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UNICAMP
Por que os estudantes devem apoiar a luta dos trabalhadores do HC da Unicamp?
Faísca Unicamp
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Sem condições adequadas de trabalho, com cargas de trabalho extensas e ausência de EPI’s, somam-se mais de 83 mil infectados e mais de 170 mortes de profissionais da saúde pelo covid-19 no Brasil, se tornando o país onde os profissionais de saúde mais morrem pelo novo coronavírus no mundo. Veja porque os estudantes devem apoiar a luta dos trabalhadores do HC da Unicamp.

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Na pandemia os profissionais de saúde tem sido linha de frente na crise do covid-19, esse setor, que é majoritariamente negro e feminino no Brasil, vem colhendo os frutos podres da precarização do SUS nos últimos anos e dos ataques que se aprofundam com o governo negacionista de Bolsonaro regado de militares, e dos governadores, que como João Dória em São Paulo, reabrem os comércios mesmo com os números crescentes de infectados pelo novo coronavírus. Sem condições adequadas de trabalho, com cargas de trabalho extensas e ausência de EPI’s, somam-se mais de 83 mil infectados e mais de 170 mortes de profissionais da saúde pelo covid-19 no Brasil, se tornando o país onde os profissionais de saúde mais morrem pelo novo coronavírus no mundo.

É nesse contexto que os trabalhadores do HC da Unicamp publicaram uma carta no dia (18/06), denunciando as condições de risco absurdas que são acometidos pelo descaso da reitoria de Marcelo Knobel e pelo governador João Dória, que se nega a fornecer itens fundamentais capazes de manter esses profissionais em segurança, como máscaras e álcool em gel, além de não haver testagem em todos os profissionais do HC, nem ao menos aqueles que apresentam sintomas.

A carta denuncia uma situação insalubre, na qual pela ausência de EPI’s e itens de higiene, bem como testes, os trabalhadores acabam por contaminar os próprios pacientes que vão ao hospital tratar questões alheias ao covid-19, alguns se veem obrigados a trabalhar diretamente com o covid-19 como única forma de conseguirem acesso à EPI’s, pois conforme a denúncia, as demais áreas do hospital não estão tendo acesso adequado aos itens de proteção, o que acarreta o contágio de profissionais e pacientes e eventuais óbitos, em meio a isso, Knobel se nega a testar profissionais com sintomas, afastar aqueles que pertencem aos grupos de risco e fazer mais contratações, sob o argumento da falta de recursos.

A reitoria de Knobel, que vem se colocando como parte de um polo democrático e de oposição ao bolsonarismo, se opõe ao obscurantismo da extrema direita aprofundando um projeto também elitista e excludente da Unicamp. Está distante de colocar o potencial da universidade a serviço da população, e segue aprofundando um projeto para as empresas. Basta ver o modo no qual a reitoria de Knobel gere a universidade, ao invés de exigir recursos dos governos descarrega a crise nacional nas costas dos trabalhadores, com congelamento de salários, demissões dos trabalhadores terceirizados da nutrição e da creche e corte de 25% do salário dos trabalhadores Funcamp, que se somam ao corte de 72 milhões de gastos da Unicamp votados no CONSU antidemocrático. Além disso é vergonhoso que a Unicamp se orgulhe da Movile, dona do Ifood, que precariza a vida da juventude negra e pobre, ser sua empresa filha.

Contra o racismo da extrema direita que foi chacoalhado pela luta negra internacional, Knobel age de forma demagógica, com a sua política de "acenar com uma mão" e atacar com outra. Aprovou as cotas étnico raciais nos colégios técnicos, demanda histórica que foi conquistada com muita luta do movimento estudantil e negro, e ao mesmo tempo aprovou a lato sensu paga, enquanto impõe por meio de GR o Ensino à distância goela abaixo dos estudantes e docentes no primeiro semestre, precarizando sobretudo o ensino dos estudantes pobres e negros que não tem acesso à internet.

Dentro da Unicamp a carne mais barata também é a carne negra, já que com essa situação no HC diminui as potencialidades de responder a crise sanitária, e sabemos que são os negros os que mais morrem pela Covid-19. São os terceirizados da Unicamp, maioria negros, que mais estão arcando com as demissões e falta de EPIs para trabalhar. Além das péssimas condições da moradia estudantil que também descarrega sob as costas dos estudantes pobres e negros uma moradia precária, onde blocos ameaçam cair e os estudantes tem que se aglomerar para pegar comida. 

Por isso é fundamental que enquanto estudantes, nós estejamos aliados aos trabalhadores e suas lutas, pois não podemos ver de forma separada a luta dos estudantes e dos trabalhadores. Somos nós, junto com os trabalhadores, que arcamos com o obscurantismo e os ataques de Bolsonaro, além de toda privatização de Dória e que dentro da universidade precisamos nos enfrentar com a estrutura de poder da universidade que tem como projeto uma universidade para poucos, e que avança sua relações com a iniciativa privada às nossas custas e da vida da população. 

Por isso, é preciso lutar por uma universidade que esteja realmente a serviço dos trabalhadores e dos pobres, que quebre seus muros para que sua estrutura sirva para combater a covid-19, que possa produzir testes, mascaras, pesquisas, debates para responder aos grandes problemas sociais que mais do que nunca são de vida e morte. É esse papel que chamamos as entidades estudantis a cumprir, estar lado a lado com os trabalhadores, a começar por fortalecer nesta terça-feira (23), o ato dos trabalhadores do HC que exigem testes, EPI’s, mais contratações e melhores condições de trabalho para poder estar na linha de frente na pandemia sem colocarem suas vidas em risco.

Fazemos um chamado a todos os estudantes se somarem à luta dos trabalhadores da saúde, com o twittaço que acontecerá nesta terça- feira, ao 12h, com a #SaúdeDaUnicampEmLuta. e de todos os trabalhadores que lutam por melhores condições de vida, como os entregadores de aplicativo que chamam uma paralisação internacional dia 1 de julho.

 
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