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DEMISSÕES NA UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Empresário que escreveu manifesto “Não demita” demite professores da Universidade São Judas
Redação

Daniel Faccini Castanho, presidente do conselho de administração do grupo Ânima e autor do manifesto “Não demita” demitiu professores da Universidade São Judas Tadeu em plena pandemia. Veja depoimentos.

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O Ânima, grupo empresarial educacional paulista, que controla as instituições Una, Universidade São Judas, UniBH e UniSociesc, com cerca de 100 mil estudantes, demitiu professores da Universidade São Judas em plena pandemia, no apagar das luzes do semestre letivo da instituição, às vésperas da aplicação das provas. Abaixo, reproduzimos algumas mensagens de docentes da instituição enviadas a seus estudantes e divulgadas por meio da página no Facebook “São Paulo da Depressão”:

E abaixo reproduzimos uma carta escrita por um dos docentes demitidos sumariamente:

O presidente do conselho administrativo do grupo Ânima, Daniel Faccini Castanho, além de ser o responsável por deixar famílias sem sustento e precarizar o ensino para salvaguardar os lucros dos acionistas da Ânima, ainda esbanja hipocrisia: em abril ele escreveu um manifesto e fundou o movimento "não demita", reunindo 40 empresas que afirmaram que se mobilizariam contra as demissões nessa pandemia, além de defender o exercício do "trabalho seguro" para os empregados das empresas. Em entrevista à rede alesp Castanho afirmou que "os funcionários tem ficado muito orgulhosos" frente ao movimento.

Contudo, era evidente que mesmo antes da pandemia a São Judas já vinha preparando as demissões: já no início do semestre havia sido feita às pressas uma reforma curricular que fundiu matérias e diminuiu a carga horária. Vendida aos alunos como uma "modernização" do ensino, substituindo as "disciplinas" por "unidades curriculares", o que ficou claro é que estava em gestação uma precarização ainda maior. Se na entrevista Castanho falava na possibilidade de demissões no pós-pandemia, bastaram dois meses para ele mostrar que o Ânima estava apenas aguardando o final do semestre. Não esperaram sequer a conclusão das "unidades curriculares", demitindo professores às vésperas das provas.

Essas demissões ocorrem ao mesmo tempo em que outras empresas educacionais, como a Uninove, que demitiu 300 professores por comunicado virtual, estão também descarregando sobre os trabalhadores os custos da pandemia. Na Uninove, os docentes ficaram sabendo da demissão ao acessar o sistema. Já a Laureate, após substituir professores por robôs na modalidade EaD, demitiu os docentes.

É com ações assim que vemos que os trabalhadores não podem confiar na palavra de seus patrões nem por um segundo. E que a educação, enquanto for uma mercadoria nas mãos dos capitalistas, está fadada à precarização, ao desmonte, a demitir professores e tudo o mais que for necessário para salvar os lucros milionários de um punhado de empresários. É necessária a proibição das demissões, e que as universidades que demitam sejam estatizadas sob controle dos professores e estudantes.

 
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