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“Achei que era pop-up de erro no sistema, mas era demissão”, diz profª demitida da UNINOVE
Redação

Sindicato da categoria alega que mais de 300 docentes foram desligados nessa semana.

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Em meio à crise pandêmica que já aponta o agravamento dos casos de morte e contaminação, trabalhadores e trabalhadoras que para além da exposição ao risco de contaminação por Covid-19 tem que lidar com escassez e desemprego, como, por exemplo, os professores que atuavam na UNINOVE, que foram demitidos por meio de mensagem de pop-up.

De acordo com o sindicato dos professores de São Paulo, a universidade cortou mais de 300 docentes do seu quadro nesta semana. Logo a UNINOVE que sempre se vangloriou de ser uma das melhores universidades privadas do país, mas que no primeiro sinal de crise, demite professores e professoras em meio à crise pandêmica, expressando o quão semelhante são suas vontades com as que governam esse país, a miséria e sofrimento da classe trabalhadora.

De um lado, Doria anuncia a reabertura das escolas sem nenhuma medida de segurança à Covid-19, deixando a esmo os professores e alunos e de outro lado a UNINOVE demite trabalhadores com uma medida covarde de demissão por mensagem, que pela maioria foi encarada como erro do sistema, trazendo à terra que os interesses dos empresários, burguesia, Bolsonaro e Doria, são os mesmos: seguirem lucrando com as nossas vidas.

Uma professora de 34 anos, cujo o nome achou melhor não ser divulgado, afirmou que em um primeiro momento achou que era um comunicado sobre programação. A professora alega que colocou todas as informações necessárias para logar no sistema de aula, quando surge um aviso, mal sabia ela que era um aviso de demissão. Conforme outros colegas relatavam estar passando pela mesma situação, a professora achou que era um erro do sistema, pois ninguém estava acreditando, achavam ser um engano.

Frente ao descaso tanto com relação aos alunos, que viram suas aulas serem substituídas por palestras, quanto em relação ao corpo docente, que por meio de mensagem demitem os professores sem ao menos ter direito de aviso prévio, A UNINOVE, em nota de esclarecimento, atribuiu as demissões à crise provocada pela pandemia da Covid-19. Mas a pergunta que não quer calar: Com uma empresa de tamanho porte, com todos os seus analistas financeiros, não previu a possível demissão dos professores e buscou os meios para viabilizar o aviso prévio de 30 dias, como consta a CLT? Erro de análise ou descaso? De fato, mais uma vez, é sobre o ombro dos trabalhadores que caem as consequências.

A decisão da UNINOVE surpreendeu os professores e professoras, pois a atuação da universidade vinha sendo positiva, não sendo pensado pelos mesmos um desligamento tão abrupto. Tal corte gerou revolta entre os estudantes que se organizaram em um abaixo-assinado virtual contando com mais de 26 mil assinaturas.

Celso Napolitano, diretor do sindicato dos professores de São Paulo (Sinpro-SP) e da Federação da categoria no estado (Fepesp), os cortes na UNINOVE fazem parte de uma estratégia de redução de custos, valendo-se das ferramentas virtuais. Segundo Celso, a universidade percebeu com as aulas remotas uma oportunidade para redução de custos. Ao invés de ter vários alunos de direito no mesmo semestre do curso frequentando quatro campi diferentes, cada um com um professor, eles podem “ensalar” todos numa mesma plataforma com um único professor. Um único professor com tantos alunos, clarifica que evitar “custos” é mais importante que a saúde mental e física de um professor. Ressaltou Celso Napolitano, que esse tipo de reestruturação foi viabilizada pela portaria do Ministério da Educação que dobrou para 40% o limite da carga horária de cursos presenciais passível de ser ofertada na modalidade a distância.

Finalizando, isso só demonstra o quão perigoso é deixar a realização de serviços essenciais como a educação, nas mãos de instituições privadas, estas empresas capitalistas que priorizam os lucros ao invés das condições dos trabalhadores e clientes, levando em conta somente se aumentarão seus lucros, se irão proporcionar melhor visibilidade da instituição no mercado ou fazerem estripulias para tentar se mostrar por dentro da legalidade perante as leis trabalhistas.

A educação assim como todas as categorias devem ser geridas pela nossa classe, trabalhadores e estudantes, sem fins lucrativos, para propiciar ensino de qualidade e bem-estar para a sociedade. O direito à educação é de todos e para todos.

 
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