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METRÔ
"Só temos uma escolha: mobilização pela base já ou o Metrô acaba com nossos direitos e vidas"
Rodrigo Tufão
diretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe
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A direção do Metrô de SP, a mando de Doria, quer atacar quem está trabalhando na linha de frente durante a pandemia. Depois de não aceitar o adiamento da campanha salarial dos Metroviários, a empresa ameaça não garantir o acordo coletivo enquanto as negociações acontecem. Em reunião com o sindicato nesta semana, disseram que querem aplicar cortes de direito já no pagamento deste mês. Estão aproveitando o momento de crise sanitária para "passar a boiada" assim como faz o governo Bolsonaro.

Essa semana tivemos a morte do primeiro Metroviário que estava na ativa trabalhando presencialmente por Covid-19, o companheiro Armandinho, diretor do sindicato. A categoria está de luto e precisará lutar para garantir condições de saúde e higiene adequadas e não perder direitos. Isso porque, enquanto sofremos essa perda, e são quase 300 afastamentos de trabalhadores por contaminação, ou suspeita de coronavírus, o metrô está convocando de volta ao trabalho presencial os idosos, bem no momento em que os trens e estações estão enchendo e as contaminações e mortes batendo recordes, tudo isso acontecendo enquanto a empresa quer atacar nosso plano de saúde, e tirar direitos como o adicional de risco de vida.

Os terceirizados estão sendo demitidos em grande quantidade com a justificativa de estarem no grupo de risco, além de conviverem com atrasos salariais e excesso de trabalho. São absurdos de todos os lados, por isso não podemos encarar os ataques anunciados pela empresa como um "bode na sala", pois eles estão dispostos a acabar com o acordo coletivo da categoria, se aproveitando da fragilidade do momento. No contexto geral, os patrões e governos estão dispostos a atacar profundamente os direitos dos trabalhadores, como vemos nas 2000 demissões anunciadas pela LATAM , mesmo depois do socorro bilionário que o governo federal dará às companhias aéreas.

Para enfrentar tamanho absurdo, os metroviários terão que se organizar em cada local de trabalho. É necessário reuniões nas áreas, debater os problemas, colocar e votar propostas, e eleger representantes para um comitê dos trabalhadores, que, junto com o sindicato, possa levar a luta. Isso serviria para massificar nossas ações, envolvendo a maioria dos metroviários para que sejam sujeitos com poder de decisão, nesse momento em que não podemos realizar grandes assembleias presencialmente, pois só com essa força podemos vencer essa dura batalha que vamos enfrentar contra a empresa e o governo. As lives que o sindicato está fazendo e as assembléias online não são suficientes, é preciso mais, é preciso a base organizada com poder de decisão.

Não podemos confiar na justiça que já demonstrou que não está do nosso lado, como a cassação pelo TST, a pedido do metrô, da liminar que garantia a prorrogação do nosso acordo coletivo por 90 dias nesse período de crise sanitária. Só organizados na base poderemos ter força para inclusive junto com outras categorias, como os entregadores de App, que estão marcando uma paralisação nacional dia 01/07, pararmos a cidade de SP. Não temos outra escolha, precisamos nos preparar já para fazermos uma grande greve se necessário.

As manifestações antirracistas que explodiram nos EUA, são o exemplo que temos a seguir aqui, tanto para garantir os direitos dos trabalhadores, quanto para colocar na ordem do dia o combate ao racismo estrutural do nosso país. O novo momento de manifestações nos fortalece para lutar. Derrotar Bolsonaro e os governadores que se aproveitam da pandemia para impor seus projetos elitistas e anti povo, é a tarefa urgente que temos, principalmente os serviços que estão na linha de frente, sem parar por 1 dia durante a quarentena mal feita pelos governos no Brasil. Nós Metroviários precisamos estar unidos e organizados para enfrentar esses dias difíceis.

 
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