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BREQUE DOS APPS
No Distrito Federal, centenas de entregadores protestam no #BrequedoApps
Carolina Alves

Entregadores de app se concentram para manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, governado por Ibaneis, reivindicando um posicionamento da Justiça distrital quanto às demandas levantadas pela paralisação internacional, além do reajuste anual de taxas, que vem diminuindo, apesar do aumento da demanda durante a pandemia da Covid-19.

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O Esquerda Diário esteve junto com estudantes do coletivo Faísca, apoiando essa manifestação e dando voz aos trabalhadores paralisados. Veja vídeo:

Trabalhando na linha de frente do problema mundial por qual a humanidade enfrenta, os trabalhadores experimentam mais fortemente as tentativas de precarização que a classe trabalhadora vem vivenciando com as medidas neoliberais que assolam nossas vidas. Os entregadores exigem também que haja uma forma de eles não serem penalizados pela má-fé dos serviços de entrega e corrida, que muitas vezes não indicam os limites de bloqueio para entrega da mercadoria solicitada e com isso, o empregado fica sujeito ao bloqueio pelo APP sem nem saber o motivo.

A taxa mínima seria uma solução para as plataformas assegurarem uma melhor dignidade para os trabalhadores que entregam em APPs e com o desejo inegociável de receber um salário mínimo para conseguir satisfazer suas necessidades mínimas com a mínima estabilidade. É importante ressaltar que muitas pessoas trabalham como entregadores para complementar renda mas a maioria faz esse trabalho para sobreviver. Diante disso, a defesa por remuneração mínima é indispensável.

Também, é necessário desmistificar a ideia de que o trabalhador de APP seja “chefe ou empresário de si mesmo” e que trabalhe a hora que bem entende. Essa é uma lógica liberal para mascarar as verdadeiras condições precárias que esses entregadores vivenciam, pois eles são obrigados a estarem “logados” à disposição dos serviços de APP ou serão penalizados de forma arbitrária, sem haver qualquer regulamentação para seus direitos básicos. Tanto que os entregadores são avaliados pelo seu “score” que estando baixo, prejudicam seu desempenho no processo e rotina de trabalho.

A reclamação sobre bloqueios indevidos é bastante ressaltada pelos trabalhadores que compareceram à concentração em Brasília. Eles informam que o entregador fica na mão do cliente e qualquer reclamação feita, não é considerado o lado do trabalhador. O seguro-acidente é uma urgência também reivindicada, pois estão sempre em risco de se acidentar ou perder a vida e não têm nenhum tipo de assistência quanto a isso, por mais que as empresas digam que prestam esse tipo de seguro, ele nunca se efetiva, estando também sujeitos a doenças diversas.

Essas condições de total exploração é o que o governo do Bolsonaro e dos militares querem fazer com todos nós. Por isso essa luta é de todos nós e deveríamos unir mais trabalhadores essenciais junto a eles, em novos dias de luta ainda mais fortes. A liderança Alessandro Sorriso, conhecido como “Sorriso”, presidente da associação dos entregadores no DF, esteve presente na manifestação e disse:

“Esse é um dia muito importante para mostrarmos a nossa força, a nossa união, nós somos um serviço essencial em meio à pandemia. Estamos aí ajudando a economia girar no país e não estamos tendo nenhum reconhecimento com essas plataformas com essas empresas que estão cada vez mais milionárias e não nos dão assistência quando estamos correndo risco aí nas ruas, levando os alimentos, medicamentos, documentos, e somos tratados com um total desrespeito. Somos seres humanos e assim, é muito importante o apoio de toda a nossa área e categoria mas de todas as outras áreas que tão nos apoiando, como a área da saúde que também é serviço essencial. Nós temos que nos unir, mostrar nossa força, como trabalhadores merecemos respeito, temos que lutar contra o racismo, a homofobia, temos que nos unir, conquistar o respeito e acordar a sociedade, juntos somos mais fortes e tamo junto, rapaziada!”

 
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