros e brancos, independente dos democratas e republicanos; um partido que lute pelo socialismo. Com o Left Voice, estamos tentando ajudar a preparar o terreno para que um partido assim surja nos EUA. Que possa dirigir a luta por uma sociedade na qual os recursos sejam distribuídos pela necessidade não pelo lucro e na qual as prisões e a polícia possam ser eliminadas de forma permanente.

Assista a fala de Mike Pappas no ato internacional simultâneo contra o racismo e a violência policial:

Assista na íntegra:

 
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